Treinamento – Brigada de Incêndio
Esta instrução tem como objetivo a atualização teórica e prática para Brigadistas de Incêndio. Carga horária de 08 horas aula, direcionadas a atualização de conhecimentos e padronização de procedimentos que impliquem no bom andamento dos trabalhos, revendo conceitos, atualizando e, na parte prática serão desenvolvidos exercícios com a participação de todos para avaliação dos alunos e aplicação dos temas discutidos em sala de aula.
Finalidades do Treinamento: Capacitar o Aluno a tornar-se um profissional ainda mais responsável, pela segurança e colocação do aprendizado em prática, respeitar e conhecer as áreas de risco ou eventos.
“Risco é a probabilidade ou chance de lesão ou morte” (Sanders e McCormick, 1993, p. 675).
“Perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias que têm o potencial de causar ou contribuir para uma lesão ou morte” (Sanders e McCormick, 1993, p. 675).
Aqui os roteiros disponibilizados nas aulas e consultas específicas estarão disponíveis para consultas e download. Os trechos contidos na página foram extraídos dos Procedimentos Operacionais Padrão do Corpo de Bombeiros; roteiros criados por mim, baseados neste material. A disponibilização dos Procedimentos Operacionais Padrão não é permitida. Todos os arquivos estão hospedados no GoogleDrive. Vale dizer que os folhetos explicativos são obras do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Material disponível para download e utilização, desde que citada a fonte.
Vale lembrar também que esta página não substitui o conteúdo disponibilizado na sua Apostila, apenas reforça o conteúdo e direciona o conhecimento. Sugiro que o conteúdo seja aproveitado em conjunto e que, também os Roteiros disponibilizados sejam utilizados. Temos aqui uma variação de planos de estudos que complementará seus conhecimentos.
Noções de Anatomia/fisiologia:
Anatomia é a ciência que trata da forma e da estrutura do corpo humano, e Fisiologia é a parte da ciência que trata das funções orgânicas, processos ou atividades vitais, como crescimento, nutrição, respiração, etc.
Planos anatômicos/Posição Anatômica e divisão do corpo humano (posição/divisão, figura abaixo). O corpo humano pode ser dividido em cinco regiões: cabeça, pescoço, tronco e extremidades inferiores e superiores.
POSIÇÃO ANATÔMICA: A posição anatômica é representada por uma pessoa de pé e ereta, olhando para frente (horizonte), braços estendidos para baixo e para os lados, palma da mão voltada para frente, pernas juntas e pés ligeiramente afastados.
Serve para padronizar os pontos de referência (esquerdo, direito, superior, inferior,anterior, posterior e etc.).
PLANOS ANATÔMICOS:
Para facilitar o estudo e identificação da localização das lesões o corpo humano pode ser dividido conforme abaixo especificado:
A. PLANO SAGITAL MEDIANO: Divide o corpo humano em duas metades: direita e esquerda.
B. PLANO TRANSVERSAL: Divide o corpo humano em duas metades: superior e inferior.
C. PLANO FRONTAL: Divide o corpo humano em duas metades: anterior (ventral) e posterior (dorsal).
SUBDIVISÕES ANATÔMICAS DO CORPO HUMANO
PROXIMAL: É o terço mais próximo da origem da extremidade. Refere-se a uma posição próxima da origem de alguma parte.
MEDIAL: É o terço central ou médio da extremidade.
DISTAL: É o terço mais distante da origem da extremidade. Refere-se a posição distante ou mais afastada da origem de alguma parte.
CAVIDADES CORPORAIS.
O corpo humano possui 5 (cinco) cavidades corporais:
Sistemas do Corpo Humano:
O corpo humano é formado pelos sistemas: cardiovascular, respiratório, digestório, nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular,imunológico, linfático, tegumentar. Cada um deles envolve órgãos que atuam para a realização das funções vitais do organismo..
Na história da arte, os gregos e romanos, por exemplo, consideravam o corpo como um ideal de beleza e perfeição, esculpiam estátuas e desenhavam quadros que representassem o homem como centro do universo.
Já na Idade Média, a Igreja Católica considerava profano e banal, assim como era relacionado ao pecado e seu estudo desprezado. No Renascimento, artistas como Leonardo da Vinci e Michelangelo, quebraram esse paradigma e iniciaram uma revalorização do corpo humano. Eles se aprofundaram não somente nas pinturas da figura humana, mas nos estudos da anatomia.
Avaliação de vítimas
[Análise Primária]
A análise primária é o exame rápido realizado pelo policial militar para detectar problemas que ameaçam a vida de vítimas de acidente ou enfermidade imprevista, a curto prazo.
Os cuidados com a vítima em relação a trauma/clínico.
Assunto: Avaliação do Cenário, mecanismos de lesão e número de vítimas, onde na teoria conheceremos os riscos iminentes, os mecanismos de lesão, número de vítimas e o exame físico destas e na parte prática.
Avaliar e reconhecer os riscos iminentes, os mecanismos de lesão, o número de vítimas e o exame físico destas.
Ao avaliar a vítima observe:
1. Sequencia sistemática de avaliação da vítima (Análise Primária e Secundária);
2. Sinais e sintomas específicos de emergência médica ou de trauma;
3. Indícios de lesão na coluna vertebral, sempre que a vítima sofrer um trauma, ou ainda quando for encontrada inconsciente;
4. Conduta e/ou comportamento da vítima, atentando para qualquer alteração em suas condições em quaisquer das etapas de avaliação.
Análise de vítimas Trauma/Clínicos
>> ABC [DE]: para Traumas
1. (A) Liberação de vias aéreas
1.1. Manobras utilizadas/Nº de socorristas
1.1.1. Elevação da mandíbula trauma/2socorristas
1.1.2. Tração do Queixo trauma/1socorrista
1.1.3. Extensão da cabeça clínico/1socorrista
1.2. Emergências Médicas/Traumas
1.3. Permeabilidade das Vias Aéreas
2. (B) Respiração Atente para isto
2.1. Presente: Oxímetro perfusão/O2 10lpm|Ambú: 3/5/10lpm
2.2. Ausente: Ventilação Artificial/OVACE/RCP
3. (C) Circulação
3.1. > 1 ano, palpar a artéria carótida;
3.2. < 1 ano, palpar a artéria braquial;
3.3. Verificar a presença de hemorragias que impliquem em necessidade de controle imediato e aplicar a técnica de hemostasia correspondente.
3.4. Visualizar a parte anterior do corpo da vítima
3.5. Apalpar a parte posterior do corpo da vítima;
3.6. Dispensar atenção inicialmente às hemorragias intensas, direcionando o exame da cabeça em direção aos pés;
3.7. Procurar por poças e manchas de sangue nas vestes.
3.8. Hemorragias, interna ou externa, devem ser suspeitadas quando houver constatação de irregularidade na perfusão capilar.
4. Condições de exposição de vítimas:
4.1. Necessidade
4.2. Meios utilizados/condições
5. Colocação do Colar Cervical
Iniciar a Análise Secundária somente após estabilizados os problemas encontrados na análise primária.
>> CAB: para casos clínicos
Empregar o método o C.A.B. para avaliação primária de vítima de caso clínico:
• C (circulation): circulação e compressões;
• A (airway): vias aéras; e
• B (breathing): respiração.
Mais informações sobre a Análise de Vítimas envolvendo casos clínicos serão abordados, especificamente nas Emergências clínicas: Infarto (IAM), angina, acidente vascular cerebral (AVC), convulsões, asma, diabetes, desmaios: reconhecimento e conduta. Disturbios de Comportamento e Parto Emergencial serão tratados em particular, futuramente.
SEQUÊNCIA DE PROCEDIMENTOS
ALTERAÇÕES DO NIVEL DE CONSCIÊNCIA
1. Manter a permeabilidade das vias aéreas.
2. Ministrar oxigênio se a saturação de oxigênio for inferior a 94%, com a finalidade de atingir a meta
de 96%.
3. Afrouxar as vestes e manter a vítima na posição de recuperação (decúbito lateral, com um dos
membros inferiores fletido, o outro estendido e o braço correspondente ao lado que a vítima estiver
deitada deverá servir como apoio para sua cabeça).
4. Prevenir hipotermia.
5. Transmitir informações para a Central de Operações e aguardar envio de SAV ou autorização para
transporte imediato.
6. Monitorar sinais vitais e nível de consciência durante o transporte.
A alteração do nível de consciência de causa clínica pode ser decorrente de várias doenças,
as mais comuns incluem: Diabetes, hipoglicemia, hipotensão e hipertensão arterial, AVE
(AVC) e crises convulsivas.
O socorrista deve sempre prestar atenção ao hálito e à presença de picadas de agulhas e não
ministrar nenhuma substância via oral.
EMERGÊNCIAS CARDIOLÓGICAS: As principais emergências clínicas cardiológicas são: o infarto agudo do miocárdio, a lesão de um tecido do músculo cardíaco pela privação súbita de circulação sanguínea. Pode levar à morte do tecido (necrose) e à angina de peito, que é uma dor no peito que se apresenta quando o coração não recebe uma quantidade suficiente de oxigênio. Normalmente é causada por “stress” ou esforços demasiados.
EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES: As principais emergências clínicas cardiovasculares são: acidente vascular encefálico ou AVE e a hipertensão.
O AVE é uma lesão devido ao rompimento ou obstrução da artéria que nutria o tecido.
A hipertensão é o aumento mórbido da pressão arterial, devido a fatores diversos, geralmente ligados à anomalia de algum dispositivo regulador do corpo.
Pode causar o infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, etc.
3. EMERGÊNCIAS MÉDICAS RESPIRATÓRIAS: As emergências clínicas respiratórias ocorrem principalmente devido às seguintes causas: asma brônquica e doença pulmonar obstrutiva crônica, hiperventilação bronquite crônica e enfisema pulmonar.
A asma é uma doença aguda ou crônica das vias respiratórias, em especial os brônquios, que provoca uma dificuldade para saída do ar dos pulmões, devido a pequenos espasmos que atingem a árvore respiratória.
Em geral, a asma tem causas alérgicas, mas também pode ocorrer por fortes odores, gases, fumaça, etc.
A doença pulmonar obstrutiva crônica é classificada em enfisema pulmonar, bronquite crônica e inalação de fumaça.
4. EMERGÊNCIAS MÉDICAS METABÓLICAS: As principais emergências clínicas metabólicas são: a diabetes e o desmaio.
A diabetes é uma enfermidade causada por insuficiência de insulina. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas.
Este hormônio é indispensável para as células.
Em geral, a diabetes pode provocar dois tipos de reação no organismo: o coma diabético e o choque insulínico.
5. EMERGÊNCIAS MÉDICAS NEUROLÓGICAS:
As principais emergências clínicas neurológicas são a epilepsia e as convulsões.
A epilepsia é uma enfermidade convulsiva crônica que se manifesta por acessos de súbita perda de consciência, geralmente acompanhada de convulsões.
É um problema orgânico que pode apresentar-se de diferentes formas. As crises, em geral, não duram mais que 5 minutos. Após esse tempo, a vítima recupera a consciência lentamente e pode ficar confusa e não se lembrar do que aconteceu.
Convulsões: São contrações involuntárias e violentas de parte ou da totalidade dos músculos, provocadas por diversas enfermidades neurológicas, não-neurológicas e por lesões traumáticas no cérebro. As convulsões podem ser provocadas por epilepsia; febre alta em crianças menores de 6 anos, traumas de crânio e intoxicações.
No caso de convulsões em crianças, devido à febre, o policial militar deve procurar baixar a temperatura corporal da vítima, colocando um pano umedecido nas regiões de grande circulação, como os pulsos, as axilas e a testa. Em seguida, encaminhá-la a um pediatra.
CIRCULAÇÃO/VIAS AÉREAS/RESPIRAÇÃO:
1. Se a vítima estiver inconsciente e não respira, deve-se empregar o DEA (se disponível NO APOIO) e checar o pulso carotídeo (no adulto ou, braquial na criança).
2. Se o pulso estiver ausente, deve-se iniciar a RCP em casos clínicos priorizando as compressões torácicas (C.A.B.) até a chegada do DEA, comunicando esta situação para a Central de Operações/COPOM e solicitando apoio especializado;
3. Se a vítima está inconsciente, não respira, mas tem pulso, aplique os procedimentos de assistência ventilatória (Parada respiratória com pulso – falei para vocês de uma regra mnemônica, por faixa etária).
Efetuar 01 (uma) ventilação a cada:
• 5 a 6 segundos (10 a 12 ventilações/minuto): vítimas com idade acima de 08 anos;
• 3 a 5 segundos (12 a 20 ventilações/minuto): vítimas com idade entre 28 dias e 08 anos;
• 1 a 1,5 segundos (40 a 60 ventilações/minuto): vítimas com idade abaixo de 28 dias.
4. Checar pulso central a cada 02 minutos, sem interromper as ventilações:
4.1 Pulso presente: se a respiração é ausente ou ineficaz, mantenha as ventilações;
4.2 Pulso ausente: inicie RCP [em trauma ou em caso clínico, de acordo com análise de vítima e da situação].
Observe os movimentos do tórax, a vítima deve estar respirando de forma normal como se estivesse dormindo.
Nos casos de respiração agônica (Gasping) tratar como parada cardiorrespiratória.
Se a vítima está inconsciente e respira, mantenha as vias aéreas pérvias através da extensão de cabeça.
Aplicação de Cânula orofaríngea e oxigênio (fluxo de 10 l/min) fica a cargo da equipe de apoio (através de máscara com reservatório para vítima com saturação de oxigênio desconhecida ou se for menor que 94% e acione SAV);
Inspecionar visualmente a cavidade oral e em caso de objeto estranho e visível, retirá-lo, sem realizar busca cega;
Fazer aspiração caso haja secreções (vômito, sangue, fluídos corpóreos ou líquidos) nas vias aéreas – Equipe de Apoio;
Somente retirar próteses dentárias se as mesmas estiverem soltas ou quebradas no interior da boca.
Dispensar atenção inicialmente às hemorragias intensas, direcionando o exame da cabeça em direção aos pés;
Procurar por poças e manchas de sangue nas vestes.
Hemorragias, interna ou externa, devem ser suspeitadas quando houver constatação de irregularidade na perfusão capilar.
Condições de exposição de vítimas:
- Necessidade e meios utilizados/condições
- Colocação do Colar Cervical e Retirada do capacete.
Análise de vítimas [Análise Secundária]
Análise Secundária: Processo ordenado que visa descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão ameaçar a vida, através da interpretação dos achados na verificação dos sinais vitais, exame físico e na entrevista.
1. ANÁLISE OBJETIVA
1. VERIFICAR OS SINAIS VITAIS:
1.1. Analise se os valores encontrados estão dentro dos valores normais para a respectiva faixa etária.
1.2 Avaliação Respiratória: continuar verificando a Oximetria e alterações respiratórias. Frequência respiratória maior que 30 IRPM sugere hipoxemia ou choque. Oximetria menor que 94 % sugere hipoxemia (diminuição da pressão de Oxigênio).
1.3 Avaliação Circulatória: verificar alterações. Frequência cardíaca maior que 120 bpm ou pressão arterial sistólica menor que 80 mm/Hg sugerem estado de choque.
2. REALIZAR EXAME NEUROLÓGICO:
2.1 Refazer a Escala de Coma de Glasgow; Se pontuação obtida estiver igual ou abaixo de 12, solicite apoio de SAV ou autorização para Transporte Imediato.
2.2 Avalie novamente as pupilas da vítima, observando:
2.2.1 Reatividade: reativa ou não reativa.
2.2.2 Tamanho: midríase (pupila dilatada) ou miose (pupila contraída).
2.2.3 Simetria: isocóricas (pupilas simétricas), anisocóricas (pupilas assimétricas) e desvio conjugado.
3. EXPOSIÇÃO DETALHADA:
Exponha os locais afetados da vítima para realizar exame físico complementar e procure por lesões que não tenham sido detectadas anteriormente;
4. PRESSÃO ARTERIAL:
Na impossibilidade de auscultar os batimentos cardíacos com o estetoscópio, a pressão arterial sistólica poderá ser aferida através da palpação do pulso radial.
6. EXAME FÍSICO
A partir da queixa principal da vítima, proceder ao exame físico e numa segunda etapa é feito um exame da cabeça aos pés, através de inspeção visual e palpação, buscando por ferimentos abertos e fechados, dor a palpação, deformidades, edemas, inchaços, pulso distal e resposta neurológica.
ANÁLISE SUBJETIVA
Colher dados com a vítima, familiares ou testemunhas para ajudar no atendimento.
Através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela vítima o socorrista poderá determinar o tipo de emergência e os procedimentos operacionais específicos.
Observações importantes:
Uma parte da análise é objetiva, através do exame dos sinais vitais FC/FR/PA e do corpo da vítima EXAME DA CABEÇA AOS PÉS (exame físico) e a outra é subjetiva AMPLA, através de dados colhidos em entrevista.
Iniciar a Análise Secundária somente após estabilizados os problemas encontrados na análise primária.
Parada Respiratória; Obstrução de Vias Aéreas e Reanimação Cardiopulmonar:
Introdução:
O corpo humano pode permanecer alguns minutos sem respiração e circulação de sangue; nesse tempo, que varia de pessoa para pessoa, devem ser imediatamente aplicadas as manobras de reanimação.
O tempo crítico para iniciar as manobras está relacionado a fatores diversos, como a causa da parada cardiorrespiratória, compleição física da vítima, sua condição de saúde, meio ambiente e outros, porém deve estar entre 4 a 6 minutos.
A parada cardiorrespiratória poderá ser consequência de uma obstrução da respiração. Uma vítima poderá deixar de respirar devido a vários fatores, como distúrbios neurológicos ou musculares, intoxicação, afogamento, obstrução das vias aéreas por corpos estranhos ou pela própria língua, etc.
É fundamental que haja o atendimento imediato de uma vítima com parada respiratória, para evitar a parada cardíaca.
São várias as causas de obstrução de vias aéreas.
Obstrução Parcial e Total – Vítima consciente:
As instruções abaixo, coloquei para que vocês tenham acesso a informação da maneira mais simples possível, conforme conversamos em sala de aula. Lembrem-se de que as coisas mais simples a serem feitas, na maioria das vezes, num momento de stress são “esquecidas”.
Mesmo acompanhando pela apostila de vocês, serão guiados a estes procedimentos descritos abaixo, nos casos de Vítimas conscientes com obstrução total ou parcial.
Na barra lateral, deixei em destaque vídeos sobre Desobstrução de Vias Aéreas, Parada Respiratória com Pulso e Parada cardiorrespiratória. Porque na minha opinião, aprender e ter idéia das técnicas apropiradas gira em torno de 80% do sucesso no aprendizado do Curso.
Dicas simples para técnicas de desengasgamento:
Observar que nos casos de vítimas obesas ou gestantes, a compressão deverá ser realizada no esterno na mesma posição em que se realiza a compressão torácica da RCP.
Em caso de crianças, lembrem-se de que precisamos fazer as manobras da mesma maneira que nos adultos, atentando para as condições de “força empregadas nesta manobra”.
Manobra de compressão abdominal para desobstrução de vias aéreas em vítimas inconscientes com idade superior a 01 ano (CASOS CLÍNICOS E TRAUMAS).
O mais importante, quando falamos em Parada Respiratória, Desobstrução e Reanimação é: o que foi passado em Sala de Aula, o que eu tenho e quais os recursos disponíveis para enfrentar a situação.
Vamos listar os exemplos mais "clássicos"nestas situações:
1) Parada Respiratória com Pulso: Tenho pelo menos uma barreira para as ventilações iniciais
2) Desobstrução de Vias Aéreas: Identifiquei a situação e trata-se de uma parcial, acalmo a vítima e no caso de uma total inicio a manibra adequada. Atente para a responsividade: Vítima consciente ou inconsciente (manobras em pé ou no chão?);
3) Reanimação cardiopulmonar: Inicio a análise adequada e parto pra as compressões, acionamento de socorro e espera pelo suporte adequado.
Lembre-se de que a barra lateral contém todos os procedimentos, em especial, para os atendimentos pretados pelo policial militar.
Aulas 1/14:
Aulas 15/19:
Revisão para Análise de vítimas
Cuidado com a execução dos procedimentos iniciais, focados na Sala de aula para todos os atendimentos.
Lembrem-se de que temos de nos atentar para procedimentos iniciais comuns para todos os Casos (OVACE, PR e RCP) que são:
- Segurança da Cena, socorrista e vítima;
- Checagem de nível de consciência (responsividade);
- Posicionamento da vítima para a manobra indicada em relação a situação encontrada;
- Observação da respiração;
- Pedir ajuda e acionamento do Serviço Médico de Emergência; e,
- Checagem de Pulso (Carótida para adultos e crianças e Braquial para bebês).
Lembrem-se das regras para procedimentos em casos de Parada Respiratória com pulso:
Efetuar 01 (uma) ventilação a cada:
• 5 a 6 segundos (10 a 12 ventilações/minuto): vítimas com idade acima de 08 anos;
• 3 a 5 segundos (12 a 20 ventilações/minuto): vítimas com idade entre 28 dias e 08 anos;
• 1 a 1,5 segundos (40 a 60 ventilações/minuto): vítimas com idade abaixo de 28 dias.
Checar pulso central a cada 02 minutos, sem interromper as ventilações.
Lembrem-se de fatos importantes a serem observados:
O chamaram para ajudar uma pessoa com “dores no peito” ou ele está diante de uma situação que esta pessoa/vítima caiu, sofreu acidente de trânsito, e o mais comum – acidente de moto e reclama de dores; ou está inconsciente?
Se inconsciente, como será a Responsividade?
Como contato esta inconsciência? Pessoas ao redor da vítima podem me ajudar? Enquanto eu faço a análise de vítima, meu companheiro chama apoio, faz a segurança?
Estas perguntas me guiam no atendimento, lembre-se de que você tem pouco tempo para “fazer tudo isto”.
Tenho de cuidar da segurança, constatar pulso, respiração, liberar vias aéreas, iniciar as compressões torácicas, posso ventilar? Tenho meios para isto?
Não se esquecer que, a partir de cada situação encontrada temos procedimentos específicos à serem estabelecidos para o atendimento.
- Observar as dicas do Corpo de Bombeiros para as situações encontradas:
Engasgamento adulto
Engasgamento bebês
Considere para RCP o ritimo das compressões e a necessidade da troca de socorristas a cada 2 minutos, onde completo o ciclo de compressões, verifico pulso e obrigatóriamente realizamos a troca de socorristas (em caso de estarmos em mais de um socorrista na Cena). Preste atenção na posição das compressões e considere as particularidades das compressões por faixa etária (Adulto: duas mãos; ciranças: uma mão e bebês: dois dedos). Em caso de ventilação, observe também as partcularidades em relação a faixas etárias.
Aqui os roteiros disponibilizados nas aulas e consultas específicas estarão disponíveis para consultas e download. Os trechos contidos na página foram extraídos dos Procedimentos Operacionais Padrão do Corpo de Bombeiros; do Manual de Fundamentos do Corpo de Bombeiros e de roteiros baseados neste material. Todos os arquivos estão hospedados no GoogleDrive. Vale dizer que os folhetos explicativos são obras do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Material disponível para download e utilização, desde que citada a fonte.
Vale lembrar também que esta página não substitui o conteúdo disponibilizado na sua Apostila, apenas reforça o conteúdo e direciona o conhecimento. Sugiro que o conteúdo seja aproveitado em conjunto e que, também os Roteiros disponibilizados sejam utilizados. Temos aqui uma variação de planos de estudos que complementará seus conhecimentos.. Vale lembrar que a maioria do conteúdo está no Manual de Fundamentos do Corpo de Bombeiros de SP.
- Apresentação da matéria e os sistemas de atendimento pré-hospitalar. Definição de primeiros socorros e o papel do socorrista na atividade de pronto-socorrismo.
- Segurança do local e proteção pessoal; sinalização; isolamento da área e biossegurança.
Segurança no local de ocorrência e análise de vítimas.
Definições:
Para os e feitos a que se propõe esse manual, serão consideradas as definições dos termos técnicos abaixo:
1) Atendimento pré-hospitalar – Prestação de primeiros socorros antes de encaminhar uma vítima para o hospital. Normalmente é realizado por profissionais da área médica e enfermagem, bombeiros , policiais , agentes de segurança pública e outros.
2) Emergência médica – Qualquer enfermidade imprevista ou evento de causas externas que possa incidir sobre o organismo de uma pessoa, vencendo-lhe a resistência e provocando lesão ou dano à saúde, configurando -se uma situação crítica ou perigosa.
3) Os demais termos técnicos utilizados nesse manual foram considerados de uso comum por todos os policiais militares.
- Segurança das Guarnições, do local da ocorrência e das vítimas;
- Uso de EPI adequado, sinalização do local, estabilização de vítimas.
- Análise de vítimas
Vale salientar que a partir de 2014, temos dois padrões de análise primária: Traumas (DR ABC | DE Corpo de Bombeiros) e Clinicos (CAB).
Temos de levar em consideração que a Responsividade e Segurança Observar os POP/Policiamento serão colocadas nas duas situações.
O que é importante para o Brigadista: Discernir sobre a análise a ser executada, estamos atendendo o quê?
O chamaram para ajudar uma pessoa com “dores no peito” ou ele está diante de uma situação que esta pessoa/vítima caiu, sofreu acidente de trânsito, e o mais comum – acidente de moto e reclama de dores; ou está inconsciente? Se inconsciente, como será a Responsividade?
Como constato esta inconsciência? Pessoas ao redor da vítima podem me ajudar? Enquanto eu faço a análise de vítima, meu companheiro chama apoio, faz a segurança?
Estas perguntas me guiam no atendimento, lembre-se de que você tem pouco tempo para “fazer tudo isto”. Tenho de cuidar da segurança, constatar pulso, respiração, liberar vias aéreas, iniciar as compressões torácicas, posso ventilar? Tenho meios para isto?
De repente, esta pessoa que sentiu dores no peito caiu, está no chão, sem pulso e sem respirar... Uso o CAB? Quem conta as compressões, de quanto em quanto tempo checo o pulso?
Atendo uma chamada de uma pessoa, para um engasgamento de Bebê, o que faço?
Lembre-se: Quanto mais simples forem minhas instruções, mais tranquilo será o atendimento e o andamento desta ocorrência (mesmo por telefone).
Atendo uma chamada de uma pessoa, para um caso de vítima incosnciente, o que faço?
Lembre-se: Quanto mais simples forem minhas instruções, mais tranquilo será o atendimento e o andamento desta ocorrência (mesmo por telefone).
<Estou trabalhando de atendente no COPOM e atendo uma chamada de uma pessoa, para um caso parada cardiorrespiratória, o que faço?
Nos quesitos Segurança (Guarnição, Vítima e Local), sempre um componente da Guarnição faz esta segurança e o outro(s) componentes farão a Análise de vítima.
SEGURANÇA DO LOCAL E AVALIAÇÃO DA RESPONSIVIDADE DA VÍTIMA:
1) Verificar se o local encontra-se seguro, eliminando os riscos existentes ou tomando as medidas de proteção contra os riscos que não podem ser imediatamente eliminados;
2) Utilizar EPI adequado à situação (Qual o EPI que estou usando?);
3) Chame a vítima estimulando-a com toque nos seus ombros (senhor ou senhora, você está me ouvindo? você está bem?) ou, se possível chame-a pelo nome. (Tem alguém com a vítima?)
Movimentação e transporte de vítimas traumatizadas: retirada
rápida, indicação e técnica.
MOVIMENTAÇÃO DA VÍTIMA
- Movimentação de uma vítima traumatizada é a troca justificada de sua posição em um local de ocorrência. É a execução de movimento necessário para seu atendimento pré-hospitalar ou seu translado provisório do local da ocorrência para um local mais seguro.
- TRANSPORTE DE UMA VÍTIMA:
Transportar significa transladar uma vítima de trauma do local da ocorrência para o local do atendimento especializado ou definitivo.
- PRINCÍPIOS GERAIS RELATIVOS À MOVIMENTAÇÃO E AO TRANSPORTE DE UMA VÍTIMA
1) Não se deve movimentar uma vítima, a menos que seja absolutamente necessário para seu atendimento ou haja um perigo real e iminente no local com incêndio, risco de explosão, vazamento de gás, necessidade de RCP, outras vítimas em baixo ou a vítima insiste em mover -se, etc.;
2) Sempre que possível, solicitar ajuda de outras pessoas para auxiliar na movimentação de uma vítima. O policial militar sozinho deve evitar movimentar uma vítima de fratura ou lesões graves;
3) A velocidade da movimentação depende do motivo que a exige: um parto complicado, uma hemorragia interna, uma obstrução nas vias aéreas, etc.;
4) Em caso de movimentar uma vítima, o policial militar deve fazê- lo com cuidado, evitando causar lesões adicionais;
5) Não se deve transportar uma vítima antes que ela tenha recebido o atendimento pré-hospitalar necessário;
6) No atendimento pré-hospitalar para a o transporte de uma vítima de trauma, o policial militar deve sempre observar os princípios da hora de ouro - Hora de Ouro - Uma vítima de trauma tem 60 minutos, a contar do momento do acidente para ser localizada, desencarcerada, imobilizada, transportada, dar entrada num pronto socorro e ser entregue a um especialista;
7) O transporte da vítima é uma fase do atendimento, portanto deverá ser adequado ao tipo de lesão que ela sofreu;
8) Utilizar o meio adequado para transportar uma vítima; se não houver ambulância, adaptar um carro; se não houver uma maca, improvisar uma padiola, etc.
REGRAS GERAIS PARA ABORDAGEM E MOVIMENTAÇÃO DE POLITRAUMATIZADOS
1. Não mover a vítima da posição que se encontra antes de imobilizá-la, exceto quando:
1.1 Estiver num local de risco iminente;
1.2 Sua posição estiver obstruindo suas vias aéreas;
1.3 Sua posição impede a realização da análise primária;
1.4 Para garantir acesso a uma vítima mais grave.
TÉCNICAS PARA MOVIMENTAÇÃO DE UMA VÍTIMA
- Chave de Rautek:
- Elevação a cavaleiro:
- Rolamento 90 Graus:
- Rolamento 180 Graus:
OBSERVAÇÕES:
1) Quando possível, sempre deverá ser solicitado o auxílio de outras pessoas.
2) Estas técnicas poderão ser necessárias para retirar uma vítima de local de risco. Sendo assim, o policial militar somente deve aplicá-la se houver absoluta necessidade.
3) O Corpo de Bombeiros com equipamentos adequados e treinamento adota outras técnicas como primeira atitude quando local está seguro dentre elas podemos destacar: Rolamentos em bloco para colocação em prancha longa (90°, 180°), elevação a cavaleira; Técnicas de resgate de “Elifas” entre outros.
- Improvisação de transporte:
Roteiro de emergências Médicas
Só para lembrar das dicas simples em caso de RCP:
NR23 - Brigada de Emergência [Incêndio]
Manuais Técnicos de Bombeiros para consultas.
FOGO
Processo químico de transformação de materiais combustíveis e inflamáveis.
A combinação química do combustível com o oxigênio dá origem a uma reação de oxidação, com intensa produção de calor.
O calor, gerado pela reação exotérmica, alimenta a reação em cadeia e a combustão.
Quando o combustível é sólido ou líquido, é necessário que, numa primeira fase, o mesmo seja gaseificado pela ação do calor, para depois se combinar com o oxigênio.
O efetivo controle e extinção de um incêndio requerem um entendimento da natureza química e física do fogo. Isso inclui informações sobre fontes de calor, composição e características dos combustíveis e as condições necessárias para a combustão.
Combustão é uma reação química de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases.
Para efeito didático, adota-se o tetraedro (quatro faces) para exemplificar e explicar a combustão, atribuindo-se, a cada face, um dos elementos essenciais da combustão.
Os quatro elementos (tetraedro do fogo) essenciais do fogo são: Calor, Combustível, Comburente e Reação Química em Cadeia.
CALOR
Forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra energia, através de processo físico ou químico.
Pode ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em movimento. Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas aumenta e o calor (demonstrado pela variação da temperatura) também aumenta.
COMBUSTÍVEL
É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão. É o elemento que serve de campo de propagação ao fogo.
Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, e a grande maioria precisa passar pelo estado gasoso para, então, combinar com o oxigênio. A velocidade da queima de um combustível depende de sua capacidade de combinar com oxigênio sob a ação do calor e da sua fragmentação (área de contato com o oxigênio).
COMBURENTE
É o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. O mais comum é que o oxigênio desempenhe esse papel.
A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases. Em ambientes com a composição normal do ar, a queima desenvolve-se com velocidade e de maneira completa.
Notam-se chamas. Contudo, a combustão consome o oxigênio do ar num processo contínuo.
Quando a porcentagem do oxigênio do ar do ambiente passa de 21% para a faixa compreendida entre 16% e 8%, a queima torna-se mais lenta, notam-se brasas e não mais chamas. Quando o oxigênio contido no ar do ambiente atinge concentração menor que 8%, não há combustão.
REAÇÃO QUÍMICA EM CADEIA
A reação em cadeia torna a queima autossustentável. O calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.
PROPAGAÇÃO DO FOGO
O calor pode se propagar de três diferentes maneiras: condução, convecção e irradiação.
Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos com temperatura mais alta para aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio de dois objetos absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.
CONDUÇÃO
Condução é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula.
Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor, as moléculas desta extremidade absorverão calor; elas vibrarão mais vigorosamente e se chocarão com as moléculas vizinhas, transferindo-lhes calor.
Essas moléculas vizinhas, por sua vez, passarão adiante a energia calorífica, de modo que o calor será conduzido ao longo da barra para a extremidade fria. Na condução, o calor passa de molécula a molécula, mas nenhuma molécula é transportada com o calor.
Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se fossem um só corpo.
CONVECÇÃO
É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de gases ou de líquidos dentro de si próprios.
Quando a água é aquecida num recipiente de vidro, pode -se observar um movimento, dentro do próprio líquido, de baixo para cima.
À medida que a água é aquecida, ela se expande e fica menos densa (mais leve) provocando um movimento para cima.
Da mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do ambiente, enquanto o ar frio toma lugar nos níveis mais baixos.
Em incêndio de edifícios, essa é a principal forma de propagação de calor para andares superiores, quando os gases aquecidos encontram caminho através de escadas, poços de elevadores, etc.
IRRADIAÇÃO
É a transmissão de calor por ondas de energia calorífica que se deslocam através do espaço. As ondas de calor propagam-se em todas as direções, e a intensidade com que os corpos são atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais próximos ou mais afastados da fonte de calor.
Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorífica para um outro mais frio até que ambos tenham a mesma temperatura.
O bombeiro deve estar atento aos materiais ao redor de uma fonte que irradie calor para protegê-los, a fim de que não ocorram novos incêndios. Para se proteger, o bombeiro deve utilizar roupas apropriadas e água (como escudo).
PONTOS DE TEMPERATURA
Os combustíveis são transformados pelo calor, e a partir desta transformação, é que combinam com o oxigênio, resultando a combustão. Essa transformação desenvolve-se em temperaturas diferentes, à medida que o material vai sendo aquecido.
PONTO DE FULGOR: Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material começa a liberar vapores, que se incendeiam se houver uma fonte externa de calor. Retirando a fonte externa de calor as chamas não se mantêm, devido à pequena quantidade de vapores.
Prosseguindo no aquecimento, atinge-se...
PONTO DE COMBUSTÃO: Temperatura em que os gases desprendidos do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam a combustão, e continuam a queimar sem o auxílio daquela fonte.
Continuando o aquecimento, atinge-se....
PONTO DE IGNIÇÃO: Ponto de temperatura no qual o combustível, exposto ao ar, entra em combustão sem que haja fonte externa de calor.
TIPOS DE COMBUSTÍVEIS
COMBUSTÁVEIS SÓLIDOS
As maiorias dos combustíveis sólidos transformam-se em vapores e, então, reagem com o oxigênio. Outros sólidos (ferro, parafina, cobre, bronze) primeiro transformam-se em líquidos, e posteriormente em gases, para então se queimarem.
Quanto maior a superfície exposta, mais rápido será o aquecimento do material e, consequentemente, o processo de combustão. Como exemplo: uma barra de aço exigirá muito calor
para queimar, mas, se transformada em palha de aço, queimará com facilidade. Assim sendo, quanto maior a fragmentação do material, maior será a velocidade da combustão.
COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS
Os líquidos inflamáveis têm algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do calor, aumentando o perigo para os bombeiros. Os líquidos assumem a forma do recipiente que os contem. Se derramados, os líquidos tomam a forma do piso, fluem e se acumulam nas partes mais baixas.
Tomando como base o peso da água, cujo litro pesa 1 quilograma, classificamos os demais líquidos como mais leves ou mais pesados. É importante notar que a maioria dos líquidos inflamável é mais leves que água e, portanto, flutuam sobre esta.
Outra propriedade a ser considerada é a solubilidade do líquido, ou seja, sua capacidade de misturar-se à água. Os líquidos derivados do petróleo (conhecidos como hidrocarbonetos) têm pouca solubilidade, ao passo que líquidos como álcool, acetonas (conhecidos como solventes polares) têm grande solubilidade, isto é, podem ser diluídos até um ponto em que a mistura (solvente polar + água) não seja inflamável.
A volatilidade, que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores, também é de grande importância, porque quanto mais volátil for o líquido, maior a possibilidade de haver fogo, ou mesmo explosão. Chamamos de voláteis os líquidos que liberam vapores a temperaturas menores que 20º C.
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que estão contidos.
Se o peso do gás é menor que o do ar, o gás tende a subir e dissipar-se. Mas, se o peso do gás é maior que o do ar, o gás permanece próximo ao solo e caminha na direção do vento, obedecendo aos contornos do terreno.
Para o gás queimar, há necessidade de que esteja em uma mistura ideal com o ar atmosférico, e, portanto, se estiver numa concentração fora de determinados limites, não queimará.
Cada gás, ou vapor, tem seus limites próprios. Por exemplo, se num ambiente há menos de 1,4% ou mais de 7,6% de vapor de gasolina, não haverá combustão, pois a concentração de vapor de gasolina nesse local está fora do que se chama de mistura ideal, ou limites de inflamabilidade; isto é, ou a concentração deste vapor é inferior ou é superior aos limites de inflamabilidade.
INCÊNDIO:
É o fogo que escapa do controle do homem
FOGO DE ENCONTRO
Pratica de extinção de incêndio em mato que consiste na queima proposital de uma área de mato, a partir de um aceiro.
FASES DO INCÊNDIO
Se o fogo ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances de que o fogo seja descoberto no início e a situação resolvida.
Mas se ocorrer quando a edificação estiver deserta e fechada, o fogo continuará crescendo até ganhar grandes proporções. Essa situação pode ser controlada com a aplicação dos procedimentos básicos de ventilação.
O incêndio pode ser mais bem entendido se estudarmos seus três estágios de desenvolvimento.
FASE INICIAL
É o início do incêndio, a combustão não reduziu o oxigênio do ambiente significativamente, Há em torno de 20% de oxigênio, e o fogo está produzindo vapor de água, dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros gases.
O fogo progride lentamente, uma vez que a maioria do calor que gera está sendo consumido para aquecer o ambiente, que tem a sua temperatura nesta fase em torno de 38ºC. Produz uma chama com temperatura acima de 537 ºC.
Nesta fase, o Policial Militar não será incomodado pelo calor do ambiente, porém, dependendo do combustível que está queimando, pode existir fumaça e gases nocivos.
FASE DA QUEIMA LIVRE
Durante esta fase, o ar, rico em oxigênio, é arrastado para dentro do ambiente pelo efeito da convecção, isto é, o ar quente “sobe” e sai do ambiente. Isto força a entrada de ar fresco pelas aberturas nos pontos mais baixos do ambiente.
Os gases aquecidos espalham-se preenchendo o ambiente e, de cima para baixo, forçam o ar frio a permanecer junto ao solo; eventualmente, causam a ignição dos combustíveis nos níveis mais altos do ambiente.
Este ar aquecido é uma das razões pelas quais os bombeiros devem se manter abaixados e usar o equipamento de proteção respiratória. Uma inspiração desse ar superaquecido pode queimar os pulmões. Neste momento, a temperatura nas regiões superiores (nível do teto) pode exceder 700 ºC.
“Flashover”
Na fase da queima livre, o fogo aquece gradualmente todos os combustíveis do ambiente. Quando determinados combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma queima instantânea e concomitante desses produtos, o que poderá provocar uma explosão ambiental, ficando toda a área envolvida pelas chamas. Esse fenômeno é conhecido como “Flashover”.
FASE DA QUEIMA LENTA
Como nas fases anteriores, o fogo continua a consumir oxigênio, até atingir um ponto onde o comburente é insuficiente para sustentar a combustão. Nesta fase, as chamas podem deixar de existir se não houver ar suficiente para mantê-las (na faixa de 8% a 0% de oxigênio).
O fogo é normalmente reduzido a brasas, o ambiente torna-se completamente ocupado por fumaça densa e os gases se expandem. Devido à pressão interna ser maior que a externa, os gases saem por todas as fendas em forma de lufadas, que podem ser observadas em todos os pontos do ambiente. E esse calor intenso reduz os combustíveis a seus componentes básicos, liberando, assim, vapores combustíveis.
“Backdraft”
A combustão é definida como oxidação, que é uma reação química na qual o oxigênio combina-se com outros elementos.
O carbono é um elemento naturalmente abundante, presente, entre outros materiais, na madeira. Quando a madeira queima, o carbono combina com o oxigênio para formar dióxido de carbono (CO2), ou monóxido de carbono (CO). Quando o oxigênio é encontrado em quantidades menores, o carbono livre (C) é liberado, o que pode ser notado na cor preta da fumaça.
Na fase de queima lenta em um incêndio, a combustão é incompleta porque não há oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Contudo, o calor da queima livre permanece, e as partículas de carbono não queimadas (bem como outros gases inflamáveis, produtos da combustão) estão prontas para incendiar-se rapidamente assim que o oxigênio for suficiente. Na presença de oxigênio, esse ambiente explodirá. A essa explosão chamamos “Backdraft”.
A ventilação adequada permite que a fumaça e os gases combustíveis superaquecidos sejam retirados do ambiente. Ventilação inadequada suprirá abundante e perigosamente o local com o elemento que faltava (oxigênio), provocando uma explosão ambiental.
As condições a seguir podem indicar uma situação de “Backdraft”:
Fumaça sob pressão, num ambiente fechado;
Fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada) e saindo do ambiente em forma de lufadas;
Calor excessivo (nota-se pela temperatura na porta);
Pequenas chamas ou inexistência destas;
Resíduos da fumaça impregnando o vidro das janelas;
Pouco ruído; e
Movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura é feita (em alguns casos ouve-se o ar assoviando ao passar pelas frestas).
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO
Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementos essenciais que provocam o fogo.
RETIRADA DO MATERIAL
É a forma mais simples de se extinguir um incêndio. Baseia-se na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão. Método também denominado corte ou remoção do suprimento do combustível.
Ex: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso, retirado de materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.
RESFRIAMENTO
É o método mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que está queimando, diminuindo, conseqüentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis. A água é o agente extintor mais usado, por ter grande capacidade de absorver calor e ser facilmente encontrada na natureza.
A redução da temperatura está ligada à quantidade e à forma de aplicação da água (jatos), de modo que ela absorva mais calor que o incêndio é capaz de produzir.
É inútil o emprego de água onde queimam combustíveis com baixo ponto de combustão (menos de 20ºC), pois a água resfria até a temperatura ambiente e o material continuará produzindo gases combustíveis.
ABAFAMENTO
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material combustível. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo. Como exceção estão os materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco.
Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o combustível vai tornando a combustão mais lenta, até a concentração de oxigênio chegar próxima de 8%, onde não haverá mais combustão. Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo álcool em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são duas experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em contato com o combustível.
Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais etc.
QUEBRA DA REAÇÃO QUÍMICA EM CADEIA
Certos agentes extintores, quando lançados sobre o fogo, sofrem ação do calor, reagindo sobre a área das chamas, interrompendo assim a “reação em cadeia” (extinção química). Isso ocorre porque o oxigênio comburente deixa de reagir com os gases combustíveis. Essa reação só ocorre quando há chamas visíveis.
CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS E MÉTODOS DE EXTINÇÃO
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação em que se encontram. Essa classificação é feita para determinar o agente extintor adequado para o tipo de incêndio específico. Entendemos como agentes extintores todas as substâncias capazes de eliminar um ou mais dos elementos essenciais do fogo, cessando a combustão.
Essa classificação foi elaborada pela NFPA (National Fire Protection Association – Associação Nacional de Proteção a Incêndios/EUA), adotada pela IFSTA (International Fire Service Training Association – Associação Internacional para o Treinamento de Bombeiros/EUA) e também adotada pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.
INCÊNDIO CLASSE “A”
Incêndio envolvendo combustíveis sólidos comuns, como papel, madeira, pano, borracha. É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e por queimar em razão do seu volume, isto é, a queima se dá na superfície e em profundidade.
Método de extinção
Necessita de resfriamento para a sua extinção, isto é, do uso de água ou soluções que a contenham em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em combustão, abaixo do seu ponto de ignição.
O emprego de pós-químicos irá apenas retardar a combustão, não agindo na queima em profundidade.
INCÊNDIO CLASSE “B”
Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis. É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta e não em profundidade.
Método de extinção
Necessita para a sua extinção do abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em cadeia. No caso de líquidos muito aquecidos (ponto da ignição), é necessário resfriamento.
INCÊNDIO CLASSE “C”
Incêndio envolvendo equipamentos energizados. É caracterizado pelo risco de vida que oferece ao bombeiro.
Método de extinção
Para a sua extinção necessita de agente extintor que não conduza a corrente elétrica e utilize o princípio de abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em cadeia.
Esta classe de incêndio pode ser mudada para “A”, se for interrompido o fluxo elétrico. Deve-se ter cuidado com equipamentos (televisores, por exemplo) que acumulam energia elétrica, pois estes continuam energizados mesmo após a interrupção da corrente elétrica.
INCÊNDIO CLASSE “D”
Incêndio envolvendo metais combustíveis pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, zircônio). É caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns (principalmente os que contenham água).
Método de extinção
Para a sua extinção, necessita de agentes extintores especiais que se fundam em contato com o metal combustível, formando uma espécie de capa que o isola do ar atmosférico, interrompendo a combustão pelo princípio de abafamento. Os pós-especiais são compostos dos seguintes materiais:
cloreto de sódio, cloreto de bário, monofosfato de amônia, grafite seco. O princípio da retirada do material também é aplicável com sucesso nesta classe de incêndio.
EXTINTORES
Extintores são recipientes metálicos que contêm em seu interior agente extintor para o combate imediato e rápido a princípios de incêndio. Podem ser portáteis ou sobre rodas, conforme o tamanho e a operação. Os extintores portáteis também são conhecidos simplesmente por extintores e os extintores sobre rodas, por carretas.
Classificam-se conforme a classe de incêndio a que se destinam: “A”, “B”, “C”, “D” e “ABC”. Para cada classe de incêndio há um ou mais extintores adequados.
Todo o extintor possui, em seu corpo, rótulo de identificação facilmente localizável.
O rótulo traz informações sobre as classes de incêndio para as quais o extintor é indicado e instruções de uso.
O êxito no emprego dos extintores dependerá de:
- fabricação de acordo com as normas técnicas (ABNT);
- distribuição apropriada dos aparelhos;
- inspeção periódica da área a proteger;
- manutenção adequada e eficiente;
- pessoal habilitado no manuseio correta.
Os extintores devem conter uma carga mínima de agente extintor em seu interior, chamado de unidade extintora e que é especificada em norma.
AGENTES EXTINTORES
ÁGUA
É o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por resfriamento, devido a sua propriedade de absorver grande quantidade de calor. Atua também por abafamento (dependendo da forma como é aplicadas, neblina, jato contínuo, etc.).
A água é o agente extintor mais empregado, em virtude do seu baixo custo e da facilidade de obtenção. Em razão da existência de sais minerais em sua composição
química, a água conduz eletricidade e seu usuário, em presença de materiais energizados, pode sofrer choque elétrico. Quando utilizada em combate a fogo em líquidos inflamáveis, há o risco de ocorrer transbordamento do líquido que está queimando, aumentando, assim, a área do incêndio.
ESPUMA
A espuma pode ser química ou mecânica conforme seu processo de formação. Química, se resultou da reação entre as soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio; mecânica, se a espuma foi produzida pelo batimento da água, LGE (líquido gerador de espuma) e ar.
A rigor, a espuma é mais uma das formas de aplicação da água, pois constitui-se de um aglomerado de bolhas de ar ou gás (CO2) envoltas por película de água. Mais leve que todos os líquidos inflamáveis, é utilizada para extinguir incêndios por abafamento e, por conter água, possui uma ação secundária de resfriamento.
PÓ QUÍMICO SECO
Os pós-químicos secos são substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio ou cloreto de potássio, que, pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo, extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e por abafamento.
O pó deve receber um tratamento anti-higroscópico para não umedecer evitando assim a solidificação no interior do extintor.
Para o combate a incêndios de classe “D”, utilizamos pós à base de cloreto de sódio, cloreto de bário, monofosfato de amônia ou grafite seco.
GÁS CARBÔNICO (CO2)
Também conhecido como dióxido de carbono ou CO2 , é um gás mais denso (mais pesado) que o ar, sem cor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não venenoso (mas asfixiante). Age principalmente por abafamento, tendo, secundariamente, ação de resfriamento.
Por não deixar resíduos nem ser corrosivo é um agente extintor apropriado para combater incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais telefônicas e computadores).
COMPOSTOS HALOGENADOS (HALON)
São compostos químicos formados por elementos halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo).
Atuam na quebra da reação em cadeia devido às suas propriedades específicas e, de forma secundária, por abafamento. São ideais para o combate a incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis, sendo mais eficientes que o CO2.
EXTINTORES PORTÁTEIS
São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combater princípios de incêndio.
Recebem o nome do agente extintor que transportam em seu interior (por exemplo:
extintor de água, porque contém água em seu interior).
OS EXTINTORES PODEM SER:
Extintor de água:
Pressurizado.
Pressão injetada.
Manual, tipo costal ou cisterna.
Extintor de espuma:
Mecânica (pressurizado).
Mecânica (pressão injetada).
Química.
Extintor de pó químico seco:
Pressurizado.
Pressão injetada.
Extintor ABC:
Extintor de gás carbônico
Extintor de composto halogenado
Mangueiras de Incêndio – Como especificar?
A Norma Brasileira que aborda os aspectos construtivos e de desempenho das mangueiras de combate a incêndio é a norma ABNT NBR 11861.
Classificação das mangueiras de incêndio":
Tabela de tipos e manutenção de mangueiras:
Acondicionamento de mangueiras de Incêndio:
Cronologicamente podemos dividir a criação desta norma em duas fases:
A primeira fase abrangeu a elaboração do primeiro texto base que foi editado por volta de 1990 sob a especificação EB 2161. Em 1992 essa codificação foi transformada para a Norma NBR 11861, tendo sua validade até setembro de 1998.
Readequando-se às necessidades do mercado, essa norma passou por uma revisão. Sendo esta publicada em outubro de 1998.
Nessa revisão uma das principais mudanças foi a obrigatoriedade, por parte dos fabricantes, em comercializar mangueiras de incêndio com união. Essa mudança causou uma grande evolução para o mercado, principalmente para as duas pontas da cadeia produtiva. Por um lado o fabricante, que ao comercializar o produto com união obteve uma diminuição considerável de reclamações provenientes de clientes que ao utilizar a mangueira, percebia vazamentos próximos a união ou até mesmo desempatamento da mangueira, por outro lado o consumidor, com um ganho de qualidade e uma maior confiabilidade no produto adquirido.
Uma segunda mudança trazida com a revisão da norma foi a inclusão de um ensaio que estabeleceu critérios mínimos de resistência a à abrasão, proporcionando ao produto uma maior durabilidade.
Sendo assim, foi definido como mangueira de incêndio: “Equipamento de combate a incêndio, constituído essencialmente por um duto flexível dotado de uniões.”
Por meio da evolução proporcionada pela revisão de 1998, foi possível estabelecer um processo de certificação sustentável. A partir deste momento, o setor ganhou maior credibilidade, possuindo um produto tecnicamente confiável. Na prática, ofereceu aos consumidores maior confiança no combate aos incêndios.
1. ESPECIFICAÇÕES DA NORMA NBR 11861
Como foi descrito acima, a norma criou a definição de mangueira como sendo:
“Equipamento de combate a incêndio, constituído essencialmente por um duto flexível dotado de uniões.”
1.1 Identificação na mangueira
Com o objetivo de proporcionar ao usuário maior facilidade na hora de comprar mangueiras de combate a incêndio, essas devem ser identificadas nas duas extremidades com:
Ø NOME OU MARCA DO FABRICANTE
Ø NÚMERO DA NORMA (NBR 11861)
Ø TIPO DE MANGUEIRA
Ø MÊS E ANO DE FABRICAÇÃO
É de extrema importância que, ao comprar ou inspecionar mangueiras, o consumidor verifique a presença desta identificação nas duas extremidades.
Cuidado com a marcação indevida.
No momento da inspeção, se for constatada uma identificação em desacordo com estabelecido na norma NBR 11861, o consumidor deve alertar as autoridades competentes, pois esse produto pode ter sofrido adulteração.
Identificação da Marca de conformidade ABNT
Além das especificações estabelecidas na norma, os fabricantes de mangueiras que possuem a MARCA DE CONFORMIDADE ABNT, são obrigados a identificar seus produtos com o selo representativo da marca.
1.2 Especificação e Aplicação Adequadas
A escolha correta do tipo de mangueira garante um desempenho adequado e uma maior durabilidade da mangueira. Essa escolha deve obedecer à alguns critérios tais como, local destinado ao uso da mangueira; pressão máxima de trabalho a que será submetida e as condições de abrasividade.
Sistema de hidrantes
É um sistema de proteção ativa, destinado a conduzir e distribuir tomadas de água, com
determinada pressão e vazão em uma edificação, assegurando seu funcionamento por
determinado tempo.
Sua finalidade é proporcionar aos ocupantes de uma edificação, um meio de combate para
os princípios de incêndio no qual os extintores manuais se tornam insuficientes.
Componentes do Sistema
Os componentes de um sistema de hidrantes são:
1) reservatório de água, que pode ser subterrâneo, ao nível do piso elevado;
2) sistema de pressurização.
O sistema de pressurização consiste normalmente em uma bomba de incêndio, dimensionada a propiciar um reforço de pressão e vazão, conforme o dimensionamento hidráulico de que o sistema necessitar.
Quando os desníveis geométricos entre o reservatório e os hidrantes são suficientes para
propiciar a pressão e vazão mínima requeridas ao sistema, as bombas hidráulicas são
dispensadas.
Seu volume deve permitir uma autonomia para o funcionamento do sistema, que varia
conforme o risco e a área total do edifício.
3) Conjunto de peças hidráulicas e acessórios.
São compostos por registros (gaveta, ângulo aberto e recalque), válvula de retenção,
esguichos e etc.;
4) Tubulação:
A tubulação é responsável pela condução da água, cujos diâmetros são determinados, por
cálculo hidráulico.
5) Forma de acionamento do sistema
As bombas de recalque podem ser acionadas por botoeiras do tipo liga-desliga,
pressostatos, chaves de fluxo ou uma bomba auxiliar de pressurização (jockey).
O Corpo de Bombeiros, em sua intervenção a um incêndio, pode utilizar a rede hidrantes
(principalmente nos casos de edifícios altos). Para que isto ocorra, os hidrantes devem ser
instalados em todos os andares, em local protegido dos efeitos do incêndio, nas
proximidades das escadas de segurança.
A canalização do sistema de hidrante deve ser dotada de um prolongamento até o exterior
da edificação de forma que possa permitir, quando necessário, recalcar água para o sistema
pelas viaturas do Corpo de Bombeiros.
GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO (GLP)
O gás liquefeito de petróleo (GLP) é mais conhecido no Brasil como "gás de cozinha", por sua ampla utilização em cocção. Normalmente comercializado em botijões no estado líquido, torna-se gasoso à pressão atmosférica e temperatura ambiente, na hora de sua utilização em fogão. É caracterizado por sua grande aplicabilidade como combustível, graças à facilidade de armazenamento e transporte a partir do seu engarrafamento em vasilhames (botijões, cilindros ou tanques).
Por ser um produto inodoro, é adicionado um composto a base de enxofre para caracterizar seu cheiro. Dessa forma, é possível detectar eventuais vazamentos. É o mais leve dos derivados do petróleo, formado por uma mistura de gases propano e butano, gerando uma combustão sem resíduos tóxicos. É uma fonte limpa de energia, não é corrosivo e nem poluente. Também não é tóxico, mas se inalado em grande quantidade tem efeito anestésico.
Apesar de, no Brasil, ser usado em sua grande maioria para fins residenciais de cocção, uma parcela da produção de GLP é utilizada pela indústria, por exemplo, de vidros, cerâmica, agrícola e alimentícia.
Gás Liquefeito de Petróleo (GLP):
Produto constituído de hidrocarbonetos com três ou quatro átomos de carbono (propano, butano), podendo apresentar-se misturados entre si. Sua produção está essencialmente ligada à de petróleo.
Gás Natural (GN): Hidrocarbonetos combustíveis gasosos, essencialmente metano, cuja produção pode ser associada ou não à de petróleo.
Na composição do GLP, a mistura ideal é de 50% de propano + 50% de butano, mas ocorrem variações nesta composição. Se tivermos uma proporção de propano maior do que a de butano, teremos um GLP rico, com mais pressão e menos peso. Se ocorrer o inverso, teremos um GLP pobre, com mais peso e menos pressão.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS
Currículo das Aulas:
>> Fogo: incêndio definição; elementos essenciais do fogo; tetraedo do fogo; formas de propagação.
>> Classes de incêndio; pontos de temperatura; tipos de combustíveis, características gerais do GLP.
>> Fases de um incêndio, métodos de propagação.
>> Atribuições de um brigadista.
>> Extintores e hidrantes; tipos e características.
>> Exercício prático e simulado com uso de equipamentos ativos e passivos (extintores, mangueiras, luz de emergência e etc.)
COMO ACESSAR O LOCAL:
Abra as portas com cuidado, não se para em pé ou defronte a uma porta, mantenha-se lateralmente a ela e abra agachado. Se houver fogo no compartimento, o calor e os produtos da combustão passarão por cima de você. Utilize as portas que abrem em sua direção como um “escudo” (Fig 16), pois tal ação visa resguardar os profissionais dos fenômenos “Backdraf e Flashover”.
Backdraft, Flashover e Rollover
Disponha sempre de uma linha (pode ser até mesmo um duto condutor de água de uma residência) de proteção para adentrar em compartimentos em chamas; e, Não abra a porta aleatoriamente se houver sinais de backdraft como a saída de fumaça sob pressão pelas frestas de portas ou janelas, ou outros, visto que há risco de ocorrer uma explosão ambiental pela entrada súbita de ar.
PROGRESSÃO DO AMBIENTE
Não ande aleatoriamente, planeje sua busca, mova-se em direção a luz, ventilação e rotas de fuga secundarias.
Comece as buscas, sempre que possível, pela parede que acessa para o exterior (nunca perca contato com a parede de referência), isso permitirá que você ventile o ambiente abrindo janelas, tão logo seja possível.
Vasculhe todo o local, procure em todos os pequenos compartimentos, armários e boxes de banho. Mova todos os móveis, procurando atrás e sob eles por vezes pessoas morrem asfixiadas fechando-se em banheiros e abrindo torneiras e chuveiros, pensando estarem protegidas do fogo, esquecem-se dos efeitos da fumaça e calor.
Há situações também em que o fogo é provocado por brincadeiras de crianças, que então escondem-se debaixo de camas ou dentro dos guarda-roupas, intimidadas pelo que fizeram, acabando asfixiadas pela fumaça.
A FUMAÇA E SEUS EFEITOS
Fumaça é geralmente uma mistura de partículas sólidas, gotículas de água ou outro líquido e gases oriundos dos materiais envolvidos no fogo, na maioria das vezes é tóxica, a quantidade de fumaça gerada do incêndio depende do tamanho do incêndio e o material da queima.
O comportamento e o movimento depende da temperatura. O fogo atingirá o ar e a fumaça ao redor, uma vez que o ar quente é menos denso que o ar fresco, então a fumaça tende a subir rapidamente e com maior velocidade.
Quando a fumaça e o ar resfriar, este efeito vai parar, e a fumaça tenderá a formar camadas.
O movimento de fumaça então será mais afetado pela turbulência do ar causado pelas aberturas feitas no compartimento, o deslocamento de pessoas ou uso de esguichos do que a temperatura.
Os gases encontrados na fumaça representam uma grave ameaça para a integridade física, tanto das possíveis vítimas, como profissional que a socorrerá, sendo que os seus efeitos podem variar dependendo do produto que estiver sendo oxidado, Dentre as lesões, podemos citar a falta de ar (hipoxia), irritação do estômago pela ingestão de partículas sólidas causando náuseas e vômitos, irritação pulmonar produzida pela inalação de gases irritantes, intoxicação, hiperventilação e exaustão pelo calor e ataques cardíacos, além do comprometimento da visão, por partículas irritantes.
Tal fato reforça os procedimentos
operacionais adotados em nossa Corporação no uso de proteção respiratória por ocasião de atendimento em ocorrências de incêndio, por mais inofensivos que pareçam ser.
Mesmo se executando uma ventilação satisfatória, em hipótese alguma podemos descartar o uso de proteção respiratória. Em uma ocorrência é impraticável uma análise efetiva que possa identificar quais são os contaminantes que se encontram naquela atmosfera sinistrada, razão pela qual não utilizamos filtros, pois tal equipamento não nos oferece uma margem de segurança satisfatória, já os equipamentos autônomos, podemos ter uma maior confiabilidade, visto que o ar recebido, independe do ambiente que estejamos.
Mesmo não podendo qualificar os gases que encontramos em um local de sinistro, podemos destacar alguns que pelas características gerais do mobiliário, equipamentos e tipos de revestimento, são comuns a quase todas as edificações e portanto, apresentam semelhança em locais atingidos pelo fogo, podendo apresentar variações de acordo com os seguintes fatores:
A natureza do combustível;
A concentração de oxigênio;
A temperatura de evolução dos gases; e
A taxa de aquecimento.
Alguns tipos de gases e seus efeitos no organismo:
Monóxido de carbono
Uma grande parte das mortes ocorridas em locais de incêndio são produzidas pelo monóxido de carbono (CO). Este gás incolor, inodoro e insípido está presente em cada incêndio. A pouca quantidade de oxigênio e a queima incompleta dos materiais inflamáveis provocam a liberação de grande quantidade deste gás.
Apesar de estar sujeita a muitas variações, uma boa regra para identificar-se grandes concentrações de monóxido de carbono é observar a cor da fumaça produzida. Quanto mais escura a fumaça, maior é o nível de CO. Fumaça negra é rica em partículas de carbono e monóxido de carbono, devido à combustão incompleta.
O monóxido de carbono não atua diretamente sobre o corpo humano, mas afeta diretamente a oxigenação do sangue.
A hemoglobina presente no sangue combina facilmente com o oxigênio, formando uma combinação química instável chamada oxiemoglobina.
Devido à afinidade da hemoglobina com o monóxido de carbono, ela se combina com esta substância, 200 vezes mais rápido do que com o oxigênio.
Assim, cada molécula de CO irá reagir com uma hemoglobina presente no sangue, formando um composto estável, o qual é chamado de carboxiemoglobina. Esta situação, a perdurar-se por determinado tempo, levará a uma eventual hipoxia do cérebro e dos tecidos, seguindo-se a morte, caso o processo não seja revertido.
Como o monóxido de carbono é produzido em abundância nos incêndios em locais confinados, outra razão para uma rápida e eficiente ventilação destes espaços é a sua inflamabilidade.
Com um amplo limite de inflamabilidade que vai dos 12,5% a 74% e um ponto de ignição a 609C, o CO é um dos mais perigosos e destrutivos gases com os quais um bombeiro pode deparar-se em um incêndio.
O monóxido de carbono é o maior agente proporcionador das condições da ocorrência do fenômeno conhecido por “Backdraft .
Mesmo depois de restabelecida a visibilidade na área confinada, onde tenha ocorrido um incêndio, muitos produtos da combustão, embora invisíveis e sem odor, estão presentes em concentrações perigosas. Além do monóxido de carbono, que sempre estará presente após um processo de combustão, muitos outros gases, também tóxicos, poderão estar no ambiente confinado, dependendo dos tipos de materiais que se encontravam no local.
Caso haja disponibilidade, um detector de gases é de fundamental importância para verificar as condições da atmosfera do recinto e detectar a presença de possíveis gases que possam trazer resultados maléficos para os bombeiros e vítimas.
Uma ventilação bem realizada poderá reduzir os níveis de monóxido de carbono e outros gases tóxicos na atmosfera do local, minimizando os seus resultados nefastos.
Tabela 1 - Efeitos do monóxido de carbono sobre o corpo humano Fonte: AFFONSO, L.
PORCENTAGEM NO AR E SINTOMAS
0,01% >> Nenhum sintoma.
0,02% >> Leve dor de cabeça.
0,04% >> Dor de cabeça, quando exposto de 1 a 2 horas
0,08% >> Dor de cabeça depois de 45 minutos; náuseas; inconsciência depois de 2 horas.
0,10% >> Inconsciência depois de 1 hora.
0,16% >> Dor de cabeça, vertigem e náuseas depois de 20 minutos.
0,32% >> Dor de cabeça, vertigem e náuseas entre 5 a 10 minutos; inconsciência depois de 30 minutos.
0,64% >> Dor de cabeça e vertigem entre 1 a 2 minutos, inconsciência entre 10 a 15 minutos.
1,28% >> Inconsciência imediata e perigo de morte dentro de 1 a 3 minutos.
A. M. Ventilação forçada por esguicho regulável. São Paulo: CAES-CAO-II, 1996, p. 20.
Acroleína
É um poderoso irritante das vias respiratórias que é produzido quando se queimam materiais à base de polietileno e também quando materiais que contenham celulose, como a madeira e outros produtos naturais, queimam sem chama. Ele é comumente utilizado na indústria farmacêutica, de herbicidas e de gás lacrimogêneo.
Gás clorídrico
É um gás irritante e incolor, proveniente da decomposição térmica de materiais que contenham cloro em sua constituição, como é o caso do cloreto de polivinila (PVC).
Em baixas concentrações, como 0,0075%, produz irritação profunda nos olhos e nas vias aéreas superiores. Na concentração de 1,7%, durante 5 minutos, pode provocar incapacidade física.
Gás carbônico ou dióxido de carbono
É um gás incolor, inodoro e não inflamável, produzido pela combustão do carbono quando há excesso de oxigênio, como ocorre nas “queimadas”, incêndios, queima de lenha, de petróleo etc. Se por um lado ele não é irritante, por outro, é asfixiante, pois exclui o oxigênio do espaço confinado.
À medida que aumenta a proporção do dióxido de carbono no ambiente, uma pessoa que esteja exposta diretamente à ação deste gás terá o seu sistema respiratório estimulado e sua freqüência respiratória aumentada até que, em determinada concentração, a freqüência respiratória diminuirá e os movimentos respiratórios cessarão, levando a vítima à morte.
Em ambientes de elevada concentração de gás carbônico, a vítima, exposta à sua ação, terá um cansaço prematuro e poderá sofrer um dano maior provocado por outros gases tóxicos existentes no local.
Gás cianídrico
Trata-se de um gás incolor com um odor característico de amêndoa. É vinte vezes mais tóxico do que o monóxido de carbono. É um gás asfixiante e pode ser absorvido pela pele. O gás cianídrico (HCN) é produzido pela combustão de produtos naturais, como a lã, a seda e outros sintéticos, como o náilon e a espuma de poliuretano, que contenham nitrogênio em sua constituição.
A vítima, ao inalar este gás, terá a respiração entrecortada, espasmos musculares e aumento da frequência cardíaca.
Se inspirado em concentração de 0,0135% em relação ao ar atmosférico, poderá causar a morte da vítima em 30 minutos; se a concentração for de 0,027%, matará quase que imediatamente.
Óxidos de nitrogênio
São gases altamente tóxicos, liberados durante a combustão de certos plásticos. Devido ao fato do óxido nítrico (NO) converter-se em dióxido de nitrogênio (NO2) na presença de oxigênio e pequena quantidade de água, o dióxido de nitrogênio é a substância que mais preocupa os bombeiros.
O dióxido de nitrogênio é um gás irritante para as vias aéreas superiores e pode ter um efeito retardado. Os vapores e a fumaça dos óxidos de nitrogênio têm uma cor marrom avermelhada ou cor de cobre.
Fosgênio
Trata-se de um gás incolor e altamente tóxico, com um odor desagradável que se assemelha ao cheiro de feno mofado. Ele pode ser produzido quando gases refrigerantes, como o freon, entram em contato com o fogo. A sua ocorrência pode ser esperada, normalmente, em incêndios em frigoríficos, bem como em sistemas de ar condicionado.
O fosfogênio é um forte irritante do trato pulmonar e o seu efeito danoso pode ser evidenciado mesmo depois de várias horas após a exposição.
BLEVE
É formado pela sigla da expressão inglesa: boilling liquid expanding vapour explosion, que corresponde em explosão de vapores em expansão, a partir de um liquido em ebulição.
Ocorre com a ruptura de um recipiente de estocagem de combustíveis líquidos, como consequência de fogo externo.
Historicamente temos em nossa memória vários acidentes envolvendo incêndios em prédios residências. Infelizmente nestes incêndios perdem-se vidas, há um grande prejuízo financeiro o que afeta a sociedade como um todo. Entretanto, foi a partir desses acidentes ocorridos ao longo do tempo, que normas e códigos foram surgindo, sendo fundamental falar da prevenção e combate a incêndios.
Em uma edificação, a segurança contra o fogo está totalmente relacionada ao que acontece nos momentos seguintes ao surgimento do foco de incêndio. É nesse curto intervalo de tempo que os aparatos incorporados de combate ao fogo têm melhor chance de sucesso. Isso porque, passada a fase inicial de produção de calor, caso nenhuma medida de combate seja tomada, ocorre a chamada inflamação generalizada, quando as temperaturas podem alcançar entre 700ºC e 1.000ºC.
Sendo assim, são três pontos fundamentais que devem ser considerados na prevenção e combate à incêndios:
• O local de instalação dos extintores;
• A manutenção dos equipamentos de combate a incêndio;
• Treinamento para utilização.
1) O projeto de instalação de extintores num prédio ou condomínio deve levar em consideração as normas técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
O extintor deve ser instalado num local onde haja a menor possibilidade do fogo bloquear seu acesso, seja visível para que todos que circulam pelo ambiente possam saber de sua presença, fique protegido contra intempéries e que sua retirada não seja dificultada.
2) Os extintores devem ser submetidos à manutenção periódica, sempre de acordo com as normas vigentes, para que seja respeitado o prazo de validade do mesmo. Os responsáveis pelo condomínio devem fazer a troca e controle dos equipamentos, nunca deixando estender o período de validade, e sempre procurando trocar o extintor antes do prazo de vencimento.
Na hora de trocar ou escolher o equipamento, os responsáveis devem ficar atentos a alguns itens essenciais:
o extintor deve conter o selo do Inmetro, mangueira, prazo de validade, lacre intacto, não apresentar sinais de desgaste e manômetro – aparelho que indica a qualidade do conteúdo, que deve sempre indicar a cor verde.
É importante também ter um responsável pelos documentos de inspeção técnica.
3) Para o uso correto dos extintores, é necessário um treinamento para um grupo de pessoas dentro do prédio e condomínio, assim, durante um foco de incêndio, elas já terão conhecimento prévio para utilizar o equipamento e colocá-lo em prática.
É indicado que essas pessoas responsáveis passem por um treinamento anual com profissionais habilitados no assunto, como representantes do Corpo de Bombeiros, para facilitar a usabilidade dos mesmos.
Referências:
PREDIAL, P. A. Extintores: 7 coisas que você precisa saber! Blog da Imobiliária Auxiliadora Predial: Dicas úteis sobre imóveis.
FREIRE, C. D. DA R. Projeto de Proteção Contra Incêndio (PPCI) de um prédio residencial no centro de Porto Alegre. 2009.
ATRIBUIÇÕES DA BRIGADA DE INCÊNDIO
AÇÕES DE PREVENÇÃO:
>>avaliação dos riscos existentes;
>> inspeção geral dos equipamentos de combate a incêndio;
>> inspeção geral das rotas de fuga;
>> elaboração de relatório das irregularidades encontradas;
>> encaminhamento do relatório aos setores competentes;
>> orientação à população fixa e flutuante; e exercícios simulados.
AÇÕES DE EMERGÊNCIA:
> identificação da situação;
> alarme / abandono de área;
> acionamento do Corpo de Bombeiros e / ou ajuda externa;
> corte de energia;
> primeiros socorros;
> combate ao princípio de incêndio;
> recepção e
orientação ao Corpo de Bombeiros;
> preenchimento do formulário de registro de trabalho dos bombeiros; e
> encaminhamento do formulário ao Corpo de Bombeiros para atualização de dados estatísticos.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE EMERGÊNCIA
ALERTA
Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode alertar, por meio de meios de comunicação disponíveis, os ocupantes e os brigadistas.
ANÁLISE DA SITUAÇÃO
Após o alerta, a brigada deve analisar a situação, desde o início até o final do sinistro.
Havendo necessidade, acionar o Corpo de Bombeiros e apoio externo, e desencadear os procedimentos necessários, que podem ser priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com o número de brigadistas e os recursos disponíveis no local.
PRIMEIROS SOCORROS
Prestar primeiros socorros às possíveis vítimas, mantendo ou restabelecendo suas funções vitais com SBV (Suporte Básico da Vida) e RCP (Reanimação cardiopulmonar) até que se obtenha o socorro especializado.
CORTE DE ENERGIA
Cortar, quando possível ou necessário, a energia elétrica dos equipamentos, da área ou geral.
ABANDONO DE ÁREA
Proceder ao abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme comunicação preestabelecida, removendo para local seguro, a uma distância mínima de 100 m do local do sinistro, permanecendo até a definição final.
CONFINAMENTO DO SINISTRO
Evitar a propagação do sinistro e suas conseqüências.
ISOLAMENTO DA ÁREA
Isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a garantir os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem ao local.
EXTINÇÃO
Eliminar o sinistro, restabelecendo a normalidade.
INVESTIGAÇÃO
Levantar as possíveis causas do sinistro e suas conseqüências e emitir relatório para discussão nas reuniões extraordinárias, com o objetivo de propor medidas corretivas para evitar a repetição da ocorrência.
Com a chegada do corpo de bombeiros, a brigada deve ficar a sua disposição.
Para a elaboração dos procedimentos básicos de emergência deve-se consultar o fluxograma constante no exemplo 4.
CONTROLE DO PROGRAMA DE BRIGADA DE INCÊNDIO
REUNIÕES ORDINÁRIAS
Devem ser realizadas reuniões mensais com os membros da brigada, com registro em ata, onde são discutidos os seguintes assuntos:
> funções de cada membro da brigada dentro do plano;
> condições de uso dos equipamentos de combate a incêndio;
> apresentação de problemas relacionados à prevenção de incêndios encontrados nas inspeções para que sejam feitas propostas corretivas;
> atualização das técnicas e táticas de combate a incêndio;
> alterações ou mudanças do efetivo da brigada; e
> outros assuntos de interesse.
REUNIÕES EXTRAORDINÁRIAS
Após a ocorrência de um sinistro ou quando identificada uma situação de risco iminente, fazer uma reunião extraordinária para discussão e providências a serem tomadas. As decisões tomadas são registradas em ata e enviadas às áreas competentes para as providências pertinentes.
EXERCÍCIOS SIMULADOS
Deve ser realizado, a cada 6 meses, no mínimo um exercício simulado no estabelecimento ou local de trabalho com participação de toda a população. Imediatamente após o simulado, deve ser realizada uma reunião extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas. Deve ser elaborada ata na qual conste:
> horário do evento;
> tempo gasto no abandono;
> tempo gasto no retorno;
> tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;
> atuação da brigada;
> comportamento da população;
> participação do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada;
> ajuda externa (PAM - Plano de Auxílio Mútuo);
> falhas de equipamentos;
> falhas operacionais; e
> demais problemas levantados na reunião.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
Em caso de simulado ou incêndio adotar os seguintes procedimentos:
> manter a calma;
> caminhar em ordem sem atropelos;
> não correr e não empurrar;
> não gritar e não fazer algazarras;v
> não ficar na frente de pessoas em pânico, se não puder acalmá-las, evite-as. Se possível avisar um brigadista;
> todos os empregados, independente do cargo que ocupar na empresa, devem seguir rigorosamente as instruções do brigadista;
> nunca voltar para apanhar objetos; Ao sair de um lugar, fechar as portas e janelas sem trancá-las;
> não se afastar dos outros e não parar nos andares;
> levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;
> sapatos de salto alto, devem ser retirados;
> não acender ou apagar luzes, principalmente se sentir cheiro de gás;
> deixar a rua e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de socorro médico;
> ver como seguro, local pré-determinado pela brigada e aguardar novas instruções;
Em locais com mais de um pavimento:
> nunca utilizar o elevador;
> não subir, procurar sempre descer;
> ao utilizar as escadas de emergência, descer sempre utilizando o lado direito da escada;
Em situações extremas:
> nunca retirar as roupas, procurar molhá-las a fim de proteger a pele da temperatura elevada (exceto em simulados);
> se houver necessidade de atravessar uma barreira de fogo, molhar todo o corpo, roupas, sapatos e cabelo. Proteger a respiração com um lenço molhado junto à boca e o nariz; manter-se sempre o mais próximo do chão; já que é o local com menor concentração de fumaça;
> sempre que precisar abrir uma porta, verificar se ela não está quente, e mesmo assim só abrir vagarosamente;
> se ficar preso em algum ambiente, procurar inundar o local com água, sempre se mantendo molhado;
> não saltar mesmo que esteja com queimaduras ou intoxicações.