Aproveite para conhecer a apostila do Curso.
Estamos com turmas de Formação e Reciclagem em andamento, marque um horário para conhecer a escola e se informar melhor sobre os Cursos. Material de apoio diferenciado e instruções práticas na própria escola [Pista de treinamento; Confinados, Produtos Perigosos].
Observem bem os preços, as condições das escolas e principalmente a qualificação dos Instrutores/Professores.
Peçam para ver os documentos legais da Escola, a validade do AVCB e, principalmente a Licença ambiental fornecida pela CETESB (Se for o caso, quando a Escola oferece treinamentos com combustível e fogo em suas dependências, peça para ver sua licença ambiental).
Preze pelo Currículo dos professores, observe seus certificados e os periodos de conclusão dos Curso. Observe a Portaria nº CCB-008/600/14, de 10 de abril de 2014.
Perceba que temos exigências relativas a cargas horárias para atuação como Instrutor.
Compare a duração do Curso com a carga horária exigida, não seja enganado.
As aulas estarão disponibilizadas nesta página, acompanhe o conteúdo programático em sala de aula e aulas práticas e revise tudo com sua apostila e esta página de apoio.
O curso de formação do bombeiro civil
Para exercer a função de bombeiro civil, a pessoa deve fazer um curso específico, que engloba:
Legislação, normas brasileiras e normas regulamentadoras;
Aulas teóricas e práticas de prevenção e combate a incêndios, bem como de primeiros socorros;
Aula com desfibrilador e administração de oxigênio;
Balizamento de helicóptero;
Treinamento prático para todas as aulas de incêndio; altura; terrestre; etc;
Treinamento para abandono de eidifcação e planejamento do plano de abandono;
Treinamento em rapel, elevadores, etc
As diferenças entre civil e militar
Nem todo mundo entende bem as diferenças entre um bombeiro civil e um bombeiro militar, mas ter essa noção é, sim, importante, sobretudo para lidar agora com as novas regras.
Veja a seguir:
Bombeiro civil
Integra uma instituição particular, não governamental, não podendo realizar atividades de caráter público ou utilizar uniforme similar ao do bombeiro militar;
Presta serviços a empresas privadas, como shoppings, boates, restaurantes e outros;
É conhecido também como brigadista particular;
Exerce serviço em eventos específicos e áreas delimitadas.
Bombeiro militar (Aqui em São Paulo, somos policiais militares que optaram para servir na Corporação Bombeiros)
Integra uma organização estatal, dentro da estrutura da Secretaria de Segurança Pública;
É uma força auxiliar do exército;
Tem sua admissão à corporação por meio de concurso público.
Como parte integrante do Sistema de Gestão de Segurança contra Incêndio, o Corpo de Bombeiros, no uso de suas atribuições legais, publica o presente portal para fazer o credenciamento dos Centros de Formação, Instrutores e Bombeiros Civis atuantes no Estado de São Paulo.
Nesse portal, encontram-se todas as instruções e documentos necessários para o credenciamento, em atenção ao disposto na Portaria nº CCB-008/600/14, publicada no Diário Oficial do Estado nº 071, de 15 de abril de 2014, bem como são disponibilizados os links para consulta pública das escolas e dos profissionais que se encontram regularizados perante o Corpo de Bombeiros. A habilitação dos Bombeiros Civis será realizada apenas por meio dos Centros de Formação de Bombeiros Civis (não será recepcionada qualquer solicitação de credenciamento diretamente pelo Bombeiro Civil).
Para a habilitação dos Bombeiros Civis, o Centro de Formação, com credenciamento válido junto ao Corpo de Bombeiros, deve seguir os seguintes passos:
Encaminhar ao endereço eletrônico ccbdsci@policiamilitar.sp.gov.br o Formulário Credenciamento de Bombeiros Civis na extensão “.PDF” devidamente assinado e o Formulário Credenciamento de Bombeiros Civis (Planilha Eletrônica) na extensão “.XLS”;
Aguardar a análise da documentação apresentada pelo Departamento de Segurança contra Incêndio;
Se o interessado discordar do resultado, poderá impetrar recurso mediante encaminhamento do Formulário de Recurso de Credenciamento ao Departamento de Segurança contra Incêndio através do email ccbdsci@policiamilitar.sp.gov.br;
Os Instrutores de Bombeiros Civis credenciados serão publicados no presente portal, no link de consultas.
Observações:
Os CFBC devem encaminhar ao Corpo de Bombeiros, no prazo de até 30 (trinta) dias após a conclusão do curso de formação ou reciclagem a relação de Bombeiros Civis aprovados;
Os CFBC deverão encaminhar a relação dos Bombeiros Civis formados ou reciclados no período de até 01(hum) ano antes da vigência da Portaria Nº CCB-008/600/14;
Os Bombeiros Civis formados ou reciclados a mais de 01 (um) ano da data da vigência da Portaria nº CCB-008/600/14, deverão ser submetidos à nova reciclagem.
As regulamentações cabíveis
A Lei Federal de número 11.901, de 2009, disciplina a profissão de bombeiro civil no Brasil, especificando suas características. E há ainda uma norma regulamentadora – ABNT NBR 14608, de 2007 – que determina que um condomínio residencial a partir de dez mil metros quadrados com elevado risco de incêndio deve ter, no mínimo, um bombeiro civil em atividade.
Esse número pode aumentar quando outros parâmetros são considerados.
A mesma norma determina que uma indústria ou um estabelecimento que armazene produtos químicos com os mesmos dez mil metros quadrados devem ter, de início, quatro bombeiros civis por turno.
Já o projeto de lei de número 401 da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, de 2013, dispõe sobre a obrigatoriedade da contratação de bombeiros civis de acordo com o dimensionamento mínimo explicitado na ABNT NBR 14608, de 2007.
Módulo 1 – Introdução e Módulo II - Aspectos Legais
Conhecer a importância e os objetivos gerais do curso; histórico e estatísticas de incêndios.
São Paulo registrou quatro grandes incêndios em prédios nos últimos 50 anos. Maior tragédia foi o fogo que tomou o Edifício Joelma e deixou 188 vítimas em fevereiro de 1974.
1 Joelma:
Na manhã de 1º de fevereiro de 1974, o edifício pegou fogo e causou a morte de ao menos 188 pessoas. Um ar condicionado no 12º segundo andar sofreu um curto-circuito.
O fogo se alastrou pelos andares superiores do prédio, onde estavam mais de 750 pessoas naquele momento.
2 Andraus:
Em 24 de fevereiro de 1972, o sistema elétrico do edifício Andraus teve uma sobrecarga no sistema elétrico.
As chamas atingiram cinco prédios vizinhos e o incêndio causou a morte de 17 pessoas. Chegou a abrigar até 2015 parte da Secretaria Municipal de Finanças.
3 Memorial da América Latina.
Em 29 de novembro de 2013, um incêndio destruiu o auditório Simon Bolivar, no Memorial da América Latina, na zona oeste de São Paulo.
As chamas, que consumiram cadeiras, carpetes, forrações acústicas e o palco, deixaram ao menos 24 bombeiros feridos.
4 Instituto Butantan.
Em 15 de maio de 2010, o fogo consumiu parcialmente o local que abrigava coleções zoológicas no Instituto Butantan, na zona oeste de São Paulo.
Segundo laudo do IC (Instituto de Criminalística), o incêndio acidental. Na ocasião, foi destruído parte do acervo de 85 mil cobras e 450 mil aranhas e escorpiões, reunido em um século de pesquisas.
5 Teatro Cultura Artística.
Em 17 de agosto de 2008, um incêndio destruiu as duas salas de espetáculos do Teatro Cultura Artística, na região central de São Paulo.
Ninguém ficou ferido. Apenas este ano o alvará para obras no onde está o teatro foi liberado.
6 Cine Belas Artes.
Em 24 de abril de 2004, um dos complexos de cinema mais famosos da capital paulista foi atingido por um incêndio.
Uma das salas do Cine Belas Artes, na região central, ficou parcialmente destruída e a fumaça deixou uma pessoa intoxicada. Um erro de funcionários causou o incêndio. Eles instalavam carpetes usando um produto que liberava um gás inflamável.
7 Grande Avenida.
Em 14 de fevereiro de 1981, o edifício Grande Avenida, na avenida Paulista, sofreu um incêndio de grandes proporções, que causou a morte de 17 pessoas e deixou outras 53 feridas.
A causa, de acordo com os peritos do Instituto de Criminalística, havia sido um curto-circuito na rede elétrica, ocorrido a partir de uma fiação solta no forro, além de inúmeras falhas nas instalações do edifício.
8 Teatro Oficina.
Em 31 de maio de 1966, um incêndio destruiu o teatro, localizado na região central da cidade. Um curto-circuito provocou as chamas, que destruíram quase todo o edifício do grupo teatral. O teatro foi reerguido no ano seguinte, conforme concepção dos arquitetos Flávio Império (1935-85) e Rodrigo Lefèvre (1938-84).
9 Liceu de Artes e Ofícios.
Em 4 de fevereiro de 2014, um curto-circuito causou um incêndio que danificou 30 réplicas de esculturas da Grécia Antiga e Renascimento que estavam no centro cultural do Liceu de Artes e Ofícios, no centro de São Paulo. Ninguém ficou ferido.
10 Estação da Luz.
Em 6 de novembro de 1946, um incêndio, supostamente criminoso, atingiu e destruiu parcialmente o prédio da estação da Luz, no centro da capital paulista. A estação só foi reinaugurada em 1951.
Mais recente incêndio de grandes proporções no estado
Edifício no Largo do Paissandu.
Bombeiros trabalham no combate ao incêndio que atingiu o edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, região central de São Paulo (SP).
Módulo 2 - Aspectos legais [01 hora/aula]
Conhecer os aspectos legais (normas, regulamentações e legislações em todas as esferas governamentais pertinentes) relacionados à responsabilidade do bombeiro civil; uso de uniforme e atuação do bombeiro estadual.
Qual a legislação aplicada ao Curso?
Lei Federal 11.901, de 12 de janeiro de 2009: regulamenta a Profissão de Bombeiro Profissional Civil;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o O exercício da profissão de Bombeiro Civil reger-se-á pelo disposto nesta Lei.
Art. 2o Considera-se Bombeiro Civil aquele que, habilitado nos termos desta Lei, exerça, em caráter habitual, função remunerada e exclusiva de prevenção e combate a incêndio, como empregado contratado diretamente por empresas privadas ou públicas, sociedades de economia mista, ou empresas especializadas em prestação de serviços de prevenção e combate a incêndio.
§ 1o (VETADO)
§ 2o No atendimento a sinistros em que atuem, em conjunto, os Bombeiros Civis e o Corpo de Bombeiros Militar, a coordenação e a direção das ações caberão, com exclusividade e em qualquer hipótese, à corporação militar.
Art. 3o (VETADO)
Art. 4o As funções de Bombeiro Civil são assim classificadas:
I - Bombeiro Civil, nível básico, combatente direto ou não do fogo;
II - Bombeiro Civil Líder, o formado como técnico em prevenção e combate a incêndio, em nível de ensino médio, comandante de guarnição em seu horário de trabalho;
III - Bombeiro Civil Mestre, o formado em engenharia com especialização em prevenção e combate a incêndio, responsável pelo Departamento de Prevenção e Combate a Incêndio.
Art. 5o A jornada do Bombeiro Civil é de 12 (doze) horas de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de descanso, num total de 36 (trinta e seis) horas semanais.
Art. 6o É assegurado ao Bombeiro Civil:
I - uniforme especial a expensas do empregador;
II - seguro de vida em grupo, estipulado pelo empregador;
III - adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento) do salário mensal sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa;
IV - o direito à reciclagem periódica.
Art. 7o (VETADO)
Art. 8o As empresas especializadas e os cursos de formação de Bombeiro Civil, bem como os cursos técnicos de segundo grau de prevenção e combate a incêndio que infringirem as disposições desta Lei, ficarão sujeitos às seguintes penalidades:
I - advertência;
II - (VETADO)
III - proibição temporária de funcionamento;
IV - cancelamento da autorização e registro para funcionar.
Art. 9o As empresas e demais entidades que se utilizem do serviço de Bombeiro Civil poderão firmar convênios com os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, para assistência técnica a seus profissionais.
Art. 10. (VETADO)
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 12 de janeiro de 2009; 188o da Independência e 121o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
ABNT NBR 14608/2007:
Estabelece os requisitos para determinar o numero mínimo de Bombeiros Profissionais Civis em uma planta, bem como sua formação, qualificação, reciclagem e atuação;
Alguns tópicos que a NBR 14608 exige e explana sobre bombeiros civis.
3.1 bombeiro profissional civil: Elemento pertencente a uma empresa especializada, ou da própria administração do estabelecimento, com dedicação exclusiva, que presta serviços de prevenção de incêndio e atendimento de emergência em edificações e eventos, e que tenha sido aprovado no curso de formação.
3.3 brigada de incêndio: Grupo organizado de pessoas, voluntárias ou não, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono e combate a um princípio de incêndio e prestar os primeiros-socorros, dentro de uma área preestabelecida.
3.4 combate a incêndio: Conjunto de ações táticas, destinadas a extinguir ou isolar o incêndio com uso de equipamentos manuais ou automáticos.
3.5 emergência: Sinistro ou risco iminente que requeira ação imediata.
3.6 empresa especializada: Pessoa jurídica devidamente credenciada e autorizada a funcionar pelos órgãos governamentais, tendo seu funcionamento e condições regularmente fiscalizados e que disponha dos seguintes requisitos: instalações adequadas, corpo técnico compatível, recursos didáticos específicos e campo para treinamento em conformidade com a NBR 14277, no nível 3.
3.7 exercício simulado: Exercício prático realizado periodicamente para manter a brigada e os ocupantes das edificações em condições de enfrentar uma situação real de emergência.
3.8 plano de emergência: Plano estabelecido em função dos riscos da empresa, para definir a melhor utilização dos recursos materiais e humanos em situação de emergência.
3.9 prevenção de incêndio: Uma série de medidas destinadas a evitar o aparecimento de um princípio de incêndio ou, no caso de ele ocorrer, permitir combatê-lo prontamente para evitar sua propagação.
3.10 profissional habilitado: Profissional com formação em Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho, devidamente registrado nos Conselhos Regionais competentes ou no Ministério do Trabalho; e os militares das Forças Armadas, dos Corpos de Bombeiros Militares e das Polícias Militares, com 2º grau completo e que possuam especialização em Prevenção e Combate a Incêndio (carga horária mínima: 60 h) ou Técnicas de Emergência Médica (carga horária mínima: 40 h), conforme sua área de especialização.
4.1.1 Os bombeiros profissionais civis devem ter conhecimentos sobre prevenção e combate a incêndios, abandono de local sinistrado e primeiros-socorros, de forma a poder agir com competência e objetividade no desempenho das suas atividades.
4.1.2 O curso de qualificação do bombeiro profissional civil deve ser ministrado por profissionais habilitados de empresa especializada ou órgão público competente, com carga horária de 56 h, sendo 40 h de teoria e 16 h de prática, com reciclagem anual de 28 h.
4.1.3 O currículo básico recomendado para a qualificação do bombeiro profissional civil está contido no anexo A desta Norma, devendo ser respeitadas as exigências curriculares das legislações estaduais pertinentes.
4.2 As atividades básicas do bombeiro profissional civil, durante suas rotinas de trabalho, são as seguintes:
4.2.1 Identificação e avaliação dos riscos existentes.
4.2.2 Inspeção periódica dos equipamentos de combate a incêndio, incluindo seus testes e manutenção básica (acondicionamento de mangueiras e acessórios, teste de alarmes, motores e bombas, etc.).
4.2.3 Inspeção periódica das rotas de fuga, incluindo a manutenção de sua liberação e sinalização.
4.2.4 Participação nos exercícios simulados (abandono, combate a incêndios e primeiros-socorros).
4.2.5 Relato formal das irregularidades encontradas, com propostas e medidas corretivas adequadas e posterior verificação da execução.
4.2.6 Apresentação de eventuais sugestões para melhoria das condições de segurança.
4.2.7 Avaliação, liberação e acompanhamento das atividades de risco.
4.2.8 Participação da integração da empresa ao(s) órgão(s) de bombeiros públicos da área onde estiver localizada, através de visitas recíprocas e intercâmbio de informações.
4.2.9 Atendimento ao plano de emergência da empresa, elaborado por profissional habilitado ou empresa especializada.
4.3 Devem ser registradas todas as atividades operacionais de emergência, bem como os procedimentos adotados, conforme a NBR 14023.
4.4 Administração
4.4.1 Devem ser providenciadas, por órgão ou empresa especializada, as medidas necessárias para manter o condicionamento físico e psicológico adequado para o pleno exercício das funções do bombeiro profissional civil, bem como a reciclagem do mesmo.
4.4.2 Os equipamentos e os materiais necessários para a plena execução das atividades de bombeiros devem ser providenciados, controlados e mantidos conforme suas respectivas normas técnicas.
4.4.3 Os bombeiros profissionais civis, durante suas jornadas de trabalho, devem permanecer identificados e, quando no uso de uniformes, estes não devem ser similares aos utilizados pelos órgãos de bombeiros públicos (militares ou civis) locais.
4.4.4 Quando a qualificação e a reciclagem do bombeiro profissional civil forem executadas pela própria administração do estabelecimento, esta deve atender as mesmas exigências contidas em 3.6.
ABNT NBR 14.277:
estabelece os requisitos mínimos exigíveis para instalações e equipamentos para Centros de Treinamentos de Combate a Incêndios;
Prefácio
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas – é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês
Brasileiros (CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos CB e ONS, circulam para Votação Nacional entre os associados da ABNT e demais interessados.
1 Objetivo
1.1 Esta Norma estabelece as condições mínimas para a padronização dos campos para treinamentos de combate a incêndio.
1.2 Esta Norma é aplicável no treinamento de brigadas de incêndio, de bombeiros e outros profissionais inerentes à área de incêndio.
2 Definições e abreviaturas
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições e abreviaturas:
2.1 área total de fogo; ATF: Soma de todas as superfícies de líquidos em combustão no momento da execução de um exercício.
2.2 campo para treinamento: Local onde são realizados os treinamentos práticos de combate a incêndios, composto por obstáculos e proteções ao usuário e ao meio ambiente.
2.3 casa da fumaça: Obstáculo constituído por uma edificação destinada a simular um ambiente sinistrado. Deve ser dotada de no mínimo: porta de entrada, porta de saída, dispositivo ou saída de emergência e instalação elétrica à prova de explosão.
2.4 distância de segurança: Distância mínima julgada necessária para garantir a segurança das pessoas e das instalações, normalmente contada a partir do limite da área da instalação ou equipamento.
2.5 ECI: Equipamento de combate a incêndios.
2.6 EPI: Equipamento de proteção individual.
2.7 EPR: Equipamento de proteção respiratória.
2.8 GLP: Gás liquefeito de petróleo.
2.9 obstáculo: Recipiente, superfície, dispositivo ou edificação incombustíveis, destinados à queima de combustíveis de forma controlada ou simulação de ambiente sinistrado.
Os obstáculos tipo recipientes de líquidos inflamáveis devem ser dotados de dispositivos de controle de derramamentos ou transbordamentos com capacidade superior ao próprio recipiente.
2.10 PMA: Proteção ao meio ambiente.
2.11 PU: Proteção ao usuário.
2 NBR 14277:1999
3 Condições gerais
Os campos de treinamento são classificados de acordo
com o rigor pretendido e devem atender aos requisitos mínimos prescritos em 3.1 a 3.3.
3.1 Nível 01 - Básico
Ver tabela 1.
3.2 Nível 02 - Avançado
Ver tabela 2.
3.3 Nível 03 - Superior
Ver tabela 3.
Tabela 1 - Nível 01 - Básico
ECI: Extintores portáteis ou extintores sobre-rodas
Obstáculos: Máximo de 2 m2 de ATF ou dispositivo para queima de GLP com utilização de no máximo um botijão com capacidade de 13 kg
Combustível: Óleo diesel, gasolina, querosene ou álcool etílico, na forma pura, tolerando-se até 10% de mistura entre estes produtos para favorecer a ignição; ou GLP
NOTA - Estes ou outros produtos somente podem ser utilizados com autorização do órgão governamental responsável pela proteção ambiental da região onde estiver localizado o campo.
Distância de Mínimo de 3 m para cada 1 m2 de ATF segurança:
PMA: De acordo com a legislação vigente
PU: - Uma unidade extintora
- Uma caixa de primeiros socorros
- Um auxiliar do instrutor (acima de 20 pessoas)
Tabela 2 - Nível 02 - Avançado
ECI: Extintores portáteis, extintores sobre-rodas ou sistema de hidrantes
Obstáculos: Mínimo de 2 m2 e máximo de 7 m2 de ATF ou dispositivo para queima de GLP e casa da fumaça
Combustível: Idem a 3.1
Distância de Mínimo de 2 m para cada 1 m2 de ATF, respeitando-se a distância mínima de 6 m segurança:
PMA: Idem a 3.1
PU: - Proteção contra incêndio em conformidade com a legislação vigente, independente dos ECI e agentes extintores usados no treinamento
- Local para atendimento médico
- Profissional habilitado pata atendimento de emergências médicas
- EPI para cabeça, olhos, membros superiores e pés
- EPR para o instrutor e um carona, com autonomia mínima de 20 min
- Veículo para transporte de acidentados
- Um auxiliar do instrutor
NBR 14277:1999 3
Tabela 3 - Nível 03 - Superior
ECI: Extintores portáteis, extintores sobre-rodas e sistema de hidrantes
Obstáculos: Mínimo de 7 m2 de ATF ou dispositivo para queima de GLP e casa da fumaça
Combustível: Idem a 3.1
Distância de Idem a 3.2
Segurança:
PMA: Idem a 3.1
PU: - Proteção contra incêndio em conformidade com a legislação vigente, independente dos ECI e agentes extintores usados no treinamento
- Local para atendimento médico
- Profissional habilitado para atendimento de emergências médicas
- Ambulância para transporte de acidentados
- Uma equipe auxiliar do instrutor
- EPI para cabeça, olhos, tronco, membros superiores e pés
- EPR
Para os itens abaixo, consulte a página do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo
Decreto Estadual nº 56.819/11 - Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco do Estado de São Paulo,
Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros da polícia Militar do Estado de São Paulo,
Portaria nº CCB-008/600/14: que estabelece as regras para o credenciamento de Centros de Formação de Bombeiros Civis (CFBC) e seus instrutores;
Portaria Nº 397, de 09 de outubro de 2002, do Ministério do Trabalho e Emprego – Classificação Brasileira de Ocupação, CBO Nº 5171-10,
Portaria nº 397, de 09 de outubro de 2002
Aprova a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO/2002, para uso em todo território nacional e autoriza a sua publicação.
O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal, resolve:
Art. 1º - Aprovar a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO, versão 2002, para uso em todo o território nacional.
Art. 2º - Determinar que os títulos e códigos constantes na Classificação Brasileira de Ocupações - CBO/2002, sejam adotados;
I. nas atividades de registro, inscrição, colocação e outras desenvolvidas pelo Sistema Nacional de Emprego (SINE);
II. na Relação anual de Informações Sociais - (RAIS);
III. nas relações dos empregados admitidos e desligados - CAGED, de que trata a Lei Nº 4923, de 23 de dezembro de 1965;
IV. na autorização de trabalho para mão-de-obra estrangeira;
V. no preenchimento do comunicado de dispensa para requerimento do benefício Seguro Desemprego (CD);
VI. no preenchimento da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS no campo relativo ao contrato de trabalho;
VII. nas atividades e programas do Ministério do Trabalho e Emprego, quando for o caso;
Art. 3º - O Departamento de Emprego e Salário -DES da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego deste Ministério baixará as normas necessárias à regulamentação da utilização da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).
Parágrafo único: Caberá à Coordenação de Identificação e Registro Profissional, por intermédio da Divisão da Classificação Brasileira de Ocupações, atualizar a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO procedendo às revisões técnicas necessárias com base na experiência de seu uso.
Art. 4º - Os efeitos de uniformização pretendida pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) são de ordem administrativa e não se estendem às relações de emprego, não havendo obrigações decorrentes da mudança da nomenclatura do cargo exercido pelo empregado.
Art. 5º - Autorizar a publicação da Classificação Brasileira de Ocupação - CBO, determinando que o uso da nova nomenclatura nos documentos oficiais a que aludem os itens I, II, III e V, do artigo 2º, será obrigatória a partir de janeiro de 2003.
Art. 6º - Fica revogada a Portaria nº 1.334, de 21 de dezembro de 1994.
Art. 7º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
PAULO JOBIM FILHO
Ministro de Estado do Trabalho e Emprego
Lei n.º 8.078 de 11 de setembro de 1990, Código de Defesa do Consumidor.
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
Por que fazer o Curso?
- É profissão voltada para a manutenção mais completa da prevenção de incêndios nas Organizações.
- É profissão regulamentada e bem posicionada no mercado de trabalho, exigida pela legislação específica.
- A demanda do mercado por esse Profissional como empregado ou prestador de serviço tende a se expandir com as atuais legislações e com o crescimento econômico do país.
- A profissão tem proporcionado desenvolvimento de carreira e boa remuneração.
Conhecer os aspectos legais (normas, regulamentações e legislações em todas as esferas governamentais pertinentes) relacionados à responsabilidade do bombeiro civil; uso de uniforme e atuação do bombeiro estadual.
Módulo 3 - Teoria do Fogo
Conhecer os quatro elementos formadores da combustão, as formas de propagação do calor, as temperaturas do fogo, os métodos de extinção do fogo, a classificação dos incêndios, os principais agentes extintores, unidade extintora e capacidade extintora, as fases do combate ao fogo, o Flashover, o Backdraft, o Bleve e o Boil Over.
Teoria do Fogo
O fogo é um processo químico de transformação, também chamado combustão, de materiais combustíveis e inflamáveis, que, se forem sólidos ou líquidos, serão primeiramente transformados em gases para se combinarem com o comburente (Geralmente o oxigênio), e, ativados por uma fonte de calor e desenvolvendo uma reação em cadeia.
Para que haja fogo, é necessário existir um combustível que, atingindo seus pontos de fulgor e combustão, gera gases inflamáveis, que misturados com um comburente, (Geralmente oxigênio contido no ar), precisam apenas de uma fonte de calor (Faísca elétrica, chama ou superaquecimento), para inflamar e começar a reação em cadeia.
EXISTEM TRÊS ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA O INÍCIO DO FOGO:
Combustível; Comburente e Calor.
O triângulo do fogo, onde o calor figura como energia de ativação:
A combinação dos três elementos citados, gera uma autossuficiência, a qual denominamos de reação em cadeia, considerada mais um elemento, por isso, a representação do fogo é exemplificada através do tetraedro.
A reação em cadeia não existe por si só, mas sim somente quando há a presença anterior dos três elementos, combustível, comburente e calor (energia de ativação), que se apresentam de maneira isolada.
Entretanto quando se fala de combustão, que inclui o requisito da autossustentabilidade, o tetraedro é a representação mais adequada.
A partir dai, da união desses elementos, temos os conceitos de fogo e incêndio; os pontos de temperatura; os métodos de propagação e os fenômenos de transição que estarão presentes nestas fases do fogo. A partir dai, da união desses elementos, temos os conceitos de fogo e incêndio; os pontos de temperatura; os métodos de propagação e os fenômenos de transição que estarão presentes nestas fases do fogo.
CALOR
Forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra energia, através de processo físico ou químico.
Pode ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em movimento. Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas aumenta e o calor (demonstrado pela variação da temperatura) também aumenta.
O calor é gerado pela transformação de outras formas de energia, quais sejam:
Energia química (a quantidade de calor gerado pelo processo de combustão);
Energia elétrica (o calor gerado pela passagem de eletricidade através de um condutor, como um fio elétrico ou um aparelho eletrodoméstico);
Energia mecânica (o calor gerado pelo atrito de dois corpos);
Energia nuclear (o calor gerado pela fissão (quebra) do núcleo de átomo).
Efeitos do Calor
O calor é uma forma de energia que produz efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos fisiológicos nos seres vivos.
Em consequência do aumento de intensidade do calor, os corpos apresentarão sucessivas modificações, inicialmente físicas e depois químicas. Assim, por exemplo, ao aquecermos um pedaço de ferro, este, inicialmente, aumenta sua temperatura e, a seguir, o seu volume.
Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda de cor, perde a forma, até atingir o seu ponto de fusão, quando se transforma de sólido em líquido. Sendo ainda aquecido, gaseifica-se e queima em contato com o oxigênio, transformando-se em outra substância.
Elevação da temperatura
Este fenômeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons condutores de calor, como os metais; e, mais vagarosamente, nos corpos tidos como maus condutores de calor, como por exemplo, o amianto. Por ser mau condutor de calor, o amianto é utilizado na confecção de materiais de combate a incêndio, como roupas, capas e luvas de proteção ao calor. (O amianto vem sendo substituído por outros materiais, por apresentar características cancerígenas).
O conhecimento sobre a condutibilidade de calor dos diversos materiais é de grande valia na prevenção de incêndio. Aprendemos que materiais combustíveis nunca devem permanecer em contato com corpos bons condutores, sujeitos a uma fonte de aquecimento.
Aumento de volume
Todos os corpos – sólidos, líquidos ou gasosos – se dilatam e se contraem conforme o aumento ou diminuição da temperatura. A atuação do calor não se faz de maneira igual sobre todos os materiais. Alguns problemas podem decorrer dessa diferença. Imaginemos, por exemplo, uma viga de concreto de 10m exposta a uma variação de temperatura de 700 ºC. A essa variação, o ferro, dentro da viga, aumentará seu comprimento cerca de 84mm, e o concreto, 42mm.
Com isso, o ferro tende a deslocar-se no concreto, que perde a capacidade de sustentação, enquanto que a viga empurra toda a estrutura que sustenta em, pelo menos, 42mm.
Os materiais não resistem a variações bruscas de temperatura. Por exemplo, ao jogarmos água em um corpo superaquecido, este se contrai de forma rápida e desigual, o que lhe causa rompimentos e danos.
Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando até a um colapso, isto é, ao surgimento de grandes rupturas internas que fazem com que o material não mais se sustente. (Mudanças bruscas de temperatura, como as relatadas acima, são causas comuns de desabamentos de estruturas).
A dilatação dos líquidos também pode produzir situações perigosas, provocando transbordamento de vasilhas, rupturas de vasos contendo produtos perigosos, etc.
A dilatação dos gases provocada por aquecimento acarreta risco de explosões físicas, pois, ao serem aquecidos até 273 ºC, os gases duplicam de volume; a 546ºC o seu volume é triplicado, e assim sucessivamente.
Sob a ação de calor, os gases liquefeitos comprimidos aumentam a pressão no interior dos vasos que os contêm, pois não têm para onde se expandir.
Se o aumento de temperatura não cessar, ou se não houver dispositivos de segurança que permitam escape dos gases, pode ocorrer uma explosão, provocada pela ruptura das paredes do vaso e pela violenta expansão dos gases.
Os vapores de líquidos (inflamáveis ou não) se comportam como os gases.
Mudança do estado físico da matéria
Com o aumento do calor, os corpos tendem a mudar seu estado físico: alguns sólidos transformam-se em líquidos (liquefação), líquidos se transformam em gases (gaseificação) e há sólidos que se transformam diretamente em gases (sublimação).
Isso se deve ao fato de que o calor faz com que haja maior espaço entre as moléculas e estas, separando-se, mudam o estado físico da matéria.
No gelo, as moléculas vibram pouco e estão bem juntas; com o calor, elas adquirem velocidade e maior espaçamento, transformando um sólido (gelo) em um líquido (água).
Mudança química é aquela em que ocorre a transformação de uma substância em outra. A madeira, quando aquecida, não libera moléculas de madeira em forma de gases, e sim outros gases, diferentes, em sua composição, das moléculas originais de madeira. Essas moléculas são menores e mais simples, por isso têm grande capacidade de combinar com outras moléculas, as de oxigênio, por exemplo.
Podem produzir também gases venenosos ou explosões.
Efeitos fisiológicos do calor
O calor é a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais.
Danos causados pelo calor incluem desidratação, insolação, fadiga e problemas para o aparelho respiratório, além de queimaduras, que nos casos mais graves (1º, 2º e 3º graus) podem levar até a morte.
A combustão
As combustões podem ser classificadas conforme a sua velocidade em:
Completa;
Incompleta;
Espontânea; e,
Explosão.
Dois elementos são preponderantes na velocidade da combustão: o comburente e o combustível; o calor entra no processo para decompor o combustível.
A velocidade da combustão variará de acordo com a porcentagem do oxigênio no ambiente e as características físicas e químicas do combustível.
Combustão Completa
É aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambiente rico em oxigênio.
Combustão Incompleta
É aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma chama, e se processa em ambiente pobre em oxigênio.
Combustão Espontânea
É o que ocorre, por exemplo, quando do armazenamento de certos vegetais que, pela ação de bactérias, fermentam. A fermentação produz calor e libera gases que podem incendiar.
Alguns materiais entram em combustão sem fonte externa de calor (materiais com baixo ponto de ignição); outros entram em combustão à temperatura ambiente (20 ºC), como o fósforo branco.
Ocorre também na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a combinação gera calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar combustão. Por exemplo, água + sódio.
Explosão
É a queima de gases (ou partículas sólidas), em altíssima velocidade, em locais confinados, com grande liberação de energia e deslocamento de ar. Combustíveis líquidos, acima da temperatura de fulgor, liberam gases que podem explodir (num ambiente fechado) na presença de uma fonte de calor.
E como são produzidos os gases do incêndio?
A combustão de um material só acontece quando ele se encontra no estado gasoso.
Entenda: os gases de incêndio só podem ser produzidos através do fenômeno pirólise ou termólise, que estudamos na base da matéria.
Antes de queimar, o material deve ser alterado do estado sólido até o estado gasoso, este gás na sua porção inflamável, é chamado de gás do incêndio.
O início da combustão requer a conversão do combustível para o estado gasoso, o que se dará por aquecimento.
O combustível pode ser encontrado nos três estados da matéria: sólido, líquido ou gasoso.
Gases combustíveis são obtidos, a partir de combustíveis sólidos, pela pirólise. Pirólise é a decomposição química de uma matéria ou substância através do calor.
Temperatura Reação
200 0C Produção de vapor d‘água, dióxido de
carbono e ácidos acético e fórmico
280 0C Ausência de vapor d‘água pouca quantidade de monóxido de carbon (a reação ainda está absorvendo calor).
500 0C A reação passa a liberar calor, gases inflamáveis e partículas; há a carbonização dos materiais (o que também liberará calor).
> 500 0C Na presença do carvão, os combustíveis sólidos são decompostos, quimicamente, com maior velocidade.
Materiais combustíveis podem ser encontrados no estado sólido, líquido ou gasoso.
Como regra geral, os materiais combustíveis queimam no estado gasoso. Submetidos ao calor, os sólidos e os líquidos combustíveis se transformam em gás para se inflamarem.
Como exceção e como casos raros, há o enxofre e os metais alcalinos (potássio, cálcio, magnésio etc.), que se queimam diretamente no estado sólido.
Os pontos de temperatura
Os combustíveis são transformados pelo calor, e a partir desta transformação, é que combinam com o oxigênio, resultando a combustão.
Essa transformação desenvolve-se em temperaturas diferentes, à medida que o material vai sendo aquecido.
Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material começa a liberar vapores, que se incendeiam se houver uma fonte externa de calor.
Neste ponto, chamado de "Ponto de Fulgor", as chamas não se mantêm, devido à pequena quantidade de vapores.
Prosseguindo no aquecimento, atinge-se uma temperatura em que os gases desprendidos do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam a combustão, e continuam a queimar sem o auxílio daquela fonte.
Esse ponto é chamado de Ponto de Combustão.
Continuando o aquecimento, atinge-se um ponto no qual o combustível, exposto ao ar, entra em combustão sem que haja fonte externa de calor.
Esse ponto é chamado de Ponto de Ignição.
As formas de propagação do fogo
O calor pode se propagar de três diferentes maneiras: condução, convecção e irradiação. Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos com temperatura mais alta para aqueles com temperatura mais baixa.
O mais frio de dois objetos absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.
Convecção
É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de gases ou de líquidos dentro de si próprios.
Quando a água é aquecida num recipiente de vidro, pode-se observar um movimento, dentro do próprio líquido, de baixo para cima. À medida que a água é aquecida, ela se expande e fica menos densa (mais leve) provocando um movimento para cima.
Da mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do ambiente, enquanto o ar frio toma lugar nos níveis mais baixos. Em incêndio de edifícios, essa é a principal forma de propagação de calor para andares superiores, quando os gases aquecidos encontram caminho através de escadas, poços de elevadores, etc.
Condução
Condução é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula. Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor, as moléculas desta extremidade absorverão calor; elas vibrarão mais vigorosamente e se chocarão com as moléculas vizinhas, transferindo-lhes calor.
Essas moléculas vizinhas, por sua vez, passarão adiante a energia calorífica, de modo que o calor será conduzido ao longo da barra para a extremidade fria. Na condução, o calor passa de molécula a molécula, mas nenhuma molécula é transportada com o calor.
Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se fossem um só corpo.
Irradiação
É a transmissão de calor por ondas de energia calorífica que se deslocam através do espaço. As ondas de calor propagam-se em todas as direções, e a intensidade com que os corpos são atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais próximos ou mais afastados da fonte de calor.
Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorífica para um outro mais frio até que ambos tenham a mesma temperatura. O bombeiro deve estar atento aos materiais ao redor de uma fonte que irradie calor para protegê-los, a fim de que não ocorram novos incêndios. Para se proteger, o bombeiro deve utilizar roupas apropriadas e água (como escudo).
Percepção Térmica:
CONDUÇÃO = É IRRISÓRIA AO BOMBEIRO, POIS DEPENDE DE CONTATO; DEPENDE DO TIPO DE MATERIAL, DE SUA CONDUTIVIDADE (NÃO SERÁ COMENTADA NESSE MOMENTO EM TERMOS DE PERCEPÇÃO);
IRRADIAÇÃO = RESPONSÁVEL POR 30% DA ENERGIA TÉRMICA PRODUZIDA EM UM INCÊNDIO (VARIA CONFORME A DISTÂNCIA);
CONVECÇÃO = TAXA QUE VARIA DE 65% A 70% DA PRODUÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA EM UM INCÊNDIO (VARIA CONFORME A ALTURA).
CALOR
Forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra energia, através de processo físico ou químico.
Pode ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em movimento. Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas aumenta e o calor (demonstrado pela variação da temperatura) também aumenta.
O calor é gerado pela transformação de outras formas de energia, quais sejam:
Energia química (a quantidade de calor gerado pelo processo de combustão);
Energia elétrica (o calor gerado pela passagem de eletricidade através de um condutor, como um fio elétrico ou um aparelho eletrodoméstico);
Energia mecânica (o calor gerado pelo atrito de dois corpos);
Energia nuclear (o calor gerado pela fissão (quebra) do núcleo de átomo).
Efeitos do Calor
O calor é uma forma de energia que produz efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos fisiológicos nos seres vivos.
Em consequência do aumento de intensidade do calor, os corpos apresentarão sucessivas modificações, inicialmente físicas e depois químicas. Assim, por exemplo, ao aquecermos um pedaço de ferro, este, inicialmente, aumenta sua temperatura e, a seguir, o seu volume.
Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda de cor, perde a forma, até atingir o seu ponto de fusão, quando se transforma de sólido em líquido. Sendo ainda aquecido, gaseifica-se e queima em contato com o oxigênio, transformando-se em outra substância.
Elevação da temperatura
Este fenômeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons condutores de calor, como os metais; e, mais vagarosamente, nos corpos tidos como maus condutores de calor, como por exemplo, o amianto. Por ser mau condutor de calor, o amianto é utilizado na confecção de materiais de combate a incêndio, como roupas, capas e luvas de proteção ao calor. (O amianto vem sendo substituído por outros materiais, por apresentar características cancerígenas).
O conhecimento sobre a condutibilidade de calor dos diversos materiais é de grande valia na prevenção de incêndio. Aprendemos que materiais combustíveis nunca devem permanecer em contato com corpos bons condutores, sujeitos a uma fonte de aquecimento.
Aumento de volume
Todos os corpos – sólidos, líquidos ou gasosos – se dilatam e se contraem conforme o aumento ou diminuição da temperatura.
A atuação do calor não se faz de maneira igual sobre todos os materiais. Alguns problemas podem decorrer dessa diferença. Imaginemos, por exemplo, uma viga de concreto de 10m exposta a uma variação de temperatura de 700 ºC. A essa variação, o ferro, dentro da viga, aumentará seu comprimento cerca de 84mm, e o concreto, 42mm.
Com isso, o ferro tende a deslocar-se no concreto, que perde a capacidade de sustentação, enquanto que a viga empurra toda a estrutura que sustenta em, pelo menos, 42mm.
Os materiais não resistem a variações bruscas de temperatura. Por exemplo, ao jogarmos água em um corpo superaquecido, este se contrai de forma rápida e desigual, o que lhe causa rompimentos e danos.
Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando até a um colapso, isto é, ao surgimento de grandes rupturas internas que fazem com que o material não mais se sustente. (Mudanças bruscas de temperatura, como as relatadas acima, são causas comuns de desabamentos de estruturas).
A dilatação dos líquidos também pode produzir situações perigosas, provocando transbordamento de vasilhas, rupturas de vasos contendo produtos perigosos, etc.
A dilatação dos gases provocada por aquecimento acarreta risco de explosões físicas, pois, ao serem aquecidos até 273 ºC, os gases duplicam de volume; a 546ºC o seu volume é triplicado, e assim sucessivamente.
Sob a ação de calor, os gases liquefeitos comprimidos aumentam a pressão no interior dos vasos que os contêm, pois não têm para onde se expandir.
Se o aumento de temperatura não cessar, ou se não houver dispositivos de segurança que permitam escape dos gases, pode ocorrer uma explosão, provocada pela ruptura das paredes do vaso e pela violenta expansão dos gases.
Os vapores de líquidos (inflamáveis ou não) se comportam como os gases.
Utilizando o exemplo da ocorrência anterior, fogo com paredes, e acrescentando-se o teto, não há como se falar somente em radiação, pois nesse caso, a convecção não se dissipará no ambiente aberto, mas será refletida pelo teto e pelas massas quentes acumuladas.
Percepção da condução e convecção em espaço aberto
A convecção...
...neste caso, é irrisória em termos de percepção, pois é um movimento ascendente de massas quentes, as quais por não achar barreiras, se dissipam no espaço.
A condução também é irrisória em termos de percepção, pois há a necessidade de contato.
Irradiação em espaço aberto
CONSIDERANDO UM ESPAÇO ABERTO, E O PONTO CENTRAL SENDO O FOCO DE INCÊNDIO, TEMOS A RADIAÇÃO SENDO RESPONSÁVEL POR APROXIMADAMENTE 25% A 30% DE TODO CALOR PRODUZIDO PELO INCÊNDIO.
É impossível o bombeiro situado em um determinado ponto da esfera, receber esses 30% , recebendo a radiação de apenas uma fração da área, que corresponde a 10%.
Ao imaginarmos um combate em fogo em local aberto, o bombeiro só tem a percepção de 10% de todo calor produzido.
A convecção neste caso, é irrisória em termos de percepção, pois é um movimento ascendente de massas quentes, as quais por não achar barreiras, se dissipam no espaço.
A condução também é irrisória em termos de percepção, pois há a necessidade de contato.
Percepção da Irradiação com paredes e sem teto
Considerando a ocorrência anterior, e colocadas as paredes, as mesmas absorvem e refletem o calor.
Neste caso devemos somar as porcentagens de todo o calor irradiado.
Percepção da convecção sem teto
O calor irradiado em espaço aberto corresponde de 25 a 30 % do calor produzido pelo fogo.
O calor de convecção equivale de 65 a 70% do calor produzido pelo fogo e se perde no espaço, então para a sensação térmica do bombeiro, a convecção em ambiente aberto, é irrisória.
ESPAÇO ABERTO COM AUSÊNCIA DE PAREDE E BARREIRAS OU TETO
COMBINAÇÃO DE IRRADIAÇÃO, CONVECÇÃO E TETO
Utilizando o exemplo da ocorrência anterior, fogo com paredes, e acrescentando-se o teto, não há como se falar somente em radiação, pois nesse caso , a convecção não se dissipará no ambiente aberto, mas será refletida pelo teto e pelas massas quentes acumulada.
As Classes de Incêndio e os métodos de extinção
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação em que se encontram.
Essa classificação é feita para determinar o agente extintor adequado para o tipo de incêndio específico. Entendemos como agentes extintores todas as substâncias capazes de eliminar um ou mais dos elementos essenciais do fogo, cessando a combustão.
Essa classificação foi elaborada pela NFPA (National Fire Protection Association – Associação Nacional de Proteção a Incêndios/EUA), adotada pela IFSTA (International Fire Service Training Association – Associação Internacional para o Treinamento de Bombeiros/EUA) e também adotada pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.
Incêndio Classe “A”
Incêndio envolvendo combustíveis sólidos comuns, como papel, madeira, pano, borracha
É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e por queimar em razão do seu volume, isto é, a queima se dá na superfície e em profundidade.
Método de extinção
Necessita de resfriamento para a sua extinção, isto é, do uso de água ou soluções que a contenham em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em combustão, abaixo do seu ponto de ignição.
O emprego de pós químicos irá apenas retardar a combustão, não agindo na queima em profundidade.
Incêndio Classe “B”
Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis.
É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta e não em profundidade.
Método de extinção
Necessita para a sua extinção do abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em cadeia. No caso de líquidos muito aquecidos (ponto da ignição), é necessário resfriamento.
Incêndio Classe “C”
Incêndio envolvendo equipamentos energizados. É caracterizado pelo risco de vida que oferece ao bombeiro.
Método de extinção
Para a sua extinção necessita de agente extintor que não conduza a corrente elétrica e utilize o princípio de abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em cadeia.
Esta classe de incêndio pode ser mudada para A, se for interrompido o fluxo elétrico. Deve-se ter cuidado com equipamentos (televisores, por exemplo) que acumulam energia elétrica, pois estes continuam energizados mesmo após a interrupção da corrente elétrica.
Incêndio Classe “D”
Incêndio envolvendo metais combustíveis pirofóricos (mag-nésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, zircônio). É caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns (principalmente os que contenham água).
Método de extinção
Para a sua extinção, necessita de agentes extintores especiais que se fundam em contato com o metal combustível, formando uma espécie de capa que o isola do ar atmosférico, interrompendo a combustão pelo princípio de abafamento.
Os pós especiais são compostos dos seguintes materiais: cloreto de sódio, cloreto de bário, monofosfato de amônia, grafite seco
O princípio da retirada do material também é aplicável com sucesso nesta classe de incêndio.
Métodos de Extinção do Fogo
Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementos essenciais que provocam o fogo.
Retirada do Material
É a forma mais simples de se extinguir um incêndio. Baseia-se na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão. Método também denominado corte ou remoção do suprimento do combustível.
Ex.: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso, retirada de materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.
Resfriamento
É o método mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que está queimando, diminuindo, consequentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis.
A água é o agente extintor mais usado, por ter grande capacidade de absorver calor e ser facilmente encontrada na natureza.
A redução da temperatura está ligada à quantidade e à forma de aplicação da água (jatos), de modo que ela absorva mais calor que o incêndio é capaz de produzir.
É inútil o emprego de água onde queimam combustíveis com baixo ponto de combustão (menos de 20ºC), pois a água resfria até a temperatura ambiente e o material continuará produzindo gases combustíveis.
Abafamento
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material combustível. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo.
Como exceção estão os materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco.
Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o combustível vai tornando a combustão mais lenta, até a concentração de oxigênio chegar próxima de 8%, onde não haverá mais combustão.
Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo álcool em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são duas experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em contato com o combustível.
Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor d‘água, espumas, pós, gases especiais etc.
Quebra da Reação em Cadeia
Certos agentes extintores, quando lançados sobre o fogo, sofrem ação do calor, reagindo sobre a área das chamas, interrompendo assim a reação em cadeia (extinção química). Isso ocorre porque o oxigênio comburente deixa de reagir com os gases combustíveis. Essa reação só ocorre quando há chamas visíveis.
A Fumaça – Problema sério a ser considerado
Associadas ao incêndio e acompanhando o fenômeno da combustão, aparecem, em geral, quatro causas determinantes de uma situação perigosa:
1) calor;
2) chamas;
3) fumaça;
4) insuficiência de oxigênio.
Do ponto de vista de segurança das pessoas, entre os quatro fatores considerados, a fumaça indubitavelmente causa danos mais greves, e, portanto, deve ser o fator mais importante a ser considerado.
A fumaça pode ser definida como uma mistura complexa de sólidos em suspensão, vapores e gases, desenvolvida quando um material sofre o processo de pirólise (decomposição por efeito do calor) ou combustão.
Os componentes desta mistura, associados ou não, influem diferentemente sobre as pessoas, ocasionando os seguintes efeitos:
1) diminuição da visibilidade devido à atenuação luminosa do local;
2) lacrimejamento e irritações dos olhos;
3) modificação de atividade orgânica pela aceleração da respiração e batidas cardíacas;
vômitos e tosse:
4) medo;
5) desorientação;
6) Intoxicação e asfixia.
A redução da visibilidade do local impede e locomoção das pessoas fazendo com que fiquem expostas por tempo maior aos gases e vapores tóxicos. Estes, por sua vez, causam a morte se estiverem presentes em quantidade suficiente e se as pessoas ficarem expostas durante o tempo que acarreta esta ação.
Daí decorre a importância em se entender o comportamento da fumaça em uma edificação.
A propagação da fumaça está diretamente relacionada com a taxa de elevação da temperatura; portanto, a fumaça desprendida por qualquer material, desde que exposta à mesma taxa de elevação da temperatura, gerará igual propagação.
Se conseguirmos determinar os valores de densidade ótica da fumaça e da toxicidade na saída de um ambiente sinistrado, poderemos estudar o movimento do fluxo de ar quente e, então, será possível determinar o tempo e a área do edifício que se tornará perigosa, devido à propagação da fumaça.
Assim, se conseguirmos determinar o valor de Q e se utilizarmos as características do "Plume" (V, g, Q, y, Cp, T), prognosticando a formação da camada de fumaça dentro do ambiente, será possível calcular o tempo em que este ambiente se tornará perigoso. De outro modo, se o volume V de fumaça se propagar em pouco tempo por toda a extensão do forro e se fizermos com que Q seja uma função de tempo, o cálculo do valor de Z pode ser obtido em função do tempo e esta equação diferencial pode ser resolvida.
Isto permitirá determinar o tempo necessário para evacuar o ambiente, antes que a fumaça atinja a altura de um homem.
A movimentação da fumaça através de corredores e escadas dependerá, sobretudo das aberturas existentes e da velocidade do ar nestes locais, porém, se o mecanismo de locomoção for considerado em relação às características do "Plume", pode-se, então, estabelecer uma correlação com o fluxo de água.
Em casos em que exista um exaustor de seção quadrada menor que e largura do corredor; e se a fumaça vier fluindo em sua direção, parte desta fumaça será exaurida e grande parte passará direta e continuará fluindo para o outro lado. No entanto, se o fluxo de fumaça se exaurir através de uma abertura que possua largura igual à do corredor, a fumaça será retirada totalmente.
Foi verificado que quanto mais a fumaça se alastrar, menor será a espessura de sua camada, e que a velocidade de propagação de fumaça na direção horizontal, no caso dos corredores, está em torno de 1 m/s, e na direção vertical, no caso das escadas, está entre 2 m/s e 3 m/s.
Controle de Fumaça
O processo de Controle de Fumaça necessário em cada edifício para garantir a segurança de seus ocupantes contra o fogo e fumaça é baseado nos princípios de engenharia. O processo deve ter a flexibilidade e a liberdade de seleção de método e da estrutura do sistema de segurança para promover os requisitos num nível de segurança que se deseja.
Em outras palavras, o objetivo do projeto da segurança de prevenção ao fogo (fumaça) é obter um sistema que satisfaça as conveniências das atividades diárias, devendo ser econômico, garantindo a segurança necessária sem estar limitado por método ou estruturas especiais prefixados.
Existem vários meios para controlar o movimento da fumaça, e todos eles têm por objetivo encontrar um meio ou um sistema levando-se em conta as características de cada edifício.
Extração de fumaça de átrios
Como condições que tem grande efeito sobre o movimento da fumaça no edifício, podem-se citar:
1) momento (época do ano) da ocorrência do incêndio;
2) condições meteorológicas (direção e velocidade e coeficiente de pressão do vento e temperatura do ar);
3) localização do início do fogo;
4) resistência ao fluxo do ar das portas, janelas, dutos e chaminés;
5) distribuição da temperatura no edifício (ambiente onde está ocorrendo o fogo, compartimentos em geral, caixa da escada, dutos e chaminés).
Devem-se estabelecer os padrões para cada uma destas condições.
Entende-se como momento de ocorrência do incêndio a época do ano (verão/inverno) em que isto possa ocorrer, pois, para o cálculo, deve-se levar em conta a diferença de temperatura existente entre o ambiente interno e o externo ao edifício.
Esta diferença será grande, caso sejam utilizados aquecedores ou ar condicionado no edifício.
As condições meteorológicas devem ser determinadas pelos dados estatísticos meteorológicos da região na qual está situado o edifício, para as estações quentes e frias.
Pode-se determinar a temperatura do ar, a velocidade do vento, coeficiente de pressão do vento e a direção do vento.
O andar do prédio onde se iniciou o incêndio deve ser analisado, considerando-se o efeito da ventilação natural (movimento ascendente ou descendente da fumaça) através das aberturas ou dutos durante o período de utilização, ou seja, no inverno o prédio é aquecido e no verão, resfriado. Considerando-se esses dados, os estudos devem ser levados a efeito nos andares inferiores no inverno (térreo, sobreloja e segundo andar) ou nos andares superiores e inferiores no verão (os dois últimos andares do prédio e térreo).
Em muitos casos, existem andares que possuem características perigosas, pois propiciam a propagação de fumaça caso ocorra incêndio neste local. Em adição, para tais casos, é necessário um trabalho mais aprofundado para estudar as várias situações de mudança das condições do andar, por exemplo, num edifício com detalhes especiais de construção.
Módulo 3 - Teoria do Fogo
Com relação ao compartimento de origem do fogo, devem-se levar em consideração os seguintes requisitos para o andar em questão:
1) compartimento densamente ocupado, com ocupações totalmente distintas;
2) o compartimento apresenta grande probabilidade de iniciar o incêndio;
3) o compartimento possui características de difícil controle da fumaça.
Quando existirem vários compartimentos que satisfaçam estas condições, devem-se fazer estudos em cada um deles, principalmente se as medidas de controle de fumaça determinadas levarem a resultados bastante diferentes.
O valor da resistência ao fluxo do ar das aberturas à temperatura ambiente pode ser facilmente obtido a partir de dados de projeto de ventilação, porém é muito difícil estimar as condições das aberturas das janelas e portas numa situação de incêndio.
Para se determinar as temperaturas dos vários ambientes do edifício deve-se considerar que os mesmos não sofreram modificações com o tempo.
A temperatura média no local do fogo é considerada 900ºC com o Incêndio totalmente desenvolvido no compartimento.
Compartimentação
A compartimentação é importante para entender o comportamento do incêndio dentro dos ambientes confinados.
Incêndio em compartimento envolve uma sala ou um espaço somente, se for multicompartimentação envolve mais de um quarto ou possivelmente diferentes níveis estruturais (andares).
O Incêndio estrutural envolve multicompartimento ou espaços onde os elementos estruturais tenham sido violados ou envolvidos, ameaçando a estabilidade estrutural (neste caso, o ataque interno deve ser muito bem coordenado e avaliado).
Dentro do combate a incêndios estruturais, a atividade física de supressão de incêndio, o resgate, ou ambos, no interior de edifícios ou estruturas fechadas, estão em uma situação de incêndio que vai além do estágio inicial.
EXEMPLO DE MULTI-COMPARTIMENTAÇÃO
PRODUÇÃO DE FUMAÇA NUM AMBIENTE COMPARTIMENTADO
No incêndio em local compartimentado, a formação da fumaça ocorre da seguinte forma:
1. O material combustível, após sofrer a pirólise, e iniciar a queima, terá C, CO2, CO e H2O e outros gases acumulando-se no ponto mais alto da estrutura (teto);
2. Esse acúmulo será contínuo, até que esta massa de gases encontre uma saída para ambiente externo;
3. Neste mesmo processo, a chama continua a atingir altura e proporções maiores, sua base fica mais oxigenada, em relação ao corpo e extremidade da chama (que irá avançar dentro da camada pobre em oxigênio);
4. Este movimento de acúmulo e descida da camada de gás faz com que a chama entre em uma zona de deficiência de oxigênio ,alterando sua mistura (o carbono que não incandesceu, irá se acumular formando fuligem e fumaça escura).
A luz produzida pela chama é a incandescência do átomo de carbono.
A fuligem é o agrupamento de átomos de carbono (moléculas que não entraram no processo de incandescência).
Os cinco riscos da fumaça (qomit)
• quente: por vir do fogo a fumaça é quente e leve, portanto ela também emite calor e esquenta outros materiais.
• opaca: além de ser opaca à vista, interfere na audição e os sons ficam abafados.
• móvel: apesar de ter aparência pesada, por causa da opacidade e cor, a fumaça é muito leve, e o calor provoca uma sobrepressão, logo, o local em combustão vai empurrar a fumaça pra fora.
• inflamável: o carbono presente em todos os materiais combustíveis, não consegue reagir com o oxigênio e se concentra na fumaça, portanto, é um gás inflamável.
• tóxica: a afinidade do carbono é muito maior com as hemáceas, do que o oxigênio.
Lei de charles: os gases quentes se dilatam, os gases frios se contraem
FASES DO INCÊNDIO
Até pouco tempo atrás, as fases do incêndio eram estudadas a partir de três etapas – a fase inicial, a fase da queima livre e a fase da queima lenta.
Atualmente a maioria das organizações de bombeiro e programas de treinamento estão sofrendo alterações e passando a estudar o processo a partir de cinco fases distintas, a saber:
1. Ignição ou incipiente;
2. Crescimento;
3. Flashover e Backdraft (fases de transição);
4. Desenvolvimento Completo;
5. Diminuição.
Fase inicial ou ignição (também chamada incipiente)
Ignição: Fase em que os 4 elementos do fogo se unem. Para entendermos melhor a fase inicial, dividimos em etapas:
1) No início, o combustível é aquecido ele vai secar e pirolisar.
2) Os gases da pirólise se acumulam e se inflamam na energia de ativação (Calor) se esta possuir chama.
3) se ainda não possuir chama, os gases vão se auto inflamar quando atingirem a temperatura de autoignição e pegam fogo.
4) A energia produzida se restringe somente ao material que esta iniciando o fogo. (foco inicial do incêndio).
5) nesta fase o fogo é controlado pelo combustível e suas qualidades. (VER TABELA a seguir)
6) enquanto oxigênio suficiente estiver disponível, a evolução do fogo é controlada pelas características e configuração do combustível.
7) se a energia inicial não for suficiente para sustentar a queima e ignizar outros materiais o fogo se extingue nesta fase.
Nesta fase o incêndio é controlado exclusivamente pelo combustível
QUALIDADE DO COMBUSTÍVEL
Na fase de ignição, algumas características ou qualidade do combustível possibilitarão que o incêndio progrida de fase. Em contrapartida com a ausência “dessas” qualidades apresentadas no quadro, ou sem o complemento da maioria; nos indicará que o combustível é de má qualidade para a evolução do incêndio.
Num compartimento na fase inicial, existe um residual de oxigênio, por isso , a atenção está no combustível para a ignição.
INCÊNDIOS MODERNOS
Cientistas e engenheiros de pesquisa identificaram que o fogo em uma casa moderna produz uma "tempestade perfeita" de condições e resultados:
✓As casas possuem mais compartimentações;
✓Aumento das cargas de combustível + novos materiais de construção;
✓Muito material sintético em móveis e vestimentas;
✓Maior energia produzida na queima;
✓Isolamento mais eficiente do ambiente;
✓Revestimentos de parede, componentes estruturais, janelas e portas interiores e etc.
Alguns deste resultados aliados a muitos outros tornam a propagação do fogo mais rápido, menor tempo de inicio de flashover, com mudanças rápidas na dinâmica do fogo, tempos de escape mais curtos e curto tempo de colapso estrutural.
FASES DE CRESCIMENTO
O foco inicial passa a distribuir calor no ambiente, como estudamos anteriormente; o teto vai bloquear a convecção, e vai fazer com que o calor cada vez mais "cresça para baixo"
(FEEDBACK DE RADIAÇÃO TÉRMICA).
As chamas atingem o teto, com alta temperatura e toxidade. Cria-se uma pluma de fumaça que vai preencher o teto no sentido horizontal até que encontre uma barreira, nesse momento que encontrar barreira horizontal, o colchão de fumaça cresce verticalmente, até que a transponha.
A fumaça sai abundantemente pelo limite das barreiras, o ar fresco é aspirado por baixo e o fenômeno vai se acelerando. A saída de fumaça ocupa uma parte da abertura. Este fluxo de ar que entra se dirige à chama, se aquece e sobe ao longo dela é chamado de “CORRENTE DE CONVECÇÃO”.
A separação entre esta zona de fumaça quente de alta pressão, e a parte inferior do cômodo, mais fria de menor pressão, chama-se “PLANO NEUTRO“.
É uma linha que delimita o colchão de fumaça, essa linha tem a mesma pressão atmosférica externa e é um indicador visual importante para o Bombeiro.
Os gases dispõem-se em camadas de acordo com a temperatura, ficando os mais aquecidos junto ao teto e o ar mais frio junto ao piso.
Essa divisão dos gases em camada é a ESTRATIFICAÇÃO DA FUMAÇA ou dos gases.
O alto das chamas está na zona mal oxigenada e o teto a perturba. As chamas vão emitir mais fumaça, quente e carregada de carbono, visível sob forma de uma camada espessa que ganha mais espessura enquanto aumenta a temperatura e pressão.
O teto de fumaça é cada vez mais espesso e quente, e começa a irradiar energia para baixo.
Chamamos isso de “FEEDBACK DE RADIAÇÃO TÉRMICA”.
NESTA FASE O FOGO É CONTROLADO PELO COMBURENTE
Esta fase continuará evoluindo, podendo ser limitada pela quantidade de combustível ou comburente, se estiver em uma compartimentação fechada (com deficiência de ventilação) o fogo entrara numa FASE DE ESPERA.
Se o comburente da compartimentação for consumido e não haver ventilação, o fogo não evolui podendo perder potência e se extinguir.
Quando a ventilação é livre, é criado um fluxo de fumaça e gases do incêndio. No caso de uma abertura, como uma porta, o ar frio entrará por baixo, enquanto o ar quente sairá na parte superior desta mesma porta. O ar frio sempre entra pelas partes mais baixas do compartimento.
Quando esse fluxo entra e sai pela mesma abertura, damos o nome de FLUXO BIDIRECIONAL.
FEEDBACK DE RADIAÇÃO TÉRMICA
Com o constante fluxo bidirecional, o colchão de fumaça aumenta, fazendo as chamas aparecerem dentro da fumaça, chamas do tamanho de punhos, percorrem o teto de fumaça as vezes de forma desordenada: isso ocorre devido a diferença de temperatura entre a parte de baixo e o alto do cômodo (várias centenas de graus, pois esse aumento ocorre em progressão geométrica), e produz grandes diferenças de pressão, de concentração dos gases e de sua composição.
Estas chamas desordenadas ao queimar são conhecidas como bailarinas, dedos ou fantasmas.
Na sequência, rolos de chamas geralmente perto do foco, que rolam entre sí, línguas de fogo alongadas se espalham pelo teto em direção à saída do local. Isto chamamos de roll-over, ou lean flashover. Estes sinais antecedem um flashover, que vamos estudar a seguir.
PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO
Nesta fase todos os materiais no ambiente já estão envolvidos pelo fogo.
Picos altíssimos de temperatura são atingidos nessa fase.
São exigidos altos volumes de comburente, o fogo produz muita pressão interna.
DECLÍNIO
À medida que o incêndio consome todos os combustíveis disponíveis do ambiente, a taxa de liberação de calor começa a diminuir. Uma vez mais o incêndio se converte em um incêndio controlado, agora por falta de material combustível.
Quantidade de fogo diminui e as temperaturas do ambiente começam a reduzir, entretanto, as brasas podem manter temperaturas ainda elevadas durante algum tempo. Esta fase representa a decadência do fogo, ou seja, a redução progressiva.
Das chamas até o seu completo desaparecimento, quer seja por exaustão dos materiais combustíveis que tiveram todo seu gás combustível emanado e consumido, ou pela carência de oxigênio, ou mesmo pela supressão do fogo pela eficaz atuação de uma equipe de bombeiros.
Flashover
Fase de ignição súbita generalizada (não é explosivo, mas é fatal ao bombeiro).
É um fenômeno de transição entre a fase de crescimento e a fase de desenvolvimento completo, podendo ou não ocorrer.
O colchão de fumaça criado na fase de crescimento irradia calor para todos os materiais que estão no ambiente (feedback de radiação térmica que estudamos na UD anterior), esse calor provoca a pirólise da superfície de todos os objetos.
Sendo assim, a camada de gás, agora em suspensão, depende somente de atingir a mistura perfeita com o ar ambiente para se inflamar, ou de atingir o ponto de ignição (o que vier primeiro), logo a queima acelerada dessa camada de gás envolve todo o ambiente do incêndio, fazendo com que as temperaturas atinjam picos extremos de geração de energia do teto ao piso.
É um evento transitório.
Flashover Induzido
O Flashover pode ser induzido pela ventilação. Quando estamos em um incêndio, há a presença de um volume inicial grande de comburente, entretanto, isto pode não ser o suficiente para atingir a mistura ideal entre os gases de incêndio e oxigênio do ambiente.
A entrada das equipes de bombeiros pode fazer o fogo retomar uma evolução que desta vez, pode lhe permitir atingir o limiar, pois estará aumentando o comburente (oxigênio) durante a entrada, acontecendo uma mudança no perfil de ventilação: abertura de porta, quebra de vidro, etc.
O Flashover então, neste caso, é induzido pela mudança de ventilação: “flashover induzido pela ventilação”.
Backdraft
Explosão (é fatal ao bombeiro)
Associar sistematicamente a noção de Backdraft com a de espaço fechado é muito limitante. Tudo é função de dosagem: uma porta e uma janela abertas não são garantia de um local livre de risco de Backdraft, pois o poder de produção de fumaça da combustão em curso, pode estar muito acima da capacidade de extração dessa fumaça e o fornecimento de comburente (oxigênio) pela porta, pode ser insuficiente para a demanda que o incêndio necessita para manter-se em crescimento.
Neste caso, os sinais da fumaça serão mascarados, porém haverá alguns que podemos identificar:
Fumaça sai pela parte inferior dos acessos, inclusive pelas rachaduras da parede;
Vidros das janelas escuros (fuligem);
Há uma depressão e sobrepressão da fumaça no mesmo sentido (entra e sai pela porta como se estivesse “respirando”).
A linha do plano neutro fica bem baixa, praticamente no solo (isso indica muito risco);
A partir do momento em que ocorre a entrada do comburente, a força e atraso da explosão podem variar:
1. Força: depende do estado da mistura, ou seja, da quantidade ideal de gases inflamáveis da fumaça e da quantidade de oxigênio, comburente, no ar;
2. Atraso: dependendo da localização das brasas (posição em que se encontra, ou seja, quanto mais longe da porta, maior o “delay” e mais potente a reação, podendo gerar colapso estrutural) e do tipo de brasas (qual o tipo de material combustível). Esses sinais mostram que devemos nos preocupar com esse fenômeno, e uma vez identificados e analisados podemos traçar a melhor estratégia a fim de não acessar de qualquer maneira um ambiente em que esteja prestes a ocorrer um Backdraft.
IGNIÇÃO DOS GASES DO INCÊNDIO
Em inglês, Fire Gas Ignition (FGI)
Smoke Explosion (explosão da fumaça): decorre em cômodo próximo ao atingido pelo incêndio; devido à tamanha caloria, objetos do outro compartimento passam a pirolisar e criar uma atmosfera ideal (mistura ideal para ignição de combustível e comburente), prestes a explodir quando da entrada de uma faísca no rescaldo ( energia de ativação/calor);
Flash Fire (flash de fogo): Também decorre em cômodo anexo ao atingido pelo incêndio, e devido à caloria , os objetos passam a pirolisar e criar uma atmosfera ideal para a ignição.
É a inflamação não explosiva dessa mistura ideal (combustível gasoso decorrente de pirólise devido à caloria de cômodo ao lado) pelo fornecimento de energia de ativação (calor).
NÃO EXPLOSIVA.
VENTILAÇÃO E ANTI-VENTILAÇÃO
Há duas atividades preponderantes no combate ao incêndio: o controle do fogo pelo esguicho (diâmetro, vazão e pressão adequados), e pelo controle do comburente.
No início do fogo, o volume do cômodo serve de “reserva de consumo”: o fogo vai consumir o comburente disponível no cômodo e este consumo é mais ou menos bem compensado pelas aberturas. Depois de esgotada a reserva, o fogo vai regular sua intensidade em função da capacidade de renovação das aberturas.
Este momento é crucial, e podemos afirmar então, como “fogo controlado pelo comburente”, ou seja, o que vai aumentar ou diminuir o incêndio é o oxigênio.
Devemos ter alguns cuidados como:
- Atenção para o uso do ventilador de pressão positiva. Tomar cuidado para não enriquecer o ambiente, ao invés de expulsar a fumaça quente;
- Atentar para o ventilador de pressão negativa, caso necessário.
- Atenção à zona de pressão interna de fumaça;
- No caso de ventilação, ação coordenada deve-se fazer, com o controle do fogo;
- Gestão prudente e coordenada das aberturas;
- Jamais mudar a ventilação enquanto houver bombeiros no interior;
- Não ventilar por dentro enquanto o fogo não for controlado;
- Observar quebras de janelas, aberturas de porta, mesmo sendo muito longe do foco, pois todas as ações devem ser coordenadas.
- Em caso de quebra coordenada das janelas, observar a linha do plano neutro; se a janela estiver abaixo da linha, o ambiente será enriquecido, e a fumaça não será expulsa.
Para finalizar, o SICER e a ventilação
4. Prevenção contra Incêndio [04 Aulas]:
Conhecer os conceitos gerais de prevenção, educação e proteção contra incêndio; noções de proteção passiva e proteção ativa: isolamento de risco, compartimentação vertical e horizontal; noções de resistência das estruturas e dos materiais ao fogo; e Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB)
Módulo 4 - Proteção contra incêndio
[04 Aulas teóricas e 04 aulas Práticas]
Conhecer os equipamentos fixos e portáteis de combate a incêndio, saídas de emergência, escadas de segurança, corredores e rotas de fuga, sistemas de iluminação de emergência, elevador de segurança, meios de aviso, detecção e alarme de incêndio e sinalização de emergência.
Teóricas: Conhecer os conceitos gerais de prevenção, educação e proteção contra incêndio; noções de proteção passiva e proteção ativa: isolamento de risco, compartimentação vertical e horizontal; noções de resistência das estruturas e dos materiais ao fogo; e Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Conhecer os equipamentos fixos e portáteis de combate a incêndio, saídas de emergência, escadas de segurança, corredores e rotas de fuga, sistemas de iluminação de emergência, elevador de segurança, meios de aviso, detecção e alarme de incêndio e sinalização de emergência.
Práticas: Demonstrar os principais procedimentos para o funcionamento do sistema de meios de fuga: saídas de emergência, escadas de segurança, corredores e rotas de fuga; dos sistemas de iluminação de emergência; do elevador de segurança; dos meios de aviso, detecção e alarme de incêndio; da sinalização de emergência
INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 02/2018
Conceitos básicos de segurança contra incêndio
SUMÁRIO
1 Objetivo
2 Aplicação
3 Referências normativas e bibliográficas
4 Definições
5 Embasamento na área de prevenção
6 Cronologia dos principais incêndios em edificações e áreas de risco.
7 Resumo histórico da evolução da prevenção no Corpo de Bombeiros
8 Conceitos gerais de segurança contra incêndio
9 Medidas de segurança contra incêndio
10 Observações gerais
1 OBJETIVO
Orientar e familiarizar os profissionais da área, permitindo um entendimento amplo sobre a proteção contra incêndio descrito no Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco do Estado de São Paulo em vigor.
2 APLICAÇÃO
Esta Instrução Técnica (IT) aplica-se a todos os projetos técnicos e nas execuções das medidas de segurança con-tra incêndio, sendo de cunho informativo aos profissionais da área.
3 REFERÊNCIAS NORMATIVAS E BIBLIOGRÁFICAS
NBR 8660 - Revestimento de piso - Determinação da densidade crítica de fluxo de energia térmica - Método de ensaio.
NBR 9442 - Materiais de construção - Determinação do índice de propagação superficial de chama pelo método do painel ra-diante - Método de Ensaio.
BERTO, A. Proteção contra Incêndio em Estruturas de Aço. In: Tecnologia de Edificações. São Paulo: Pini, nov/1988.
BERTO, A. Segurança ao Fogo em Habitação de Madeira de Pinus SPP/pressupostos básicos. In: Tecnologia de Edifica-ções. São Paulo: Pini, nov/1988.
DE FARIA, M. M. In: Manual de Normas Técnicas do Corpo de Bombeiros para Fins de Análise de Projetos (Propostas) de Edi-ficações. São Paulo: Caes CAES/PMESP, dez/1998.
SEITO A.I. Tópicos da Segurança contra Incêndio. In: Tecnologia de Edificações. São Paulo: Pini, nov/1988.
SEITO A.I. Fumaça no Incêndio – Movimentação no Edifício e seu Controle. In: Tecnologia de Edificações. São Paulo: Pini, nov/1988.
SILVA V.P. Estruturas de Aço em Situação de Incêndio. São Paulo. Zigurate, abr/2001.
KATO, M. F. Propagação Superficial de Chamas em Mate- ri-ais. In: Tecnologia de Edificações. São Paulo: Pini, nov/1988.
MACINTYRE, A. J. Instalações Hidráulicas Prediais e Indus- tri-ais. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.
INSTRUCCION TECNICA 07.09. Sistemas de Espuma. Insta-laciones Fijas (generalidades). ITSEMAP. Espanha: abr/ 1989.
INSTRUCCION TECNICA 07.10. Instalaciones Fijas de CO2: Generalidades. Sistemas de Inundacion. ITSEMAP. Espanha: nov/1986.
INSTRUCCION TECNICA 07.11. Sistemas Fijos de CO2: Sis- temas de aplicacion Local Y otros. ITSEMAP. Espanha: abr/ 1987.
IPT. 1° relatório - Elaboração de requisitos técnicos relativos às medidas de proteção contra incêndio. In: Relatório n° 28.826. São Paulo: nov/90.
IPT. 2° relatório - Elaboração de requisitos técnicos relativos às medidas de proteção contra incêndio. In: Relatório n° 28.904. São Paulo: dez/90.
IPT. 3° relatório - Elaboração de requisitos técnicos relativos às medidas de proteção contra incêndio. In: Relatório n° 28.922. São Paulo: dez/90.
IPT - Elaboração de documentação técnica necessária para a complementação da regulamentação Estadual de Proteção contra Incêndio. In: Relatório n° 28.916. São Paulo: dez/90.
ASTM E 662 - Standard test method for specific optical density of smoke generated by solid materials.
NFPA. Manual de Protecion contra Incêndio. 4. Ed. Espanha, Mapfre, 1993.
4 DEFINIÇÕES
A prevenção contra incêndio é um dos tópicos abordados mais importantes na avaliação e planejamento da proteção de uma coletividade. O termo “prevenção de incêndio” expressa tanto a educação pública como a correta instalação de medidas de proteção contra incêndio em um edifício.
A implantação da prevenção de incêndio se faz por meio das atividades que visam a evitar o surgimento do sinistro, possibilitar sua extinção e reduzir seus efeitos antes da chegada do Corpo de Bombeiros.
As atividades relacionadas com a educação pública consistem no preparo da população por meio da difusão de ideias que divulguem as medidas de segurança para evitar o surgimento de incêndios nas ocupações.
Buscam, ainda, ensinar os procedimentos a serem adotados pelas pessoas diante de um incêndio, os cuidados a serem ob-servados com a manipulação de produtos perigosos e também os perigos das práticas que geram riscos de incêndio.
As atividades que visam à proteção contra incêndio dos edifícios podem ser agrupadas em:
a. atividades relacionadas com as exigências de medidas de proteção contra incêndio nas diversas ocupações;
b. atividades relacionadas com a extinção, perícia e coleta de dados dos incêndios pelos órgãos públicos, que visam a aprimorar técnicas de combate e melhorar a proteção contra incêndio por meio da investigação, estudo dos casos reais e estudo quantitativo dos incêndios.
A proteção contra incêndio deve ser entendida como o conjunto de medidas para a detecção e controle do crescimento e sua consequente contenção ou extinção.
Essas medidas dividem-se em:
medidas ativas de proteção que abrangem a detecção, alarme e extinção do fogo (automática e/ou manual);
medidas passivas de proteção que abrangem o controle dos materiais, meios de escape, compartimentação e proteção da estrutura do edifício.
4.1 Objetivos da prevenção de incêndio
Os objetivos da prevenção são:
a. proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio;
b. dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio;
c. proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;
d. dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros;
e. proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações e áreas de risco.
Esses objetivos são alcançados pelo:
- controle da natureza e da quantidade dos materiais combustíveis constituintes e contidos no edifício;
- dimensionamento da compartimentação interna, da resistência ao fogo de seus elementos e do distanciamento entre edifícios;
- dimensionamento da proteção e da resistência ao fogo da estrutura do edifício;
- dimensionamento dos sistemas de detecção e alarme de incêndio e/ou dos sistemas de chuveiros automáticos de extinção de incêndio e/ou dos equipamentos manuais para combate;
- dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle do movimento da fumaça;
- controle das fontes de ignição e riscos de incêndio; acesso aos equipamentos de combate a incêndio;
- treinamento do pessoal habilitado a combater um princípio de incêndio e coordenar o abandono seguro da população de um edifício;
- gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra incêndio instalados;
- controle dos danos ao meio ambiente decorrentes de um incêndio.
5 EMBASAMENTO LEGAL NA ÁREA DE PREVENÇÃO
O Corpo de Bombeiros, para atuar na área de prevenção, utiliza-se do embasamento jurídico descrito abaixo:
5.1 Constituição Federal
O Estado pode legislar concorrentemente com a União, a respeito do Direito Urbanístico, na área de prevenção de incêndios (art. 24, inciso I).
“Aos Corpos de Bombeiros, além das atribuições definidas em Lei, compete a execução das atividades de Defesa Civil (art. 144, § 5º)”.
5.2 Constituição Estadual
As atribuições do Corpo de Bombeiros por meio de Lei Complementar (Lei Orgânica da PM - Art. 23, parágrafo único, inciso 6).
A Lei nº 616/74 (Organização Básica da PM), no art. 2º, inciso V, foi recepcionada pela Constituição e determina que compete à Polícia Militar a realização de serviços de prevenção e de extinção de incêndio.
5.3 Lei de Convênio
Atualmente, o Corpo de Bombeiros atua na prevenção de incêndio por meio dos convênios com os municípios, decorrente da Lei Estadual nº 684/75.
“Artigo 3º- Os municípios se obrigarão a autorizar o órgão competente do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, a pronunciar-se nos processos referentes à aprovação de projetos e à concessão de alvarás para construção, reforma ou conservação de imóveis, os quais, à exceção dos que se destinarem às residências unifamiliares, somente serão aprovados ou expedidos se verificada, pelo órgão, a fiel observância das normas técnicas de prevenção e segurança contra incêndios.
Parágrafo único - A autorização de que trata este artigo é extensiva à vistoria para concessão de alvará de “habite-se” e de funcionamento.
5.4 Código Estadual de Proteção Contra Incêndios e Emergências do Estado de São Paulo
Por meio da Lei Complementar nº 1.257, de 06 de janeiro de 2015, fica instituído o Código Estadual de Proteção Contra Incêndios e Emergências com o objetivo de sistematizar normas e controle para a proteção da vida humana, do meio ambiente e do patrimônio, estabelecendo padrões mínimos de prevenção e proteção contra incêndios e emergências, bem como fixar a competência e atribuições dos órgãos encarregados pelos seu cumprimento e fiscalização, facilitando a atuação integrada de órgãos e entidades.
6 CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS INCÊNDIOS EM EDIFÍCAÇÔES E ÁREAS DE RISCO QUE MAIS INFLUENCIARAM O APRIMORAMENTO DA LEGISLAÇÃO.
Mais ocorrências importantes de incêndio que não colocamos na matéria 2:
- Incêndio na boate Kiss em Santa Maria/RS
Ocorrido em Santa Maria no Rio Grande do Sul – 27 de janeiro de 2013 – O incêndio na boate Kiss deixou 242 mortos e 680 feridos. O fogo começou com a utilização indevida de fogos de artifício durante a apresentação de uma banda, porém, uma série de fatores adversos contribuiu para a dimensão da tragédia.
Incêndio no Parque de Tanques em Santos – SP
Ocorrido em Santos – SP, no bairro Alemoa, o fogo começou pela manhã do dia 02 de abril de 2015 e foi extinto na tarde de 10 de abril de 2015, totalizando 192 horas de intenso combate às chamas. O incêndio de grandes proporções atingiu seis tanques de combustíveis verticais, sendo estimado a utilização de 8 bilhões de litros de água para combate às chamas e resfriamento dos tanques. O incêndio causou graves danos ambientais e econômicos.
7 RESUMO HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA PREVENÇÃO NO CORPO DE BOMBEIROS
Desde 1909, o Corpo de Bombeiros atua na área de prevenção de incêndio e naquela data foi editado o “Regulamento para os locais de divertimentos públicos”.
Em 1936, o Corpo de Bombeiros passou para o Município de São Paulo e atuou na fiscalização com o Departamento de Obras.
Em 1942, surgiu a primeira Seção Técnica.
Em 1947, foram emitidos os primeiros Atestados de Vistoria.
Em 1961, foi editada a primeira Especificação para Instalações de Proteção contra Incêndio, com referência às normas da ABNT.
De 1961 a 1980, o Corpo de Bombeiros atuou por meio das Especificações baixadas pelo Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo e exigia somente extintores, hidrantes e sinalização de equipamentos.
Em 1983, surgiu a primeira especificação do Corpo de Bombeiros anexa a um Decreto.
Essa especificação passou a exigir: extintores; sistema de hidrantes; sistema de alarme de incêndio e detecção de fumaça e calor; sistema de chuveiros automáticos; sistema de iluminação de emergência;
compartimentação vertical e horizontal; escadas de segurança; isolamento de risco; sistemas fixos de espuma, CO2, Halon e outras proteções.
Em 1993: passou a vigorar o Decreto Estadual nº 38.069; iniciou-se a publicação em Diário Oficial de Despachos Normativos; foi publicada, no Diário Oficial do Estado, a Portaria do Sistema de Atividades Técnicas, no que diz respeito ao funcionamento de forma sistemática das Seções de Atividades Técnicas das Unidades Operacionais do Corpo de Bombeiros.
Em 2001, entrou em vigor o Decreto Estadual nº 46.076 e 38 Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros;
Em 2004, as 38 Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros foram revisadas
Em 2011, a legislação foi aprimorada sendo publicado o Decreto Estadual nº 56.819, de 10 de março de 2011 com 44 Instruções Técnicas, sendo acrescentadas outras instruções técnicas específicas, além das existentes que também foram reeditadas:
a. Instrução Técnica nº 24 - Sistema de chuveiros automáticos para áreas de depósito;
b. Instrução Técnica nº 27 - Armazenamento em silos;
c. Instrução Técnica nº 39 - Estabelecimentos destinados à restrição de liberdade;
d. Instrução Técnica nº 40 - Edificações históricas, museus e instituições culturais com acervos museológicos;
e. Instrução Técnica nº 41 - Inspeção visual em instalações elétricas de baixa tensão;
f. Instrução Técnica nº 42 - Projeto Técnico Simplificado (PTS);
g. Instrução Técnica nº 43 - Adaptação às normas de segurança contra incêndio – edificações existentes;
Instrução Técnica nº 44 - Proteção ao meio ambiente.
Em 2013, foi criado o sistema “Via Fácil Bombeiros”, uma ferramenta on-line para melhor atender a população do Estado de São Paulo, dando maior celeridade, confiabilidade e transparência no protocolo de análises e vistorias de projetos de prevenção e combate à incêndios, realizado através da internet e intranet.
Em 2014, através da Portaria nº CCB-009/600/14, ocorreu a revisão das seguintes instruções:
Instrução Técnica nº 11 – Saídas de emergência;
Instrução Técnica nº 17, Parte 1 – Brigada de incêndio e Parte 2 – Bombeiro civil; e,
Instrução Técnica nº 42 – Projeto Técnico Simplificado (PTS).
Em 15 de setembro de 2014, na busca constante do aperfeiçoamento do sistema Via Fácil Bombeiros e da excelência nos serviços de Segurança contra Incêndio prestado ao cliente-cidadão, foi reeditada a Instrução Técnica nº 42 - Projeto Técnico Simplificado, criando a figura do Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros (CLCB) que, nos casos de edificações com baixo potencial de risco a vida e ao patrimônio, substitui o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.
Rotas de fuga
Saídas de emergência
Para salvaguardar a vida humana em caso de incêndio é necessário que as edificações sejam dotadas de meios adequados de fuga, que permitam aos ocupantes se deslocarem com segurança para um local livre da ação do fogo, calor e fumaça, a partir de qualquer ponto da edificação, independente do local de origem do incêndio.
Além disso, nem sempre o incêndio pode ser combatido pelo exterior do edifício, decorrente da altura do pavimento onde o fogo se localiza ou pela extensão do pavimento (edifícios térreos).
Nesses casos, há a necessidade da brigada de incêndio ou do Corpo de Bombeiros de adentrar ao edifício pelos meios internos a fim de efetuar ações de salvamento ou combate.
Essas ações devem ser rápidas e seguras, e normalmente utilizam os meios de acesso da edificação, que são as próprias saídas de emergência ou escadas de segurança utilizadas para a evacuação de emergência.
Para isso ser possível as rotas de fuga devem atender, entre outras, às seguintes condições básicas:
Número de saídas
O número de saídas difere para os diversos tipos de ocupação, em função da altura, dimensões em planta e características construtivas.
Módulo 4 - Proteção contra incêndio
Normalmente o número mínimo de saídas consta de códigos e normas técnicas que tratam do assunto.
Distância a percorrer
A distância máxima a percorrer consiste no caminhamento entre o ponto mais distante de um pavimento até o acesso a uma saída nesse mesmo pavimento.
Da mesma forma como o item anterior, essa distância varia conforme o tipo de ocupação e as características construtivas do edifício e a existência de chuveiros automáticos como proteção.
Os valores máximos permitidos constam dos textos de códigos e normas técnicas que tratam do assunto.
Largura das escadas de segurança e das rotas de fuga horizontais
O número previsto de pessoas que deverão usar as escadas e rotas de fuga horizontais é baseado na lotação da edificação, calculada em função das áreas dos pavimentos e do tipo de ocupação.
As larguras das escadas de segurança e outras rotas devem permitir desocupar todos os pavimentos em um tempo aceitável como seguro.
Isso indica a necessidade de compatibilizar a largura das rotas horizontais e das portas com a lotação dos pavimentos e de adotar escadas com largura suficiente para acomodar em seus interiores toda a população do edifício.
As normas técnicas e os códigos de obras estipulam os valores da largura mínima (denominado de Unidade de Passagem (UP)) para todos os tipos de ocupação.
Localização das saídas e das escadas de segurança
As saídas (para um local seguro) e as escadas devem ser localizadas de forma a propiciar efetivamente aos ocupantes a oportunidade de escolher a melhor rota de escape.
Escadas de segurança
Todas as escadas de segurança devem ser enclausuradas com paredes resistentes ao fogo e portas corta-fogo.
Em determinadas situações essas escadas também devem ser dotadas de antecâmaras enclausuradas, de maneira a dificultar o acesso de fumaça no interior da caixa de escada.
As dimensões mínimas (largura e comprimento) são determinadas nos códigos e normas técnicas.
A antecâmara só deve dar acesso à escada e a porta entre ambas, quando aberta, não deve avançar sobre o patamar da mudança da direção, de forma a prejudicar a livre circulação.
Para prevenir que o fogo e a fumaça desprendida através das fachadas do edifício penetrem em eventuais aberturas de ventilação na escada e antecâmara, deve ser mantida uma distância horizontal mínima entre essas aberturas e as janelas do edifício.
Portas nas rotas de fuga
As portas incluídas nas rotas de fuga não podem ser trancadas, entretanto, devem permanecer sempre fechadas, dispondo para isso de um mecanismo de fechamento automático.
Alternativamente, essas portas podem permanecer abertas, desde que o fechamento seja acionado automaticamente no momento do incêndio.
Sistema de iluminação de emergência
Esse sistema consiste em um conjunto de componentes e equipamentos que, em funcionamento, propicia a iluminação suficiente e adequada para:
a. permitir a saída fácil e segura do público para o exterior, no caso de interrupção de alimentação normal;
b. garantir também a execução das manobras de interesse da segurança e intervenção de socorro.
A iluminação de emergência para fins de segurança contra incêndio pode ser de 2 tipos: de balizamento; de aclaramento.
A iluminação de balizamento é aquela associada à sinalização de indicação de rotas de fuga, com a função de orientar a direção e o sentido que as pessoas devem seguir em caso de emergência.
A iluminação de aclaramento se destina a iluminar as rotas de fuga de tal forma que os ocupantes não tenham dificuldade de transitar por elas.
A iluminação de emergência se destina a substituir a iluminação artificial normal que pode falhar em caso de incêndio, por isso deve ser alimentada por baterias ou por motogeradores de acionamento automático e imediato; a partir da falha do sistema de alimentação normal de energia.
Métodos de iluminação de emergência: iluminação permanente, quando as instalações são alimentadas em serviço normal pela fonte normal e cuja alimentação é comutada automaticamente para a fonte de alimentação própria em caso de falha da fonte normal; iluminação não permanente, quando as instalações não são alimentadas em serviço normal e, em caso de falha da fonte normal será alimentada automaticamente pela fonte de alimentação própria.
Sua previsão deve ser feita nas rotas de fuga, tais como corredores, acessos, passagens antecâmara e patamares de escadas.
Seu posicionamento, distanciamento entre pontos e sua potência são determinados nas Normas Técnicas Oficiais.
Elevador de segurança
Para o caso de edifícios altos, adicionalmente à escada, é necessária a disposição de elevadores de emergência, alimentada por circuito próprio e concebida de forma a não sofrer interrupção de funcionamento durante o incêndio.
Esses elevadores devem:
a. apresentar a possibilidade de serem operados pela brigada do edifício ou pelos bombeiros;
b. estar localizados em área protegida dos efeitos do incêndio.
O número de elevadores de emergência necessário e sua localização são estabelecidos levando-se em conta as áreas dos pavimentos e as distâncias a percorrer para serem alcançados a partir de qualquer ponto do pavimento.
Acesso a viaturas do Corpo de Bombeiros
Os equipamentos de combate a incêndio devem se aproximar ao máximo do edifício afetado pelo incêndio, de tal forma que o combate ao fogo possa ser iniciado sem demora e não seja necessária a utilização de linhas de mangueiras muito longas.
Muito importante é, também, a aproximação de viaturas com escadas e plataformas aéreas para realizar salvamentos pela fachada.
Meios de aviso e alerta
Sistema de alarme manual contra incêndio e detecção automática de fogo e fumaça.
Quanto mais rapidamente o fogo for descoberto, correspondendo a um estágio mais incipiente do incêndio, tanto mais fácil será controlá-lo; e, além disso, tão maiores serão as chances de os ocupantes do edifício escaparem sem sofrer qualquer injúria.
Uma vez que o fogo foi descoberto, a sequência de ações normalmente adotada é a seguinte: alertar o controle central do edifício; fazer a primeira tentativa de extinção do fogo, alertar os ocupantes do edifício para iniciar o abandono do edifício e informar o Corpo de Bombeiros.
A detecção automática é utilizada com o intuito de vencer de uma única vez esta série de ações, propiciando a possibilidade de tomar uma atitude imediata de controle de fogo e da evacuação do edifício.
O sistema de detecção e alarme pode ser dividido basicamente em 5 partes:
a. detector de incêndio, constitui-se em parte do sistema de detecção que, constantemente ou em intervalos, destina- se a detecção de incêndio em sua área de atuação.
Os detectores podem ser divididos de acordo com o fenômeno que detectar em:
1) térmicos, que respondem a aumentos da temperatura;
2) de fumaça, sensíveis a produtos de combustíveis e/ou pirólise suspenso na atmosfera;
3) de gás, sensíveis aos produtos gasosos de combustão e/ou pirólise;
4) de chama, que respondem às radiações emitidas pelas chamas.
b. acionador manual, que se constitui em parte do sistema destinado ao acionamento do sistema de detecção;
c. central de controle do sistema, pela qual o detector é alimentado eletricamente com a função de:
1) receber, indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo detector;
2) transmitir o sinal recebido por meio de equipamento de envio de alarme de incêndio para, por exemplo: dar o alarme automático no pavimento afetado pelo fogo; dar o alarme temporizado para todo o edifício; acionar uma instalação automática de extinção de incêndio; fechar portas etc.; controlar o funcionamento do sistema; possibilitar teste.
d. avisadores sonoros e/ou visuais, não incorporados ao painel de alarme, com função de, por decisão humana, dar o alarme para os ocupantes de determinados setores ou de todo o edifício;
e. fonte de alimentação de energia elétrica, que deve garantir em quaisquer circunstâncias o funcionamento do sistema.
O tipo de detector a ser utilizado depende das características dos materiais do local e do risco de incêndio ali existente. A posição dos detectores também é um fator importante e a localização escolhida (normalmente junto à superfície inferior do forro) deve ser apropriada à concentração de fumaça e dos gases quentes.
Para a definição dos aspectos acima e de outros necessários ao projeto do sistema de detecção automática devem ser utilizadas as normas técnicas vigentes.
O sistema de detecção automática deve ser instalado em edifícios quando as seguintes condições sejam simultaneamente preenchidas:
- Início do incêndio não pode ser prontamente percebido de qualquer parte do edifício pelos seus ocupantes; grande número de pessoas para evacuar o edifício; tempo de evacuação excessivo; risco acentuado de início e propagação do incêndio; estado de inconsciência dos ocupantes (sono em hotel, hospitais etc.); incapacitação dos ocupantes por motivos de saúde (hospitais, clínicas com internação).
Os acionadores manuais devem ser instalados em todos os tipos de edifício, exceto nos de pequeno porte onde o reconhecimento de um princípio de incêndio pode ser feito simultaneamente por todos os ocupantes, não comprometendo a fuga desses ou possíveis tentativas de extensão.
Os acionadores manuais devem ser instalados mesmo em edificações dotadas de sistema de detecção automática e/ou extinção automática, já que o incêndio pode ser percebido pelos ocupantes antes de seus efeitos sensibilizarem os detectores ou os chuveiros automáticos.
A partir daí os ocupantes que em primeiro lugar detectarem o incêndio, devem ter rápido acesso a um dispositivo de acionamento do alarme, que deve ser devidamente sinaliza- do a propiciar facilidade de acionamento.
Os acionadores manuais devem ser instalados nas rotas de fuga, de preferência nas proximidades das saídas (nas proximidades das escadas de segurança, no caso de edifícios de múltiplos pavimentos). Tais dispositivos devem transmitir um sinal de uma estação de controle, que faz parte integrante do sistema, a partir do qual as necessárias providências devem ser tomadas.
Sinalização
A sinalização de emergência utilizada para informar e guiar os ocupantes do edifício, relativamente a questões associadas aos incêndios, assume dois objetivos:
a. reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio;
b. indicar as ações apropriadas em caso de incêndio.
c. o primeiro objetivo tem caráter preventivo e assume as funções de:
d. alertar para os riscos potenciais;
e. requerer ações que contribuam para a segurança contra incêndio;
f. proibir ações capazes de afetar a segurança contra incêndio.
O segundo objetivo tem caráter de proteção e assume as funções de:
a. indicar a localização dos equipamentos de combate;
b. orientar as ações de combate;
c. indicar as rotas de fuga e os caminhos a serem seguidos.
d. a sinalização de emergência deve ser dividida de acordo com suas funções em 5 categorias:
e. sinalização de alerta, cuja função é alertar para áreas e materiais com potencial de risco;
f. sinalização de comando, cuja função é requerer ações que deem condições adequadas para a utilização das rotas de fuga;
g. sinalização de proibição, cuja função é proibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio;
h. sinalização de condições de orientação e salvamento, cuja função é indicar as rotas de saída e ações necessárias para o seu acesso;
i. sinalização dos equipamentos de combate, cuja função é indicar cuja função é indicar a localização e os tipos dos equipamentos de combate.
Proteção ativa
Extintores portáteis e extintores sobrerrodas (carretas)
O extintor portátil é um aparelho manual, constituído de recipiente e acessório, contendo o agente extintor, destinado a combater princípios de incêndio.
O extintor sobre rodas (carreta) também é constituído em um único recipiente com agente extintor para extinção do fogo, porém com capacidade de agente extintor em maior quantidade.
As previsões desses equipamentos nas edificações decorrem da necessidade de se efetuar o combate ao incêndio imediato, enquanto são pequenos focos.
Esses equipamentos primam pela facilidade de manuseio, de forma a serem utilizados por homens e mulheres, contando unicamente com um treinamento básico.
Além disso, os preparativos necessários para o seu manuseio não consomem um tempo significativo e, consequentemente, não inviabilizam sua eficácia em função do crescimento do incêndio.
Os extintores portáteis e sobrerrodas podem ser divididos em 5 tipos, de acordo com o agente extintor que utilizam:
a. água;
b. espuma mecânica;
c. pó químico seco;
d. dióxido de carbono;
e. compostos halogenados.
Esses agentes extintores se destinam a extinção de incêndios de diferentes naturezas.
A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobrerrodas devem ser dimensionados para cada ocupação em função:
1) da área a ser protegida;
2) das distâncias a serem percorridas para alcançar o extintor;
3) os riscos a proteger (decorrente de variável “natureza da atividade desenvolvida ou equipamento a proteger”).
Os riscos especiais, como casa de medidores, cabinas de força, depósitos de gases inflamáveis e caldeiras, devem ser protegidos por extintores, independentemente de outros que cubram a área onde se encontram os demais riscos.
Os extintores portáteis devem ser instalados, de tal forma que sua parte superior não ultrapasse a 1,6 m de altura em relação ao piso acabado, e a parte inferior fique acima de 0,2 m (podem ficar apoiados em suportes apropriados sobre o piso).
Devem ser previstas, no mínimo, independente da área, risco a proteger e distância a percorrer, duas unidades extintoras, sendo destinadas para proteção de incêndio em sólidos e equipamentos elétricos energizados.
Os parâmetros acima descritos são definidos de acordo com o risco de incêndio do local.
Quanto aos extintores sobrerrodas, esses podem substituir até a metade da capacidade dos extintores em um pavimento, não podendo, porém, ser previstos como proteção única para uma edificação ou pavimento.
Tanto os extintores portáteis como os extintores sobrerrodas devem possuir selo ou marca de conformidade de órgão competente ou credenciado e ser submetidos a inspeções e manutenções frequentes.
Sistema de hidrantes
Componentes do sistema
Os componentes de um sistema de hidrantes são:
a. reservatório de água, que pode ser subterrâneo, ao nível do piso elevado;
b. sistema de pressurização;
1) O sistema de pressurização consiste normalmente em uma bomba de incêndio, dimensionada a propiciar um reforço de pressão e vazão, conforme o dimensionamento hidráulico de que o sistema necessitar.
2) Quando os desníveis geométricos entre o reservatório e os hidrantes são suficientes para propiciar a pressão e vazão mínimas requeridas ao sistema, as bombas hidráulicas são dispensadas.
3) Seu volume deve permitir uma autonomia para o funcionamento do sistema, que varia conforme o risco e a área total do edifício.
Registro de recalque de coluna e de passeio para bombeiros
a. conjunto de peças hidráulicas e acessórios;
4) São compostos por registros (gaveta, ângulo aberto e recalque), válvula de retenção, esguichos etc.
b. tubulação;
5) A tubulação é responsável pela condução da água, cujos diâmetros são determinados, por cálculo hidráulico.
c. forma de acionamento do sistema.
6) As bombas de recalque podem ser acionadas por botoeiras do tipo liga-desliga, pressostatos, chaves de fluxo ou uma bomba auxiliar de pressurização (jóckey).
O Corpo de Bombeiros, em sua intervenção a um incêndio, pode utilizar a rede de hidrantes (principalmente nos casos de edifícios altos). Para que isso ocorra, os hidrantes devem ser instalados em todos os andares, em local protegi- do dos efeitos do incêndio, e nas proximidades das escadas de segurança.
A canalização do sistema de hidrante deve ser dotada de um prolongamento até o exterior da edificação de forma que possa permitir, quando necessário, recalcar água para o sistema pelas viaturas do Corpo de Bombeiros
Dimensionamento
O dimensionamento do sistema é projetado:
a. de acordo com a classificação de carga de incêndio que se espera;
b. de forma a garantir uma pressão e vazão mínima nas tomadas de água (hidrantes) mais desfavoráveis;
c. que assegure uma reserva de água para que o funcionamento de um número mínimo de hidrantes mais desfavoráveis, por um determinado tempo.
O Corpo de Bombeiros, em sua intervenção a um incêndio, pode utilizar a rede de hidrantes (principalmente nos casos de edifícios altos). Para que isso ocorra, os hidrantes devem ser instalados em todos os andares, em local protegi- do dos efeitos do incêndio, e nas proximidades das escadas de segurança.
A canalização do sistema de hidrante deve ser dotada de um prolongamento até o exterior da edificação de forma que possa permitir, quando necessário, recalcar água para o sistema pelas viaturas do Corpo de Bombeiros
Sistema de mangotinhos
Outro sistema que pode ser adotado no lugar dos tradicionais hidrantes internos são os mangotinhos.
Os mangotinhos apresentam a grande vantagem de poder ser operado de maneira rápida por uma única pessoa. Devido a vazões baixas de consumo, seu operador pode contar com grande autonomia do sistema.
Por esses motivos os mangotinhos são recomendados pelos bombeiros, principalmente nos locais onde o manuseio do sistema é executado por pessoas não habilitadas (Ex.: uma dona de casa em um edifício residencial).
O dimensionamento do sistema de mangotinhos é idêntico ao sistema de Sistema de chuveiros automáticos “sprinklers”
O sistema de chuveiros automáticos é composto por um suprimento d’água em uma rede hidráulica sob pressão, onde são instalados em diversos pontos estratégicos, dispositivos de aspersão d’água (chuveiros automáticos), que podem ser abertos ou conter um elemento termo sensível, que se rompe por ação do calor proveniente do foco de incêndio, permitindo a descarga d’água sobre os materiais em chamas.
O sistema de chuveiros automáticos para extinção a incêndios possui grande confiabilidade, e se destina a proteger diversos tipos de edifícios.
Chuveiro automático
Deve ser utilizado em situações:
a. quando a evacuação rápida e total do edifício é impraticável e o combate ao incêndio é difícil;
b. quando se deseja projetar edifícios com pavimentos com grandes áreas sem compartimentação.
Pode-se dizer que, o sistema de chuveiros automáticos é a medida de proteção contra incêndio mais eficaz quando a água for o agente extintor mais adequado.
De seu desempenho, espera-se que:
a. atue com rapidez;
b. extinga o incêndio em seu início;
c. controle o incêndio no seu ambiente de origem, permitindo aos bombeiros a extinção do incêndio com relativa facilidade.
Dimensionamento
O dimensionamento do sistema é feito:
a. de acordo com a severidade do incêndio que se espera;
b. de forma a garantir em toda a rede níveis de pressão e vazão em todos os chuveiros automáticos, a fim de atender a um valor mínimo estipulado;
c. para que a distribuição de água seja suficientemente homogênea, dentro de uma área de influência predeterminada;
d. de forma que seja ativado automaticamente e com rapidez, a fim de controlar ou extinguir o incêndio em seu início;
e. de acordo com o risco, sendo que o arranjo do material tanto no que diz respeito ao acionamento, quanto ao acesso do agente extintor ao foco de incêndio são importantíssimos.
Quando o armazenamento for superior a 3,7 hidrantes.
A espuma
A espuma destinada à extinção do incêndio é um agregado estável de bolhas, que tem a propriedade de cobrir e aderir aos líquidos combustíveis e inflamáveis, formando uma camada resistente e contínua que isola do ar, e impede a saída dos vapores voláteis desses líquidos para a atmosfera.
Incêndio em parque de tanques
Sua atuação baseia-se na criação de uma capa de cobertura sobre a superfície livre dos líquidos, com a finalidade de:
a. separar combustível e comburente;
b. impedir e reduzir a liberação de vapores inflamáveis;
c. separar as chamas da superfície dos combustíveis;
d. esfriar o combustível e superfícies adjacentes.
Aplicação
Sua aplicação destina-se ao combate a incêndio de grandes dimensões que envolvam locais que armazenem líquido combustível e inflamável.
Também se destina a:
a. extinção de fogos de líquidos de menor densidade que a água;
b. prevenção da ignição em locais onde ocorra o derrame de líquidos inflamáveis;
c. extinção de incêndios em superfície de combustíveis sólidos;
d. outras aplicações especiais, tais como derrame de gases na forma líquida, isolamento e proteção de fogos externos, contenção de derrames tóxicos etc.;
e. estas últimas aplicações dependem de características especiais da espuma, condições de aplicação e ensaios específicos ao caso a ser aplicado.
A espuma não é eficaz em:
a. fogo em gases;
b. fogo em vazamento de líquidos sobre pressão;
c. fogo em materiais que reagem com a água.
A espuma é um agente extintor condutor de eletricidade e, normalmente, não deve ser aplicada na presença de equipamentos elétricos com tensão, salvo aplicações específicas.
Cuidado especial deve se ter na aplicação de líquidos inflamáveis que se encontram ou podem alcançar uma temperatura superior ao ponto de ebulição da água; evitando-se a projeção do líquido durante o combate (slopover).
Características
Os vários tipos de espuma apresentam características peculiares ao tipo de fogo a combater que as tornam mais ou menos adequadas.
Na escolha da espuma devem-se levar em consideração:
a. aderência;
b. capacidade de supressão de vapores inflamáveis;
c. estabilidade e capacidade de retenção de água;
d. fluidez;
e. resistência ao calor;
f. resistência aos combustíveis polares.
Tipos de espuma
Os tipos de espuma variam:
a. segundo sua origem:
1) química, que é obtida pela reação entre uma solução de sal básica (normalmente bicarbonato de sódio), e outra de sal ácida (normalmente sulfato de alumínio), com a formação de gás carbônico na presença de um agente espumante. Esse tipo de espuma é totalmente obsoleto e seu emprego não está mais normatizado;
2) física ou mecânica, que é formada ao introduzir, por agitação mecânica, ar em uma solução aquosa (pré- mistura), obtendo-se uma espuma adequada. Esse é o tipo de espuma mais empregado atualmente.
b. segundo a composição:
1) base proteínica, que se dividem:
- proteínicas, que são obtidas pela hidrólise de resíduos proteínicos naturais. Caracteriza-se por uma excelente resistência à temperatura;
- fluorproteínicas, que são obtidas mediante a adição de elementos fluorados ativos a concentração proteínica, da qual se consegue uma melhora na fluidez e resistência a contaminação.
2) base sintética.
c. segundo o coeficiente de expansão:
O coeficiente de expansão é a relação entre o volume final de espuma e o volume inicial da pré-mistura.
E se dividem em:
1) espuma de baixa expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 3 e 30;
2) espuma de média expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 30 e 250;
3) espuma de alta expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 250 e 1.000.
d. segundo as características de extinção:
1) espuma convencional, que extingue somente pela capa de cobertura de espuma aplicada;
2) espuma aplicadora de película aquosa “Aqueous Film-Forming Foam” (AFFF), que forma uma fina película de água que se estende rapidamente sobre a superfície do combustível;
3) espuma antiálcool, que forma uma película que protege a capa de cobertura de espuma ante a ação de solventes polares.
Tipos de sistemas
Os sistemas de espuma são classificados conforme:
e. a sua capacidade de mobilidade em:
1) fixos - são equipamentos para proteção de tanque de armazenamento de combustível, cujos componentes são fixos, permanentemente, desde a estação geradora de espuma até à câmara aplicadora;
Módulo 4 - Proteção contra incêndio
2) Semifixos - são equipamentos destinados à proteção de tanque de armazenamento de combustível, cujos componentes, permanentemente fixos, são complementados por equipamentos móveis para sua operação.
São, normalmente, móveis o reservatório de extrato e o conjunto dosador (proporcionador);
Detalhe de câmara de espuma
3) móveis - são as instalações totalmente independentes, normalmente veículos ou carretas, podendo se locomover e aplicar onde forem necessários, requerendo somente sua conexão a um abastecimento de água adequado.
Carreta de espuma
b. Segundo a sua forma de funcionamento, pode ser:
1) automático;
2) semiautomático;
3) manual.
Componentes do sistema
a. Reserva (tanque) de extrato.
É uma determinada quantidade de extrato formador de espuma necessária para o funcionamento do sistema.
Deve dispor dos seguintes componentes básicos:
1) indicador de nível, com válvula de isolamento;
2) registro para abertura e fechamento;
3) conexão para enchimento e esvaziamento;
4) conexão para o proporcionador;
5) domo de expansão (espaço), preferencialmente com válvula de (pressão/vácuo).
O material com que é construído o tanque de extrato deve ser adequado ao líquido gerador que armazena (problemas de corrosão etc.).
b. Elemento dosador (proporcionador).
São equipamentos responsáveis pela mistura do líquido gerador de espuma e a água, na proporção adequada para formação da espuma que se deseja.
Seu funcionamento se baseia no efeito “venturi”, que é passagem da água proporcionando a sucção do líquido gerador de espuma na dosagem preestabelecida.
Normalmente funcionam com pressões acima de 7 bar para permitir que proceda a pré-mistura necessária.
A proporção é fundamental para permitir uma espuma eficiente ao combate ao fogo que se espera.
Normalmente a proporção é de 3% para hidrocarbonetos e 6% para solventes polares.
c. Bombas hidráulicas para dosar a pré-mistura.
Também denominado de dosagem por equilíbrio de pressão, consiste em uma bomba hidráulica que possibilita uma regulagem automática da proporção de pré-mistura, sobre uma grande demanda de vazão necessária.
Essa regulagem pode ser por orifícios calibrados no proporcionador, com uma válvula diafragma que controla a pressão da linha de extrato, em função do diferencial de pressão entre essa e a linha de abastecimento de água, ou por pistões que bombeiam o extrato para a linha de água, formando a pré-mistura.
d. Esguichos e canhões lançadores de espuma.
São elementos portáteis e fixos, cuja função é dar forma à espuma de baixa e média expansão e fazê-la atingir o tanque de combustível em chama.
Os esguichos lançadores (linhas manuais) podem ou não possuir um dosificador em seu corpo (proporcionador).
A diferença de emprego entre o esguicho lançador de espuma e os canhões de espuma está na capacidade de lançar e alcançar os tanques no que tange sua altura.
Os esguichos são recomendados para tanques até 6 m de altura, enquanto os canhões atingem alturas mais elevadas.
Os esguichos de espuma são recomendados como complemento de apoio às instalações fixas, pois como medida de proteção principal, expõem os operadores a sérios riscos.
e. Câmaras de espuma.
São elementos especialmente projetados para a aplicação de espuma de baixa expansão, de forma que seja coberta a superfície de combustíveis contidos em tanques de armazenamento de grande diâmetro e altura, de forma a isolar o líquido em relação ao ar.
Tem a característica de aplicar a espuma no interior do tanque em chamas por meio da descarga junto à parede do tanque. Pode ser constituído de elementos especiais no interior do tanque, que fazem com que a espuma caia de forma mais suave evitando a sua fragmentação.
É composta por um selo de vidro que impede a saída de vapores voláteis do interior do tanque, mas que se rompem quando o sistema entra em funcionamento, permitindo a passagem da espuma.
Dispõe também de uma placa de orifício que regula a pressão, de forma a possibilitar a formação de uma espuma adequada.
É utilizada para tanque acima de 10 m de altura e ou diâmetro superior a 24 m, normalmente em tanque de teto fixo, podendo também ser projetada para tanques de teto flutuante.
f. Geradores de alta expansão
São elementos de geração e aplicação de espuma de alta expansão, formando uma espuma com maior proporção de ar.
São compostos por um ventilador, podem ser acionados por um motor elétrico ou pela própria passagem da solução de pré-mistura.
Podem ser do tipo móvel ou fixo, aplicando a espuma diretamente ou por meio de mangas e condutos especial- mente projetados.
Sua pressão de funcionamento varia de 5 a 7 bar.
g. Tubulações e acessórios.
As tubulações são responsáveis pela condução da água ou pré-mistura para os equipamentos que formam ou aplicam espuma.
Deve ser resistente à corrosão.
Quanto aos acessórios, esses devem resistir a altas pressões, uma vez que os sistemas de espuma trabalham, normalmente, com valores elevados de pressão, decorrente das perdas de carga nos equipamentos, e pressões mínimas para a formação da espuma.
Dimensionamento
O dimensionamento do sistema varia conforme o tipo, dimensão e arranjo físico dos locais que armazenam líquidos inflamáveis e combustíveis, devendo seguir as normas técnicas oficiais e instruções técnicas do Corpo de Bombeiros.
A reserva de incêndio também varia conforme o tamanho e o arranjo das áreas de armazenamento; mas possuem capacidade de reserva maior que as destinadas ao sistema de hidrantes.
Sistema fixo de CO2
O sistema fixo de baterias de cilindros de CO2 consiste de tubulações, válvulas, difusores, rede de detecção, sinalização, alarme, painel de comando e acessórios, destinado a extinguir incêndio por abafamento, por meio da descarga do agente extintor.
Seu emprego visa à proteção de locais onde o emprego de água é desaconselhável, ou locais cujo valor agregado dos objetos e equipamentos é elevado, nos quais a extinção por outro agente causará a depreciação do bem pela deposição de resíduos.
É recomendado normalmente nos locais onde se buscam economia e limpeza e naqueles onde o custo agente/instalação é mais inferior do que outro agente extintor empregado.
Possui uma efetiva extinção em:
a. Fogos de classe “B” e “C” (líquidos inflamáveis, gases combustíveis e equipamentos elétricos energizados de alta tensão) em:
1) recintos fechados, por inundação total, onde o sistema extingue pelo abafamento, baixando-se a concentração de oxigênio do local necessária para a combustão, cri-ando uma atmosfera inerte;
2) recintos abertos, mediante aplicação local sob determinada área.
b. Fogos de classe “A” (combustíveis sólidos):
1) decorrente de seu efeito de resfriamento, nos incêndios em sólidos, em que o fogo é pouco profundo e o calor gerado é baixo;
2) nos usos de inundação total, aliados a uma detecção prévia, a fim de evitar a formação de brasas profundas;
3) nos usos de aplicação local leva-se em conta o tipo e disposição do combustível, uma vez que a descarga do CO2 impedirá a extinção nas regiões acessíveis diretamente pelo sistema
Os componentes dos sistemas são:
c. cilindros: recipientes que contêm o agente extintor pressurizado, onde a própria pressão do cilindro será utilizada para pressurização do sistema, sendo responsáveis pela descarga dos difusores;
Sua localização deve ser próxima à área/equipamento a proteger, a fim de evitar perdas de carga, diminuir a possibilidade de danos à instalação e baratear o custo do sistema, porém, não deve ser instalada dentro da área de risco, de- vendo ficar em local protegido (exceto para os sistemas modulares).
Os cilindros devem ser protegidos contra danos mecânicos ou danos causados pelo ambiente agressivo.
No conjunto de cilindros, há um destinado a ser “cilindro- piloto”, cuja função é, mediante acionamento de um dispositivo de comando, estabelecer um fluxo inicial do agente, a fim de abrir por pressão as demais cabeças de descarga dos demais cilindros da bateria.
Os cilindros podem ser de:
1) alta pressão, na qual o CO2 encontra-se contido a uma temperatura de 20ºC e com uma pressão de 60bar.
Esse sistema é o mais comum;
2) baixa pressão, na qual o CO2 encontra-se resfriado a 20ºC e com uma pressão de 20 bar.
a. Cabeça de descarga: consiste de um dispositivo fixo adaptado à válvula do cilindro, a fim de possibilitar sua abertura e consequente descarga ininterrupta do gás;
b. tubulação e suas conexões: responsáveis pela condução do agente extintor devem ser resistentes à pressão, à baixa temperatura e à corrosão, tanto internamente como externamente. Devem resistir a uma pressão de ruptura 5,5 vezes maior que a pressão nominal do cilindro;
c. válvulas: com a função de direcionamento (direcional) do agente extintor ou de purga do coletor de distribuição de gás (evitar que fugas do sistema acionem os difusores fechados). Essas válvulas devem resistir a uma pressão de ruptura 7 vezes maior que a pressão nominal do cilindro;
d. difusores: consistem de dispositivos fixos de funcionamento automático, equipados com espalhador de orifícios calibrados, destinados a proporcionar a descarga de CO2 sem congelamento interno e com espalhamento uniforme.
Brigada de Incêndio
O dimensionamento da brigada de incêndio deve atender às especificações contidas nas normas técnicas adotadas pelo Corpo de Bombeiros e IT e, em especial a IT 17 – Brigada de incêndio.
A população do edifício deve estar preparada para enfrentar uma situação de incêndio, quer seja adotando as primeiras providências no sentido de controlar o incêndio e abandonar o edifício de maneira rápida e ordenada.
Para isso ser possível é necessário, como primeiro passo, a elaboração de planos para enfrentar a situação de emergência que estabeleçam, em função dos fatores determinantes de risco de incêndio, as ações a serem adotadas e os recursos materiais e humanos necessários. A formação de uma equipe com esse fim específico é um aspecto importante desse plano, pois permitirá a execução adequada do plano de emergência.
Essas equipes podem ser divididas em duas categorias, decorrentes da função a exercer: equipes destinadas a propiciar o abandono seguro do edifício em caso de incêndio; equipe destinada a propiciar o combate aos princípios de incêndio na edificação.
Obs.: Pode haver equipe distinta ou executando as funções simultaneamente.
Módulo 4 - Proteção contra incêndio
Tais planos devem incluir a provisão de quadros sinóticos em distintos setores do edifício (aqueles que apresentem parcela significativa da população flutuante como, por exemplo, hotéis) que indiquem a localização das saídas, a localização do quadro sinótico com o texto “você está aqui” e a localização dos equipamentos de combate manual no setor.
Por último, deve-se promover o treinamento periódico dos brigadistas e de toda a população do edifício.
É fundamental evitar qualquer perda de tempo quando o Corpo de Bombeiros chega ao edifício em que está ocorrendo o incêndio.
Para isso é necessário existir em todas as entradas do edifício (cujo porte pode definir dificuldades às ações dos bombeiros) informações úteis ao combate, fáceis de entender, que localizam por meio de plantas os seguintes aspectos:
ruas de acesso; saídas, escadas, corredores e elevadores de emergência; válvulas de controle de gás e outros combustíveis; chaves de controle elétrico; localização de produtos químicos perigosos; reservatórios de gases liquefeitos, comprimidos e de produtos perigosos; registros e portas corta-fogo, que fecham automaticamente em caso de incêndios e botoeiras para acionamento manual desses dispositivos; pontos de saída de fumaça; janelas que podem ser abertas em edifícios selados; painéis de sinalização e alarme de incêndio; casa de bombas do sistema de hidrantes e de chuveiros automáticos; extintores, etc.; sistema de ventilação e localização das chaves de controle; sistemas de chuveiros automáticos e respectivas válvulas de controle; hidrantes internos e externos e hidrantes de recalque e respectivas válvulas de controle.
10 Observações gerais
Cada medida de segurança contra incêndio abordada e exigida nas instalações tem finalidades e características próprias, portanto, o superdimensionamento ou a adoção de uma não implica necessariamente na eliminação de outra, salvo se previsto expressamente.
Toda a legislação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP) pode ser acessada no sítio eletrônico www.corpodebombeiros.sp.gov.br.
Os sistemas fixos automáticos de combate incêndios têm demonstrado, através dos tempos, serem meios eficazes para controle e combate a incêndios em edificações.
Os chuveiros automáticos, também conhecidos como "sprinklers", possuem a vantagem, sobre hidrantes e extintores, de dispensar a presença de pessoal, atuando automaticamente na fase inicial do incêndio, o que reduz as perdas decorrentes do tempo gasto desde a sua detecção até o início do combate.
0 sistema de proteção através de chuveiros automáticos consiste em uma rede inteirada de tubulações, dotadas de dispositivos especiais que, automaticamente, descarregam água sobre um foco de incêndio, em quantidade suficiente para controlá-lo e eventualmente extingui-lo. Esse sistema de proteção é dotado de alarme. Assim que um foco de incêndio é detectado, os chuveiros são acionados e é emitido um aviso aos ocupantes da edificação.
Proteção por Sistemas de Chuveiros Automáticos
0 sistema de chuveiros automáticos é projetado e instalado conforme normas próprias que regulam os critérios de distribuição de chuveiros, temperatura de funcionamento, área de operação e de proteção, diâmetro das tubulações, etc.
A estrutura de funcionamento do sistema compõe-se, basicamente, de:
Abastecimento de água.
Válvulas de governo e alarme.
Rede de distribuição.
Chuveiros automáticos.
Os sistemas fixos automáticos de combate incêndios têm demonstrado, através dos tempos, serem meios eficazes para controle e combate a incêndios em edificações.
Os chuveiros automáticos, também conhecidos como "sprinklers", possuem a vantagem, sobre hidrantes e extintores, de dispensar a presença de pessoal, atuando automaticamente na fase inicial do incêndio, o que reduz as perdas decorrentes do tempo gasto desde a sua detecção até o início do combate.
O sistema de proteção através de chuveiros automáticos consiste em uma rede inteirada de tubulações, dotadas de dispositivos especiais que, automaticamente, descarregam água sobre um foco de incêndio, em quantidade suficiente para controlá-lo e eventualmente extingui-lo.
Esse sistema de proteção é dotado de alarme. Assim que um foco de incêndio é detectado, os chuveiros são acionados e é emitido um aviso aos ocupantes da edificação.
Proteção por Sistemas de Chuveiros Automáticos
0 sistema de chuveiros automáticos é projetado e instalado conforme normas próprias que regulam os critérios de distribuição de chuveiros, temperatura de funcionamento, área de operação e de proteção, diâmetro das tubulações, etc.
A estrutura de funcionamento do sistema compõe-se, basicamente, de:
Abastecimento de água.
Válvulas de governo e alarme.
Rede de distribuição.
Abastecimento do Sistema de Chuveiros Automáticos
É vital para qualquer sistema hidráulico dispor de abastecimento confiável de água, com pressão e vazão adequadas. O abastecimento de água para o sistema de chuveiros automáticos é fornecido:
Por gravidade (através de reservatório elevado).
Por bombas de recalque.
Por tanques de pressão.
Normalmente, o sistema possui somente uma fonte de abastecimento.
O abastecimento por gravidade, isto é, através de reserva- tório elevado, é o sistema mais confiável e que exige menos manutenção.
Na impossibilidade de se utilizar abastecimento por gravidade, o sistema devera ser abastecido por bombas de recalque. As bombas de recalque devem dispor de uma fonte de energia confiável, e o reservatório de água atender à demanda necessária. As bombas para alimentação do sistema devem ser centrifugas e acionadas automaticamente por motor elétrico ou a diesel.
A partir do acionamento do sistema, num tempo não superior a 30 segundos, a bomba e o alarme (sonoro e/ou visual) deverão funcionar. As ligações elétricas da bomba devem ser independentes da instalação elétrica da edificação e, se houver gerador elétrico de emergência, este devera estar ligado a bomba. No caso de bomba a diesel, o conjunto (inclusive o tanque de combustível) deve ser instalado em local protegido por chuveiros automáticos.
0 abastecimento por tanque de pressão poderá ser utilizado como fonte única de abastecimento ou como solução complementar ao abastecimento fornecido pelo reservatório elevado ou pelas bombas de recalque. Trata-se de um recipiente contendo10m3 a 25 m3 permanentemente pressurizado.
Com a descarregada devido à pressão existente no interior do tanque.
0 tanque deverá possuir indicadores e alarmes do nível de água e pressão (manômetros), com possibilidade automática de reabastecimento de água (bomba) e ar (compressor). A água não deve ultrapassar 2/3 da capacidade do tanque.
0 sistema de chuveiros automáticos deve ser dotado de registro de recalque duplo, com válvula de retenção, por onde o Corpo de Bombeiros poderá abastecer o sistema.
2.2. Válvulas do Sistema de Chuveiros Automáticos
As válvulas de governo e alarme são dispositivos instalados entre o abastecimento do sistema e a rede de distribuição, constituídos basicamente de válvula de comando, válvula de alarme e válvula de teste e dreno.
Válvula de Comando: é utilizada para fechar o sistema, cortando o fluxo de água sempre que algum chuveiro precisar ser substituído para a manutenção do sistema, ou quando a operação do mesmo precisa ser interrompida. Após o término do serviço, a válvula de comando deve ser deixada na posição aberta. Esta válvula deve ser do tipo gaveta de haste ascendente.
Válvula de alarme: a operação dos chuveiros automáticos aciona um alarme indicativo de funcionamento do sistema. 0 acionamento do alarme se faz pela movimentação do fluxo de água na tubulação, em virtude de um incêndio, vazamento ou ruptura acidental da tubulação. Os alarmes podem ser hidráulicos e/ou elétricos. Os tipos mais comuns de alarmes são o gongo hidráulico e a chave detectora de fluxo d’água.
Válvula de teste e dreno: É um dispositivo, ou conexão destinado a testar o sistema ou o funcionamento do alarme, ou ainda, drenar a água da tubulação para manutenção".
Rede de Distribuição de Água (Tubulação)
A tubulação para os chuveiros automáticos ramifica-se para possibilitar a proteção de toda ocupação, formando a rede de distribuição de água. 0 diâmetro da canalização deve seguir as exigências das normas legais.
A canalização do sistema não deve ser embutida em lajes ou passar em locais não protegidos por chuveiros automáticos, exceto se enterrada. Deve ser instalada com inclinação que permita drenagem natural (de preferência, feita pela válvula de teste e dreno).
Chuveiros Automáticos
Os chuveiros automáticos são os principais elementos do sistema, pois detectam o fogo e distribuem a água sobre o foco na forma de chuva. Podem ser dotados de elemento termo-sensível ou não (chuveiros abertos), conforme o tipo de sistema.
Elemento termo sensível
Em condições normais, nos chuveiros automáticos dotados de elemento termo-sensível, a descarga da água dos chuveiros é impedida por capsula rigidamente fixa no orifício de descarga.
A liberação da descarga de água só ocorre quando a temperatura do ambiente atinge um grau predeterminado, rompendo a cápsula. 0 elemento termo-sensível é dimensionado para suportar a pressão da rede, inclusive possíveis variações.
Pode-se encontrar dois tipos de elementos termo sensíveis: o tipo ampola e o tipo solda eutética.
Cada chuveiro terá uma temperatura de operação própria, que varia entre 57ºC e 260ºC para elementos termo-sensíveis do tipo ampola e entre 57ºC a 343 ºC para elementos do tipo solda eutética.
Tipo ampola: consiste numa ampola, contendo liquido especial que se expande ao sofrer os efeitos do calor do incêndio. Com a expansão, a ampola se rompe, liberando a descarga de água.
Tipo solda eutética: consiste numa liga metálica cujo ponto de fusão esta predeterminado e, ao fundir-se, libera a descarga de água.
Unido à estrutura ou corpo do chuveiro, existe um defletor ou distribuidor contra o qual é lançada a água, fazendo com que esta se torne pulverizada e, dessa forma, proteja uma determinada área.
Os chuveiros automáticos não podem ser pintados, pois, com a pintura, a temperatura nominal de funcionamento sofrera alterações. Entretanto, os chuveiros automáticos com elemento fusível do tipo solda, para temperatura acima de 77ºC, são pintados pelos fabricantes, para identificação.
Posição do chuveiro automático
Em relação às tubulações que os alimentam, os chuveiros automáticos podem ser instalados na posição pendente ou na posição para cima. Seja como for, devem ser instalados, sempre, na posição prevista pelos projetistas.
Tipos de chuveiros automáticos
Quanto a descarga de água, os chuveiros automáticos se classificam em:
chuveiros do tipo convencional: são aqueles cujo defletor é desenhado para permitir que uma parte da água seja projetada para cima, contra o teto, e a outra para baixo, adquirindo forma aproximadamente esférica;
chuveiros do tipo spray: são aqueles cujo defletor é desenhado para que a água seja projetada para baixo, adotando forma esférica;
chuveiros do tipo lateral: são aqueles cujo defletor é desenhado para distribuir a água de maneira que quase a totalidade da mesma seja aspergida para frente e para os lados, em forma de um quarto de esfera, com uma pequena quantidade contra a parede, atrás do chuveiro;
chuveiros do tipo especial: são aqueles projetados, por razões estéticas, para serem embutidos ou estarem rentes ao forro falso.
ESTE TIPO DE CHUVEIRO SOMENTE PODERÁ SER INSTALADO NA POSIÇÃO PENDENTE;
chuveiros de média velocidade: dotados ou não de elemento termo-sensível, são fabricados com defletor para vários ângulos de descarga, fazendo com que a água seja lançada em forma de cone;
chuveiros de alta velocidade: são fabricados sem elemento termo-sensível (aberto) e seu orifício de descarga é dotado de um dispositivo interno cuja função é provocar turbulência na água, nebulizando e lançando-a, extremamente pulverizada, na forma de cone.
Os chuveiros podem ser revestidos ou tratados pelo próprio fabricante com chumbo, cera, cromo, cádmio, etc., para proteção contra vapores corrosivos e ações ambientais desfavoráveis.
Tipos de Sistemas de Chuveiros Automáticos
No Brasil, existem basicamente 3 tipos de sistemas de chuveiros automáticos:
sistema de cano molhado;
sistema de cano seco;
sistema tipo dilúvio.
Obs: Para proteção em pequenas aberturas, sobre telhados, ou para proteção de riscos especiais, pode-se instalar "cortina d’água".
Sistema de Cano Molhado
Compreende uma rede de tubulação permanentemente cheia de água sob pressão, em cujos ramais os chuveiros são instalados.
Os chuveiros automáticos desempenham o papel de detectores de incêndio, só descarregando água quando acionados pelo calor do incêndio. É o tipo de sistema mais utilizado no Brasil.
Quando um ou mais chuveiros são abertos, o fluxo de água faz com que a válvula se abra, permitindo a passagem da água da fonte de abastecimento. Simultaneamente, um alarme é acionado, indicando que o sistema está em funcionamento.
Sistema de Cano Seco
Compreende uma rede de tubulação permanentemente seca, mantida sob pressão (de ar comprimido ou nitrogênio), em cujos ramais são instalados os chuveiros. Estes, ao serem acionados pelo calor do incêndio, liberam o ar comprimido (ou nitrogênio), fazendo abrir automaticamente uma válvula instalada na entrada do sistema (válvula de cano seco), permitindo a entrada da
água na tubulação.
Este sistema é o mais indicado para as regiões extremamente frias, sujeitas a temperatura de congelamento da água, ou locais refrigerados (como frigoríficos).
O suprimento de ar comprimido (ou nitrogênio) deve ser feito por uma fonte confiável e disponível a toda hora, devendo ser ca paz de restabelecer a pressão normal do sistema rapidamente. Deve dispor de uma ou mais válvulas de segurança, entre o compressor e a válvula de comando, que devem estar graduadas para aliviar ao atingir pressão acima da prevista.
Sistema do Tipo Dilúvio
Compreende uma rede de tubulações secas, em cujos ramais são instalados chuveiros do tipo aberto (sem elemento termo sensível). Na mesma área dos chuveiros é instalado um sistema de detectores ligado a uma válvula do tipo dilúvio, existente na entrada do sistema.
A atuação de quaisquer detectores, ou então a ação manual de comando a distância, provoca a abertura da válvula, permitindo a entrada da água na rede, descarregada através de todos os chuveiros, e, simultaneamente, fazendo soar o alarme de incêndio. Este tipo de sistema é normalmente utilizado na proteção de hangares (galpões para aeronaves).
Cortina d’água
A cortina d’água é um sistema que produz descargas de água em pequenas aberturas ou sobre telhados de uma edificação, a fim de evitar a propagação de um incêndio.
O acionamento da cortina d’água pode ser automático ou manual:
Automático: Uma válvula é mantida fechada por um sistema de alavancas fixadas por elemento fusível. 0 sistema é acionado automaticamente pela atuação do calor, ocorrendo a ruptura do elemento fusível e permitindo a passagem da água para todos chuveiros, que funcionarão simultaneamente.
Manual: É aquele em que o sistema é acionado por um operador, mediante a abertura de um registro.
Desde que atenda a demanda (vazão e pressão), o abastecimento para o sistema cortina d’água pode ser o mesmo utilizado pelo sistema de chuveiros automáticos da edificação.
Entretanto, cada um dos sistemas deve possuir válvula de governo independente.
Utilização do Sistema de Chuveiros Automáticos nas Operações de Combate a Incêndio
Alguns fatores importantes devem ser considerados nas operações de combate a incêndios em edificações protegidas por chuveiros automáticos.
O sistema de chuveiros automáticos estará em funcionamento quando o Corpo de Bombeiros chegar ao local.
A guarnição do primeiro auto-bomba a chegar no local da ocorrência, deve ligar a bomba de incêndio da viatura no registro de recalque (facilmente identificável por ser duplo).
O auto-bomba deve recalcar água com a pressão de 10 kgf/cm2 (150 psi), preferencialmente através de linhas siamesas (não superiores a 30 metros). (Pressão máxima de trabalho 12 kgf/cm2 - 180 psi).
Havendo fogo no local, devem ser armadas linhas de ataque para, em complementação aos chuveiros automáticos, extinguir o incêndio.
As válvulas de comando do sistema somente deverão ser fechadas após a extinção do fogo ou se estiverem ocorrendo danos ou desperdício de água. Caso não seja possível fechar a válvula de comando, deve-se utilizar bloqueadores de chuveiro automático.
A interrupção do funcionamento do sistema somente poderá ser feita após o Comandante da Operação verificar a extinção do incêndio. Quando uma válvula de comando é fechada, um bombeiro deve permanecer junto a ela, a fim de opera-la caso haja necessidade de reabertura.
Prevenção contra Incêndio [04 Aulas - Práticas]:
Demonstrar os principais procedimentos para o funcionamento do sistema de meios de fuga: saídas de emergência, escadas de segurança, corredores e rotas de fuga; dos sistemas de iluminação de emergência; do elevador de segurança; dos meios de aviso, detecção e alarme de incêndio; da sinalização de emergência
Módulo 5 - Proteção contra incêndio
Técnica e tática de combate a incêndio [04 Aulas]:
Conhecer as principais técnicas de busca e exploração da área em sinistro, ventilação natural ou forçada (pressão negativa, venturi e positiva), entradas forçadas, resgate de vítimas, confinamento, isolamento, salvatagem, combate com emprego correto dos tipos de jatos de água (neblina, cone de força e sólido), emprego, dimensionamento e técnicas de aplicação de espuma mecânica e rescaldo de incêndio.
Demonstrar a montagem de uma linha direta de combate a incêndio, a partir de um hidrante e/ou viatura, linha adutora e linha siamesa
Demonstrar o uso de linha de água para ataque direto, ataque indireto e ataque combinado; atuar obedecendo os princípios do sistema de comando em emergências.
Estratégia e tática de combate a incêndio:
Estratégia: (dic) Arte de conceber operações de guerra. Arte de usar meios disponíveis ou as condições que se apresentam para atingir determinados objetivos. Ardil, manha, estratagema.
Tática: (dic) Arte de empregar as tropas no campo de batalha com ordem, rapidez e recíproca proteção, segundo as condições de suas armas e do terreno. Habilidade ou meios empregados para sair-se bem de qualquer negócio, empresa ou uma ocorrência etc.
A estratégia deve ser um recurso pré-existente e não uma responsabilidade para o Comandante da ocorrência encarar no momento da ocorrência.
Para se aplicar a melhor estratégia e a melhor tática é necessário um conjunto de ações, chamado de planejamento prévio.
O Planejamento prévio permite:
Treinamentos (toda a guarnição deve saber definir, identificar e compreender o modo ofensivo e defensivo).
Racionalizar meios disponíveis (qual o efetivo, quantas viaturas e se tenho água suficiente?).
Familiarização com equipamentos (EPI, EPR e outros). Familiarização com edifícios (dificuldades de acesso, riscos específicos e outros problemas que poderão ser encontrados).
Ajustar a melhor tática e estratégia (atacar ou defender?)
Definindo as Ações:
MODO ATAQUE:
Agressivo ataque interior
Objetivo de controle rápido do fogo.
Procura de vítimas.
MODO DEFESA:
Isolar o incêndio – “segurar”
Objetivo de evitar a propagação
Verificar as condições de água
Identificando o modo estratégico:
O comandante da emergência identifica o modo como ataque ou defesa de acordo com a análise dos fatores do local do incêndio e de suas características relacionadas.
Os fatores e as perguntas principais a serem consideradas para identificar o modo correto, incluem:
extensão e posição do fogo,
efeito do fogo,
existência de ocupantes ou vítimas,
propriedade a ser preservada ou salva,
entrada e permanência,
possibilidade de ventilação, e
recursos disponíveis.
Fases Táticas de um Incêndio:
As táticas devem ser implementadas no incêndio, após a definição das prioridades táticas (objetivo) no local, e após analise da situação, que também acaba sendo uma das fases:
Salvamento,
Isolamento,
Confinamento,
Extinção,
Rescaldo,
Ventilação; e,
Proteção de Salvados.
Prioridades Táticas:
Salvamento de vidas,
Controle do incêndio e
Preservação da propriedade
ABASTECIMENTO DE VIATURA
Abastecimento: Atividade logística relacionada com o fornecimento de recursos materiais necessários a uma determinada operação. Compreende ações como estimativa de necessidades, padronização de itens de suprimento, aquisição, recepção e verificação do material adquirido, estocagem, distribuição e controle de níveis de estoque e do consumo dos diferentes itens de suprimento.
Abastecimento de água para os veículos oficiais no local de incêndio:
O abastecimento de água para os veículos oficiais no local de incêndio poderá ser realizado por meio de hidrantes urbanos (aéreos, de coluna ou subterrâneos), tanques portáteis, mananciais ou veículos oficiais tanque, priorizando, sempre que possível, o uso de hidrantes.
Módulo 5 - Proteção contra incêndio
Abastecimento de água com viatura:
Transporte de água de uma fonte de abastecimento para o local do incêndio usando tanques de água (Cavalo Mecânico + Reboque, Auto Tanque e outros).
Posicionamento de viaturas: O principal objetivo no posicionamento correto das viaturas é o de obter delas o melhor rendimento possível.
ATENÇÃO: O posicionamento da viatura no local da intervenção deve ser feito sob orientação do comandante da operação ou alguém delegado por ele para a tarefa de coordenar o estacionamento das viaturas.
O trabalho intitulado “O Comandante do Socorro” ressalta as seguintes regras para o posicionamento de viaturas no local de incêndio.
Sistema “Pião”
Definição: consiste no rodízio de viaturas de apoio de água (AT) no local de ocorrência de incêndio, para o abastecimento de uma viatura também de apoio (CMXRE) que permanece estacionada e acoplada a uma viatura de incêndio (AB).
O sistema “Pião” é uma ação muito conhecida pelos bombeiros, porém se não realizado de forma correta poderá atrapalhar a execução dos trabalhos de combate ao incêndio.
ATENÇÃO: Uma viatura não deverá atrapalhar a saída e a aproximação de outra.
Viaturas e equipamentos utilizados:
Auto-Bomba (AB)
Cavalo Mecânico x Reboque (CMRE),
Auto-Tanque (AT),
Mangote de 6 pol com 3 metros,
Suplemento de União,
Chave de Mangueira,
Macete de borracha
Execução:
A viatura de combate a incêndio posiciona-se, seguindo o POP Estacionamento de Viatura (15 metros do local do incêndio), proporcionando às equipes fácil acesso a edificação, levando em consideração a gravidade da ocorrência é feito o pedido de apoio de água para o local e haverá o deslocamento de um Cavalo Mecânico x Reboque e Auto-Tanques.
Com a chegada das viaturas de apoio, através da orientação de um encarregado do estacionamento, as mesmas deverão se posicionar de forma que, dentro das possibilidades, o CMxRE estacione ao lado da viatura de incêndio alinhando-se a expedição de 6 polegadas da mesma com a introdução de 6 polegadas da viatura de incêndio, pois a melhor forma de abastecimento entre as viaturas acima é por gravidade, utilizando-se o mangote totalmente estendido (havendo espaço hábil).
Como a maioria de nossas vias não nos permite fazer este tipo de manobra, deveremos então reduzir o espaço entre as viaturas. A partir da viatura de incêndio o CMxRE deverá ser estacionado ao lado a uma distancia mínima, orientada pelo auxiliar desta viatura, para que motoristas do AB, CM e auxiliar desta, possam juntos executar a manobra com o mangote, onde deverá ser realizado o “S” ou o “L”.
MONTAGEM DE LINHAS DERIVADAS DE COMBATE A INCÊNDIO
Definição:
É a linha de ataque composta por um ou mais lances de mangueira (no mínimo 63mm) até um derivante, sendo que a partir deste a mesma se divide em duas ou três, conduzindo a água desde um hidrante ou expedição de bomba até o esguicho.
1) Linha derivada da gaveta com um lance de adutora e um lance em cada linha de ataque
Aplicabilidade:
Poderá ser utilizado para combate de incêndios médios e grandes, resfriamento, ventilação forçada por esguicho, sendo que a segunda linha deverá ser utilizada por uma guarnição que venha em apoio.
2) Linha derivada pré-conectada com um lance de adutora e um lance em cada linha de ataque
MONTAGEM DE LINHAS DERIVADAS DE COMBATE A INCÊNDIO
Definição: É a linha de ataque composta por um ou mais lances de mangueira (no mínimo 63mm) até um derivante, sendo que a partir deste a mesma se divide em duas ou três, conduzindo a água desde um hidrante ou expedição de bomba até o esguicho.
1) Linha derivada da gaveta com um lance de adutora e um lance em cada linha de ataque.
Aplicabilidade: Poderá ser utilizado para combate de incêndios médios e grandes, resfriamento, ventilação forçada por esguicho, sendo que a segunda linha deverá ser utilizada por uma guarnição que venha em apoio.
2) Linha derivada pré-conectada com um lance de adutora e um lance em cada linha de ataque.
Aplicabilidade: Poderá ser utilizado para combate de incêndios médios e grandes, resfriamento, ventilação forçada por esguicho, sendo que a segunda linha deverá ser utilizada por uma guarnição que venha em apoio.
Utilização de mangueiras e esguichos
1. Introdução
De nada valeria todo o conhecimento de prevenção e combate a incêndios do Corpo de Bombeiros Militar se métodos corretos de utilização de água não fossem cada vez mais aperfeiçoados na busca pela excelência na sua utilização.
O grande desafio na aplicação de água, bem como de qualquer outro agente extintor, é utilizar a menor quantidade possível que ofereça um resultado cada vez melhor na extinção do incêndio.
Em tempos atuais, onde se discute bastante a preservação da água e seus mananciais, é cada vez mais importante que o bombeiro militar saiba que uma utilização correta das mangueiras, esguichos e recursos possibilitará que uma menor quantidade de água seja utilizada na extinção de determinados incêndios, otimizando a absorção de calor com a transformação de água em vapor e diminuindo os resíduos do combate ao incêndio.
É claro que não se discute situações que demandam gigantescas quantidades de água no combate a incêndios ainda maiores, como aqueles que acontecem de forma generalizada em prédios, fábricas, navios e etc., o que temos de ter em mente é que sempre que for possível, temos de economizar o recurso, até mesmo porque ele é limitado.
Essencialmente, cabe ao bombeiro militar raciocinar que a reserva de água de suas viaturas tem um limite, e que o número de viaturas também, por isso, a aplicação comedida e eficiente de qualquer recurso preservará sua capacidade para quaisquer imprevistos ou acidentes de cálculo que possam acontecer.
2. Transporte das mangueiras
Mangueiras em viatura [Bombeiros Sintra 2004 – Portugal]
Depois da chegada ao local do incêndio, cabe aos bombeiros militares realizarem o transporte das mangueiras de forma a economizar seu esforço para o efetivo combate e de forma que as mangueiras possam ser rapidamente utilizadas quando da tomada desta decisão.
Posição Correta aduchamento de mangueiras
Transporte de mangueira em espiral
A mangueira acondicionada desta forma é melhor transportada se colocada sobre o ombro ou sob o braço, junto ao corpo.
Transporte de mangueira aduchada
Tal qual a mangueira acondicionada em espiral, pode ser transportada colocada sobre ombro ou sob o braço, no entanto, seu transporte mais comumente utilizado é o transporte em garra.
Retirada da água residual da mangueira
Acondicionamento da mangueira em espiral
3. Tipos de jatos d’água
A forma de aplicação da água influenciará diretamente na quantidade utilizada e na excelência do combate ao calor, às chamas e ao foco do incêndio.
O bombeiro militar deve estar ciente das suas opções de aplicação da água, objetivando, seja um maior volume, ou uma maior velocidade, ou uma maior dispersão, ou concentração, entre outras, que podem ser características isoladas ou associadas, dependendo do esguicho utilizado e do combate proposto.
Jato contínuo (compacto)
Neste jato, a água tem forma contínua e coesa. Normalmente é utilizado quando se objetiva maior velocidade, alcance e penetração da água.
Jato chuveiro (neblinado)
A água será aplicada de forma mais esparsa e fragmentada.
A distância será menor e, com a maioria dos esguichos, haverá uma maior vazão de água do que no jato contínuo.
Sua aplicação tem uma maior absorção de calor e uma maior área de aplicação que o jato contínuo.
O ângulo de abertura de sua aplicação dependerá da capacidade do esguicho utilizado e da escolha do operador, sendo que quão maior a vazão e menor a angulação, maiores serão a coesão e as gotas dos jatos e, quão menor a vazão e maior angulação, menores serão a coesão e as gotas dos jatos.
Jato atomizado
Para uma aplicação mais comedida de água e objetivando uma maior absorção do calor do ambiente, foi desenvolvido o conceito de jato atomizado.
O nome é, exatamente, baseado na palavra “átomo”, dado que o objetivo é ter as menores partículas de água, coesas, mas distribuídas ao máximo, para que se tenha uma pulverização tamanha a viabilizar a maior transformação possível de água em vapor, otimizando a absorção do calor.
Ocorre fragmentação da água em partículas finamente divididas, assim, o ar se saturará com uma fina névoa, ocasião em que as partículas de água parecerão estar em suspensão. Por isso, a aplicação deste jato deve ser para curtas distâncias, evitando que esta névoa seja levada pelo vento ou pelas correntes de convecção antes de cumprir seu papel de absorção de calor.
Abastecimento e suprimento de água
1. Introdução
O suprimento de água é fator decisivo nas opções de combate a incêndios. Afinal de contas, a água é o principal agente extintor utilizado pelas viaturas do Corpo de Bombeiros Militar e, por isto, merece especial atenção, além de técnicas e táticas visando seu correto e proveitoso emprego.
As viaturas de combate a incêndio têm um suprimento limitado de água, daí a necessidade de conhecer suas fontes de abastecimento.
2. Suprimento de água
O suprimento de água é o processo que vai desde a captação da água em sua fonte até sua utilização nas operações de combate a incêndio. Entendemos que a fonte de captação de água é qualquer lugar onde haja abundância de água, podendo ser natural ou artificial.